Por Bismarck Martins de Oliveira
Há exatos 77
anos, numa madrugada fria, na Fazenda Angico, situada na margem sergipana do
Rio São Francisco, no município de Poço Redondo, Sergipe, após um bem executado
ataque com a participação das volantes comandadas pelo
Tenente João Bezerra à esquerda
Tenente João Bezerra da
Silva; do Aspirante Francisco Ferreira de Melo; e a do Sargento Aniceto
Rodrigues, todas da polícia alagoana, foi abatido a tiros o cangaceiro LAMPIÃO,
juntamente com a sua companheira MARIA DE DÉA, e mais nove dos seus cangaceiros
(Enedina, Luiz Pedro, Quinta Feira, Elétrico, Mergulhão, Moeda Alecrim,
Colchete e Macela).
Eram 49
volantes das três volantes e cerca de 36 cangaceiros (há uma pequena
divergência quanto a este número, que pode ser de 38).
Após um breve
tiroteio, onde os cangaceiros, pegos de surpresa não tiveram tempo de
organizarem uma resistência, os volantes iniciaram uma selvagem correria em
busca dos pertences dos cangaceiros mortos, numa disputa selvagem, onde mãos
foram cortadas para depois serem retirados os anéis. O tesouro era
incalculável. Consta dos anais históricos, que somente Lampião carregava
consigo vários quilos de ouro e cerca de 200 contos em dinheiro. Luis Pedro era
outro que conduzia grande quantia em dinheiro. Os demais, também, embora em
menor quantidade. Tudo foi "confiscado" pela soldadesca que dançavam
sobre os corpos, enquanto cortavas as suas cabeças, mandando-as para a cidade alagoana
de Piranhas, ficando expostas nos batentes da Prefeitura daquela antiga cidade.
Policiais que fizeram à chacina aos cangaceiros
Havia um
acordo tácito entre os policiais de que quem abatesse um cangaceiro tinha
direito aos seus pertences. Aquele dinheiro sujo de sangue enricou muita gente.
O primeiro à esquerda é o Adrião Pedro da Silva - acervo Antonio Vilela
Dos volantes,
faleceu apenas o soldado ADRIÃO.
Era o início
do fim do cangaço.
Neste final de
semana (25 e 26 de julho) estive em Piranhas, participando de prestigiado
evento da Semana do Cangaço, onde o Cariri Cangaço se fez representar com a
presença do ilustre amigo Manoel Severo e muitos outros escritores e
pesquisadores, dos mais renomados sobre o assunto.
A cidade
respira cultura e a grandeza da sua história é realçada orgulhosamente por seus
habitantes que se esmeram em receber bem os seus visitantes.
Dr. Paulo Britto e Bismarck Martins de Oliveira
Além dos
colegas escritores e pesquisadores que lá estavam, tive a satisfação de
conhecer o DR. PAULO BRITTO, filho do Tenente João Bezerra, o principal
comandante do ataque acima narrado. Homem de ressalvada educação, homenageado
na palestra de abertura do evento, o DR. PAULO mostrou-se bastante emocionado
com as homenagens recebidas e muito cortês para com todos quantos o abordavam.
Sem dúvidas,
um evento bastante proveitoso.
Tenham um bom
dia!
Bismarck
Martins de Oliveira.
Das terras de Joffily
em 28 de julho de 2015.
Das terras de Joffily
em 28 de julho de 2015.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Na realidade caro Mendes, sempre ouço falar da educação e da maneira atenciosa que o filho do Coronel João Bezerra atende às pessoas.
ResponderExcluirAntonio Oliveira - Serrinha