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domingo, 16 de outubro de 2011

Considerações sobre a entrevista de João de Sousa Lima ao site do Caldeirão Político (*)

José Romero Araújo Cardoso

Considerações sobre a entrevista de João de Sousa Lima ao site do Caldeirão Político
(*) José Romero Araújo Cardoso



João de Sousa Lima, natural de Paulo Afonso (BA), destaca-se pelo empenho em resgatar a cultura nordestina, sendo autor de clássicos sobre o cangaço. O evento referente ao centenário de nascimento da


“Rainhado Cangaço” marcou indelevelmente o reconhecimento público ao importante militante da história regional.
Prazer inenarrável foi constatar através de leitura diária que realizo em acesso virtual ao site do Caldeirão Político a beleza da entrevista prestada por João de Sousa Lima ao escritor, advogado e jornalista Francisco Alves Cardoso.
A entrevista de João de Sousa Lima tem o merecimento histórico de ter destacado a grandeza de um dos maiores mitos do nordeste brasileiro.


Luiz “Lua” Gonzaga merece todos os aplausos presentes e futuros, pois sua arte trouxe à tona a alma de uma gente, os lugares de uma região, a história de um povo e a geografia de um dos mais belos de todos os territórios da federação brasileira.
Quem gosta da boa música regional nordestina não pode ficar indiferente à forma magistral como João de Sousa Lima narrou suas emoções com relação a Luiz Gonzaga e sua arte.


A lembrança do pai rememorando os banhos no Riacho do Navio quando este afluente do Pajeú sangrava toca fundo o coração de todos os nostálgicos que tiveram a sorte de ter seu genitor, como é o meu caso, profundo apreciador da música de Luiz Gonzaga. Meu pai admirava bastante Luiz Gonzaga, razão pela qual era freqüente a sintonia na Rádio Alto Piranhas de Cajazeiras, quando a radiofonia emitia os acordes fabulosos da sagrada sanfona do velho “Lua”. “Juazeiro” era a música preferida dele, pois lembrava o trabalho diário na pedreira de gesso dos Rosados em São Sebastião (hoje município de Governador Dix-sept Rosado (RN)).
Luiz Gonzaga deve ser cultuado por todas as gerações. Devemos ser obrigados a gostar do eterno legado cultural do saudoso sanfoneiro do Riacho da Brígida, pois foi para o povo nordestino ao qual se destinou toda preciosa fortuna musical que Luiz Gonzaga deixou, imortalizando retirantes, parteiras, beatos, cangaceiros, pássaros de nossa região, secas lastimáveis, enfim, inúmeras manifestações de nossos quadros humanos e naturais.
A referência da globalização é para que sejamos uma só aldeia, com uma só cultura, pois dessa forma comeremos mais hambúrgueres e outras lástimas que nos destroem moralmente e fisicamente, ao invés de estarmos sintonizados com as coisas da nossa cultura regional. Isso também se destina à cultura musical, tendo em vista que surgem pretensos defensores do nordeste, denunciados de forma enfática pelo grande Dominguinhos, os quais estão mais próximos do que se passa no Texas (EUA) do que em Paulo Afonso (BA), Pombal (PB), Cajazeiras (PB), Serra Talhada (PE), Mossoró (RN) ou outro rincão maravilhoso desse belo nordeste.
João de Sousa Lima, em sua brilhante entrevista, esclarece que a real dimensão da cultura musical do nordeste brasileiro está presente na eterna arte de Luiz Gonzaga. Nada mais fantástico do que constatar que existem centenas, milhares de defensores da verdadeira 
Manifestação que tem inspiração direta nas profundezas das quebradas do sertão, pois, assim como João de Sousa Lima, o paraibano de Nova Floresta, radicado em Mossoró (RN), de nome


Antônio Kydelmir Dantas de Oliveira também não me deixa mentir, razão pela qual a defesa intransigente da real cultura da terra do sol os fazem referências principalmente quando o assunto é a arte de Luiz Gonzaga.

(*) José Romero Araújo Cardoso, geógrafo, professor-adjunto da UERN.


para ler a entrevista:

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