*Rangel Alves da Costa
A Mulher de Branco é tão misteriosa e amedrontadora que ninguém sabe ao certo sua origem nem a real motivação de aparecer toda vestida de branco após o anoitecer nas curvas dos caminhos, nas lombadas das estradas, apenas surgindo de forma fantasmagórica.
Também estranho que nem todo mundo consiga avistá-la, pois apenas alguns cujo olhar de repente se assombra diante daquela imagem assustadora. Dizem até que, como num voo, às vezes se lança em direção à vidraça dos veículos. Para depois sumir.
Muitos falam que não passa de uma lenda, de um velho mito que vai se espalhando de geração a geração. Outros, contudo, não só asseveram sua existência como confirmam a sua visão. Muitos juram por tudo na vida já tê-la avistado em determinado lugar de uma estrada.
E muitos até confirmam os lugares mais propícios ao seu encontro. E dizem: “Depois daquela curva, logo na descida, é ali que ela aparece, e do nada, apenas como um vulto todo vestido de branco. E é uma mulher, pois muitas vezes dá até pra ver a feição esbranquiçada da morte e os cabelos desgrenhados dos fantasmas levantados dos túmulos”.
Em Poço Redondo, no sertão sergipano, dizem que na pista em direção a Canindé de São Francisco, principalmente depois da fazenda Santa Rita até chegar ao Mulungu, vez por outra a mulher é avistada nos beirais da estrada.
A visão é tão repentina e assustadora que muita gente sequer acredita no que está diante de si. Somente depois do susto é que vem o medo. Muito motorista se mija nas calças, procura cabelo na cabeça sem encontrar, tremelica tanto que jura nunca mais passar por ali depois do escurecer.
E dizem ainda que a tal mulher também gosta de subir na garupa da moto de solitário viajante. O motoqueiro vai seguindo tranquilo, despreocupado, mas de repente sente um peso maior na garupa. Olha pra trás e logo avista a roupa branca da desconhecida. E também logo sente o bafo frio dos mortos no seu cangote.
Assim já aconteceu, e com gente que não aceita ser chamado de mentiroso. Contudo, eu conheço outra história de outra mulher de branco. Da mulher cujo vestido branco, de casamento, todos os dias é avistado pendurado na parede de uma casinha sertaneja de barro e cipó.
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