Por José Mendes Pereira - (Crônica 95)
Existem pessoas que nunca fizeram nada por ninguém e nem farão, porque o mais importante é: fazer para si própria, adquirir para resolver os seus problemas, as suas necessidades, as dos outros, que cada um resolva sem convocar ninguém para ajudá-lo.
Mas o mais importante na humanidade é que: enquanto um se nega a fazer algo por alguém, outros estão ali, procurando, pelo menos amenizar os problemas dos outros sem olhar a quem.
No final da década de 60, do século XX, estendendo-se para o início da década de 70, eu ainda era interno da "Casa de Menores Mário Negócio", e vivia exclusivamente à custa do governo Estadual, e se, nós, internos éramos malandros, no bom sentido, muito mais era o governo estadual que nos sustentava sem nem ao menos, nós, batermos um prego numa barra de sabão, e tudo que os outros alunos como Railton Melo, Raimundo Feliciano, Jorge Braz, João Augusto Braz, eu e outros, precisávamos, como roupas, alimentos, médicos, tratamentos dentários..., era dado pelo governo do Rio Grande do Norte.
Certa feita, precisando de tratamento dentário, à tarde, fui enviado pela diretora da instituição educativa, dona Ana Salem de Miranda (dona Caboclinha como era chamada, esposa de José Genildo de Miranda, que era radialista e fora vice-prefeito de Mossoró), até ao gabinete dentário do odontólogo Dr. Edson Leite Duarte, que funcionava no térreo do prédio da "Sociedade União de Artistas", localizado à Rua Coronel Vicente Saboia, centro de Mossoró.
Enquanto o Dr. Edson Leite Duarte fazia os trabalhos dentários em uma paciente, lá fora, do outro lado da rua, em uma calçada, escandalosamente, um senhor chorava sem parar um só instante. Os transeuntes que por ali passavam naquele instante, todos queriam saber o porquê daquele escândalo e derramamento de lágrimas. Logo a notícia saiu: o senhor que chorava no momento, sofria uma grande dor de dente.
E logo, o Dr. Edson Leite Duarte tomou conhecimento do pranto daquele homem, e mesmo com o seu jeito sério, abandonou a sua sala, e foi até ao local onde o homem chorão estava, e o trouxe para o seu gabinete.
Acabar no momento o sofrimento daquele homem era impossível, porque não se pode fazer extração de um dente quando ele está inflamado, mas o Dr. Edson Leite Duarte o tangeu para dentro do seu gabinete, posteriormente, o trouxe para a sala de espera, e mandou que ali, junto com nós pacientes, sentasse.
Não sei o que ele fez para evitar aquela dor tão infeliz naquele homem, mas, mais ou menos 20 minutos depois, o senhor dormia sentado sobre a poltrona. Acredito que foi medicado com um tranquilizante qualquer, já que ele permaneceu dormindo enquanto eu permanecia à espera para ser atendido. Ao sair do local, o homem continuava dormindo.
Parabéns, Dr. Edson Leite Duarte, tenho certeza que o senhor foi muito importante para Mossoró, prestando os seus serviços odontológicos à população.
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