Clerisvaldo B, Chagas, 19 de julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.147
Faltando um garrancho para uma coivara ou um empurrão para uma briga, melhor dizendo, faltando pouco para o amanhecer, já estava previsto. Nesse Sertão de Nosso Senhor Jesus Cristo, variação entre galope e sereno de chuva à noite inteira comadre. Um deserto tão grande nas ruas que até os sapos não transitaram nas vias. O rio Ipanema desce com um pouco d’água para ornar as narrativas das tradições. Vez em quando um jornalista, um poeta, um escritor ou mesmo um saudosista, foca suas lentes para o lombo do rio. Cada vez mais com a aproximação de agosto, a frieza vai apertando o parafuso no semiárido. As feiras livres vão fraquejando devido a ocupação na agropecuária pelo homem do campo, aonde a temperatura chegou aos 13 graus centígrados, amigo.
TEMPO NO SERTÃO. (FOTO: B. CHAGAS). |
Já é meio-dia desta sexta-feira, 19, o dia chuvoso e nublado ainda não parou a marcha lenta do tempo que distribui água a valer. Isto faz lembrar o padre José Augusto da Paróquia de São Cristóvão, em Santana do Ipanema, hoje na Serraria, em Maceió: “Deus nos mande bastante chuva... Mas que ela venha mansa” (gargalhada). Pois é mansa mesmo que ela se derrama por aqui. Prosseguem os festejos à Senhora Santana que no mundo inteiro ocorrem na mesma data do mês de julho. O foguetório avisa no início, meio e final do dia, para o pensamento cristão. Os estouros dos fogos misturam-se à chuva fina e molhadeira que mantém o Sertão montado no dorso da esperança. A faina continua com frio ou sem frio, quando passam estudantes fardados para as provas do bimestre.
No inverno tão bonito
Vai o carão pra lagoa
Pescador enche a canoa
Onça pula no granito
Do tetéu se houve o grito
A cobra fica enroscada
Codorniz desconfiada
Inda teme o caçador
Gato procura calor
Gavião baixa à ramada.
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