Por Diana Vasconcelos Do G1 CE - Publicado em 20/09/2012
Aos
109 anos, Dona Amélia tem problemas de vista, mas se mantém lúcida.
(Foto: Família/Arquivo Pessoal)
(Foto: Família/Arquivo Pessoal)
Viúva duas vezes, mulher teve oito filhos. Dois deles morreram.
A aposentada
Amélia Nunes dos Santos moradora da cidade de Mauriti, a 493 de Fortaleza, segundo ela, neste mais de um século
de vida presenciou eventos históricos, como as missas celebradas pelo padre
Cícero Romão Batista, os confrontos na cidade de Juazeiro, em 1914, e até
passagens do cangaceiro Lampião e seu bando pelo sertão cearense.
Nascida em 20 de setembro de 1903, no Sítio Oitis na zona rural da cidade de Milagres, a “Dona Amélia”, como gosta de ser chamada, conta que se mudou para o distrito de Arapuá com pouco mais 10 anos, localidade próxima a Juazeiro do Norte. A partir de então passou a frequentar as missas de padre Cícero e os grupos de orações no turno da tarde.
Segundo
este site Dona Angélica a única irmã do Padre Cícero
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Disse Dona Amélia “-Eu o conheci indo para a missa dele, me
ajoelhei aos pés dele e ele benzeu minha cabeça. Eu ia toda tarde para a reza
dele. Ele era [um homem] miudinho, não era um 'homão', não. Era branquinho”,
conta Dona Amélia.
No mesmo período, o pai da aposentada foi chamado para
combater na Sedição de Juazeiro, confronto de 1914 entre as oligarquias
cearenses e o governo federal, no sertão do Cariri.
Continua ela: “- Meu pai
voltou bem, mas porque foi ajudar padre Cícero”, diz a devota sobre o retorno
do pai.
Após a revolta, padre Cícero sofreu retaliações políticas. Ele foi
excomungado pela Igreja Católica no fim da década de 1920, mas manteve a
influência na região.
Aos 23 anos, Dona Amélia afirma ter visto ainda a passagem
do cangaceiro Lampião e seu bando por Irapuã. “O povo ficou com medo, eles (bando) saíram levando os cavalos e os animais do povo”, afirma.
Devota de
padre Cícero, Dona Amélia deve renovar votos em cerimônia religiosa neste
aniversário (Foto: Família/Arquivo Pessoal)
Lúcida aos 109
anos, a aposentada lembra com tristeza da perda de três irmãos. “Hoje só
tenho uma irmã viva. Senti demais a morte dos meus irmãos. Viver de mais tem
coisas ruins”, destaca.
Dona Amélia perdeu também os dois maridos, primeiro o
agricultor Antônio Nunes e depois o irmão dele, Jacó Nunes. “Casei com o mais
velho, ele adoeceu e morreu. Depois casei com o mais novo”, conta com risadas.
Dona Amélia
teve oito filhos, dois já morreram. “Vivos tenho três mulheres e três homens”,
explica e completa dando risadas, “agora, os netos, eu não conto mais não minha
filha. Parei de contar”.
Apesar das perdas, Dona Amélia diz estar muito feliz
com o aniversário e a festa que a família está preparando para ela. “Estou
feliz porque eu estou bem, graças a Deus. E estou mais feliz porque minha
família está toda aqui, é bom”, afirmou.
Segundo a
filha, Nininha Teixeira, a aposentada tem 33 netos, 68 bisnetos e 10
tataranetos, todos participarão da festa de aniversário no fim da tarde. Além
deles, parte dos moradores do Distrito da Palestina, em Mauriti, também
devem participar. De acordo com a filha, o aniversário causa uma certa comoção
na cidade pela aposentada ser muito conhecida.
ADENDO - http://blogdomendesemendes.blogspot.com
PESQUISANDO AINDA SOBRE DONA AMÉLIA ENCONTREI A SEGUINTE NOTA:
Mauriti-CE:
Morre aos 112 anos a 2ª. mulher mais velha do Cariri, Dona Amélia. - Publicado em 20 DE DEZEMBRO
DE 2015
POR: CARLOS
JUCA
Aos 112 anos
de idade, faleceu Dona Amélia, como gostava de ser chamada, tradicionalmente
seus familiares se reuniam em sua residência para um jantar em comemoração a
data tão especial, agora o encontro é de pesar, pois a família está de luto. Com
seu primeiro esposo, Antônio Nunes, teve cinco filhos: José, Maria, Nininha,
Demar e Teixeira. Ficando viúva, casou-se um ano depois com seu cunhado Jacó
Nunes e teve mais uma filha chamada Benisa. Hoje são 33 netos, 70 bisnetos e 12
tataranetos.
Dona Amélia Nunes dos Santos era de descendência de indígena e
preserva costumes e tradições culturais como uso de ervas medicinais,
religiosidade e a culinária.
A comunicação sobre o seu falecimento foi feita por um dos netos de Dona
Amélia.
"É com grande pesar que comunico aos amigos e familiares o falecimento
de minha Avó Amélia! Viveu seus 112 anos de vida ente nós mas agora, contempla
a face do criador. Comunico ainda que o seu corpo está sendo velado na rua São
José próximo ao CRAS em Palestina, Wagner Juca Teixeira neto de dona Amélia.
Sites:
http://g1.globo.com/ceara/noticia/2012/09/mulher-de-109-anos-diz-ter-visto-padre-cicero-e-bando-de-lampiao-no-ce.html
http://cncariri.com.br/mauriti-ce-morre-aos-112-anos-a-2a-mulher-mais-velha-do-cariri-dona-amelia/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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