Seguidores

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

O CANGAÇO SANGRENTO E AS CRUZES DOS INOCENTES.

 Por Rangel Alves da Costa

Não há como não entristecer. Não há como não sentir por dentro o coração pesaroso e por fora o olhar apertado querendo chorar. E mais ainda quando se está diante de marcas de covardia, de desmedida violência contra inocentes, de cruzes para humildes e injustiçados sertanejos. Mesmo que o pesquisador procure não se envolver sentimentalmente aos fatos, mantendo sempre a imparcialidade perante as realidades encontradas, impossível que a comoção não lhe chegue e os sentimentos não aflorem em angústias e aflições quando encontra e passa a dialogar com os testemunhos sobre a terra de um passado sangrento e cruel. Assim aconteceu na fotografia abaixo. Eu ao lado das cruzes de inocentes sertanejos mortos pelo cangaço, de um senhor e um menino, que no ano de 32 foram vitimados pelo grupo comandado pelo cangaceiro Gato, que num só dia matou sete inocentes desde a região da Fazenda Couro, passando pela Pelada, até finalizar sua sangrenta fúria na Fazenda São Clemente, nos sertões sergipanos de Poço Redondo. Na foto, avista-se uma casinha de oração já em escombros, construída em memória de Antônio Monteiro e do menino Galdino, no mesmo local onde foram mortos por Gato, Azulão, Suspeita, Medalha e Cajueiro. A cruz maior, ao centro das outras duas, antigamente repousava mais ao alto da parede de barro da casinha. Aí jazem sob túmulos os dois primeiros mortos naquele percurso de dor e perversidade sertões adentro. Monteiro deixou esposa, filhos e neto. Galdino, um garotinho de apenas sete anos, deixou toda a sua vida, toda a sua infância, todos os seus sonhos.

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?multi_permalinks=1581439468731658%2C1581370352071903&notif_id=1613414223484881&notif_t=group_activity&ref=notif

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário