Para Juazeiro do Norte, no Ceará,
a figura de Padre Cícero Romão Batista, ou Padim Ciço, como é conhecido
popularmente, é considerada a mais importante da cidade, arrastando até hoje
milhares de fieis que o consideram santo, apesar de a Igreja Católica nunca o
ter canonizado. Para a população local, Padre Cícero, que nasceu em Crato, no
Ceará, no dia 24 de março de 1844, foi o maior benfeitor de Juazeiro, sendo o
nome mais emblemático da região por ter milagres associados a ele.
Segundo registros históricos, foi ele quem trouxe para a cidade a Ordem dos Salesianos; construiu as capelas do Socorro, de São Vicente, de São Miguel e a Igreja de Nossa Senhora das Dores. Como amante das artes, Padre Cícero incentivou o artesanato artístico e utilitário como fonte de renda. Além disso, estimulou a expansão da agricultura, introduzindo o plantio de novas culturas, e contribuiu para instalação de escolas, como a conhecida Escola Normal Rural e o Orfanato Jesus Maria José.
Como explica o professor e pesquisador Abraão Batista, um dos fundadores do Centro de Cultura Popular Mestre Noza, Padre Cícero foi, e ainda é, um fenômeno social. “Ele foi um grande assistente social, optando sempre pelas minorias abandonadas e esquecidas. Padre Cícero não cobrava pelos casamentos, missas, batizados e velórios que realizava. Divergiu da metodologia da Igreja Católica, pois não cobrava nada. Nas horas vagas, depois das missas e dos afazeres oficiais da Igreja, ele montava em um cavalo e saía pelas redondezas da cidade, aconselhando e ensinando as pessoas a como fazerem remédios caseiros, orientando os casais quando brigavam, entre outras coisas. Por isso, era também chamado de "Padre Cícero, o Conselheiro”, conta Abraão.
No dia 1º de março de 1889, um fenômeno incomum transformou a rotina de Juazeiro do Norte e a vida de Padre Cícero. Ao participar de uma comunhão realizada por ele na capela de Nossa Senhora das Dores, uma beata, chamada Maria de Araújo, passou por uma experiência considerada por todos na cidade como um milagre. Ao receber a hóstia consagrada, ela teria se transformado em sangue em sua boca. O fenômeno se repetiu por várias vezes em outras comunhões.
“Como o caso aconteceu no Nordeste, em Juazeiro do Norte, a Igreja não valorizou. Ao contrário, procurou abafar o acontecido. Mesmo assim, os fenômenos atraíram olhares para o interior do Nordeste e a cidade de Juazeiro começou a crescer. Ou seja, enquanto a Igreja oficial procurava abafar o fenômeno, a popularidade de Padre Cícero crescia junto à população”, destaca o professor.
A notícia sobre os possíveis milagres chegou até o bispo D. Joaquim José Vieira, de Fortaleza, que ficou irritado com o assunto. Para explicar o caso, Padre Cícero foi convocado para dar esclarecimentos no Palácio Episcopal, em Fortaleza. Pelo fato de alguns segmentos da Igreja não aceitarem a ideia do milagre ter realmente ocorrido, foi instalada uma Comissão de Inquérito composta por dois sacerdotes, que deram parecer favorável ao Padre Cícero.
“Chegando o laudo favorável da inquisição, o bispo de Fortaleza, irritado, encomendou nova comissão, que condenou Padre Cícero, começando uma verdadeira perseguição a ele. Além disso, os romeiros eram tidos como fanáticos”, conta Abraão. Devido à posição contrária do bispo, foi criado um tumulto, agravado ainda mais quando o Relatório do Inquérito foi encaminhado à Santa Sé, em Roma, que confirmou a decisão tomada pelo bispo. Com o parecer, Padre Cícero sofreu uma grande punição: a suspensão da ordem.
Devido ao impedimento de exercer sua vocação religiosa, Padre Cícero se engajou na política. Após a independência de Juazeiro da cidade de Crato, em 22 de julho de 1911, Padre Cícero foi nomeado prefeito da cidade. Além disso, ocupou a vice-presidência do Ceará. Padre Cícero morreu no dia 20 de julho de 1934, aos 90 anos. Após a sua morte, Juazeiro prosperou e a devoção ao padre tornou-se ainda maior. Todo ano, no Dia de Finados, uma grande multidão de romeiros, oriunda de vários lugares do Nordeste, visita o túmulo de Padre Cícero, na Capela do Socorro, em Juazeiro.
Segundo registros históricos, foi ele quem trouxe para a cidade a Ordem dos Salesianos; construiu as capelas do Socorro, de São Vicente, de São Miguel e a Igreja de Nossa Senhora das Dores. Como amante das artes, Padre Cícero incentivou o artesanato artístico e utilitário como fonte de renda. Além disso, estimulou a expansão da agricultura, introduzindo o plantio de novas culturas, e contribuiu para instalação de escolas, como a conhecida Escola Normal Rural e o Orfanato Jesus Maria José.
Como explica o professor e pesquisador Abraão Batista, um dos fundadores do Centro de Cultura Popular Mestre Noza, Padre Cícero foi, e ainda é, um fenômeno social. “Ele foi um grande assistente social, optando sempre pelas minorias abandonadas e esquecidas. Padre Cícero não cobrava pelos casamentos, missas, batizados e velórios que realizava. Divergiu da metodologia da Igreja Católica, pois não cobrava nada. Nas horas vagas, depois das missas e dos afazeres oficiais da Igreja, ele montava em um cavalo e saía pelas redondezas da cidade, aconselhando e ensinando as pessoas a como fazerem remédios caseiros, orientando os casais quando brigavam, entre outras coisas. Por isso, era também chamado de "Padre Cícero, o Conselheiro”, conta Abraão.
No dia 1º de março de 1889, um fenômeno incomum transformou a rotina de Juazeiro do Norte e a vida de Padre Cícero. Ao participar de uma comunhão realizada por ele na capela de Nossa Senhora das Dores, uma beata, chamada Maria de Araújo, passou por uma experiência considerada por todos na cidade como um milagre. Ao receber a hóstia consagrada, ela teria se transformado em sangue em sua boca. O fenômeno se repetiu por várias vezes em outras comunhões.
“Como o caso aconteceu no Nordeste, em Juazeiro do Norte, a Igreja não valorizou. Ao contrário, procurou abafar o acontecido. Mesmo assim, os fenômenos atraíram olhares para o interior do Nordeste e a cidade de Juazeiro começou a crescer. Ou seja, enquanto a Igreja oficial procurava abafar o fenômeno, a popularidade de Padre Cícero crescia junto à população”, destaca o professor.
A notícia sobre os possíveis milagres chegou até o bispo D. Joaquim José Vieira, de Fortaleza, que ficou irritado com o assunto. Para explicar o caso, Padre Cícero foi convocado para dar esclarecimentos no Palácio Episcopal, em Fortaleza. Pelo fato de alguns segmentos da Igreja não aceitarem a ideia do milagre ter realmente ocorrido, foi instalada uma Comissão de Inquérito composta por dois sacerdotes, que deram parecer favorável ao Padre Cícero.
“Chegando o laudo favorável da inquisição, o bispo de Fortaleza, irritado, encomendou nova comissão, que condenou Padre Cícero, começando uma verdadeira perseguição a ele. Além disso, os romeiros eram tidos como fanáticos”, conta Abraão. Devido à posição contrária do bispo, foi criado um tumulto, agravado ainda mais quando o Relatório do Inquérito foi encaminhado à Santa Sé, em Roma, que confirmou a decisão tomada pelo bispo. Com o parecer, Padre Cícero sofreu uma grande punição: a suspensão da ordem.
Devido ao impedimento de exercer sua vocação religiosa, Padre Cícero se engajou na política. Após a independência de Juazeiro da cidade de Crato, em 22 de julho de 1911, Padre Cícero foi nomeado prefeito da cidade. Além disso, ocupou a vice-presidência do Ceará. Padre Cícero morreu no dia 20 de julho de 1934, aos 90 anos. Após a sua morte, Juazeiro prosperou e a devoção ao padre tornou-se ainda maior. Todo ano, no Dia de Finados, uma grande multidão de romeiros, oriunda de vários lugares do Nordeste, visita o túmulo de Padre Cícero, na Capela do Socorro, em Juazeiro.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário