"A redação
de A Noite Ilustrada funcionava na Praça Mauá, 7, centro do Rio de Janeiro, e
onde ficavam redações de jornais e revistas, e emissoras de rádio importantes.
Lançada em 1930, a publicação surgira como um marco por sua qualidade de
impressão, graças ao moderno sistema de rotogravura. Pertencia ao jornal A
Noite, mesmo diário fundado por Irineu Marinho e Geraldo Rocha. A Noite sobrevivera
ao longo da década de 1930 sob o duro castigo de ter apoiado o grupo derrotado
pela Revolução de 1930.
Na ocasião,
sua redação foi saqueada e incendiada e Rocha se refugiou em Minas Gerais. O
diário sofreu intervenção do governo. Pressionado, Rocha reconheceu em cartório
que tinha dívidas e abriu mão de seus bens para os bancos do governo, inclusive
de A Noite. O jornal se tornou, então, uma espécie de órgão a serviço de Vargas
e radicalizou seu oficialismo com a decretação do Estado Novo, em novembro de
1937, quando assumiu a mesma postura nazifascista do ditador brasileiro. Essa
orientação editorial dava o tom na cobertura do massacre de Angicos e no modo
de como a tropa do Exército foi tratada.
“Consciente da
enormidade de seus crimes, o cangaceiro não suportava a ideia de expiá-los.
Pode suceder, também, que um amor próprio a seu modo lhe fizesse intolerável à
possibilidade de vir a ser dominado pelos que considerava inimigos odiosos.” Ou
seja, sua decisão era de jamais se deixar prender vivo pela política. Cometeria
suicídio antes.
“Verificou-se ainda que Lampião foi colhido por uma rajada de
balas, pois seu famoso punhal, de cabo trabalhado a ouro e marfim, foi atingido
numa das lâminas, e a própria cartucheira do bandido, onde o ímpeto de uma das balas
que recebeu detonou outra da própria cartucheira do antigo ‘Terror do
Nordeste’, que o atingiu mortalmente.”
O que se nota
em toda a edição de A Noite Ilustrada é que em nenhum lugar são ditos os nomes
do repórter e do fotógrafo, embora eles aparecessem em duas fotos e fossem
assim identificados. Em uma delas, o fotógrafo, de óculos, posava à frente dos
voluntários e soldados, sorrindo para a câmera. Em outra, o jornalista
cumprimentava o aspirante Ferreira, cercados de soldados que apoiavam as mãos nos
ombros dos dois. Uma legenda informava: “O corpo do bandoleiro foi identificado
e fotografado por um dos enviados de A Noite Ilustrada na grota de Angicos,
sendo que outros ali voltaram, ainda, depois, a fim de minudenciar o terreno
fotograficamente, facilitando uma reconstituição do choque entre a polícia e os
bandoleiros”. A edição trazia também o primeiro episódio de uma série em
quadrinhos sobre a vida do cangaceiro, roteirizada e ilustrada por Euclides L.
Santos. Com dez quadrinhos cada página, iniciava uma série que seria publicada
duas vezes por semana no jornal A Noite, nos cinco meses seguintes(...)".
(Transcrito)
Fonte/fotos http://brasileiros.com.br
Fonte:
facebook
Página:
Luiz
Pedro da IngazeiraO
Cangaço
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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