Uma Narrativa
da chegada do cadáver do Cangaceiro Corisco a Cidade de Miguel Calmon Bahia!
Pela professora Dalva Vilaronga em seu livro Retrato de Miguel Calmon.
Relato: Corisco partiu da Cidade de Jeremoabo no dia 02 de maio de 1940 com Dadá sua mulher, acompanhados do casal de Cangaceiros, Rio Branco e sua mulher Florença, Corisco e Dadá levava também uma menina de 10 anos de idade que os tratava de afilhada, e a garota atendia pelo o nome de Zefinha... Todos partiram em fuga em direção a cidade de Bom Jesus da Lapa Bahia. Da Lapa para frente cada um tomava seu rumo foi o combinado dos casais de Cangaceiros!
Seguiram todos montados em mulas e seguiram viagem sem pressa, pois já eram anistiados pelo Governo da Bahia, mas o famigerado Tenente José Osório de Farias o aguçado Zé Rufino tinha sabido que Corisco tinha abandonado as armas! E o Tenente descobriu que Corisco e Dadá viajava com muito dinheiro e muito ouro fruto dos assaltos em época do Cangaço, foi daí que Zé Rufino saiu em perseguição aos anistiados Cangaceiros, o Tenente levava consigo 4 soldados, foi quando ele chegou na Cidade de Djalma Dutra atual Miguel Calmon no dia 21 de maio em uma segunda feira, onde formou uma pequena volante liderada por ele! depois de ter notícia da passagem de corisco e os demais pela região.
Com o Tenente foram os Sargentos José Fernandes e José Otávio de Sena, e os soldados, José Rocha, (Zé Roxão) Mulungu, Maninho Caraibeira, Campenha e Gervásio Silva, a fora os 4 de Jeremoabo, e tomaram a força um Caminhão de um Cidadão por nome José Claudio que também foi obrigado a ir em situação de motorista...
A comitiva de Cangaceiros liderada por Corisco chegam a Barra do Mendes, no dia 23 de maio em uma quinta feira, e pediram pouso em uma fazenda de propriedade do senhor José Pacheco dono da fazenda e disseram que estavam muitos cansados e era só por um dia para que desse tempo de lavar roupas e comprarem comida para chegarem até a Bom Jesus da Lapa e o velhos lhes concedeu o poso em uma casa de farinha que ficava ao lado da fazenda.
Na noite da chegada por infelicidade a mulher do fazendeiro veio a falecer e Dadá e os demais foram para o velório, o enterro foi no outro dia no cemitério de Barra do Mendes, a 6 KM. da fazenda Pacheco, enterraram a mulher e foram tomar cachaça no bar de Gaudêncio Mendonça no centro da Cidade, depois de muita bebedeira um dos bêbados tirou uma gracinha com Dadá, e ela o pediu que parasse com suas brincadeira de mau gosto, Corisco viu tudo e fingiu não ver! pois os pobres coitados não sabiam com quem estavam se metendo...
No dia 25 de maio era um sábado e era dia de feira em Barro Alto e o filho do fazendeiro por nome José Antônio Pacheco, foi fazer compra para a família e Corisco pediu que ele comprasse algumas mercadorias e assim que o rapaz voltasse eles viajavam! Nesse mesmo dia o Tenente Zé Rufino chega a Barro Alto em seu Caminhão carregados de matadores. O Tenente cheio de autoridade abordavam todos os sertanejos que se encontravam na feira livre de Barro Alto, foi quando o Antônio já se arrumava no cavalo para a sua volta, já com tudo comprado quando foi grosseiramente abordado por Zé Rufino, que lhes perguntou se tinha visto um casal com uma criança, e ele respondeu! estão arranchados lá em casa e estão me esperando pelas compras que me pediram para comprar! Brutalmente Rufino dar ordem de prisão ao rapaz e seguem juntos de Caminhão, ao chegarem perto uns 2 KM. da fazenda eles param o caminhão e seguem a pé espalhados e e em cerco as imediações da fazenda.
Era 4 horas da tarde quando Dadá bota a cara na janela, dá de cara com a volante e grita!!! Vixe Corisco é macaco! me acompanhe! e correram pela porta dos fundos, e o que se viu foi tiros de fuzil e metralhadora, Dada gritou Corisco meu véio, tô baleada e Corisco gritou "maior é Deus" foi quando uma rajada de metralhadora lhes cortou ao meio! Zé Rufino covardemente grita Corisco fio do diabo porque não se entrega! nisto o homem já rolando pelo chão com as tripas nas mãos, ainda teve tempo de xingar Zé Rufino e dizer não me entrego para um Exército vou me entregar ao um covarde com tú Rufino!
Corisco o chamou de covarde porque achava que era um homem livre, mais foi morto por causa do dinheiro que carregava consigo! Antes de morrer pediu a um soldado que lhes tirassem a sua alpercata e agradeceu " Deus te pague" Levaram Corisco e Dadá e a menina para Miguel Calmon Corisco morreu no Caminho as 4 horas da manhã do dia 26 de maio domingo!
Sepultaram Corisco no cemitério municipal de Miguel Calmon e Dadá foi submetida a uma cirurgia para amputação de sua perna pela equipe medica: Dr. Reinaldo Salles, Dr. Gasparino Barreto e Dr. Samuel Figueiras, após dez dias do sepultamento de Corisco autoridades deceparam sua cabeça e o braço direito e levaram para Salvador para um museu. em 1972 Dadá volta a Miguel Calmon e leva as ossadas de Corisco para sepulta-la onde se encontrava a cabeça dos outros Cangaceiros Lampião e demais...
Dadá sem a perna esquerda criou toda
a sua família e indo a falecer no dia 7 de fevereiro de 1994 aos 78 anos de
idade.
Foto e fonte
do livro Retrato de Miguel Calmon autora: Dalva Vilaronga.
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