Por: Jair Eloi de
Souza
Era manhã de
terça-feira, 05 de novembro/último. De repente a interlocução de um visitante,
que nada mais era do que JOÃO DE DOMICINA, em missão de convite para que
fôssemos participar de uma pescaria. Já atochado numa beca do ofício
advocatício, ponderei que naquela manhã não poderia atender seu pedido. Missão
em Caicó, discussão de resíduos sólidos, saneamento básico, ministrada pela
FUNASA. Mas, o interlocutor, fez uma alerta: O PEIXE DO RIO ESTÁ MORRENDO TODO.
O Senhor deveria ir até a ponte. Aí fiquei sem gravata, gibão de causídico,
vesti a indumentária de tenista caboclo. E fui acudir a ninhada de filhotes da
natureza, que estavam sendo trucidados. Uns clamando por oxigênio já
marimbondos, vivendo seus últimos estertores, outros jaziam na areia seca tendo
como companhia formigas sanguinárias. A água dantes cristalina, era uma
substância gelatinosa incandescente e prateada. Um cenário à aparência das
tendas de Vulcano, no antigo Egito, temperando o ferro para aplicar na pirâmide
de Keops, e 2.500 depois, serem resgatadas sem indício de oxidação.
A mortalidade
em princípio ficaria nos limites do cardume pesqueiro e da flora arbustiva e
gramíneas, mas, já quarta-feira à tarde, se via pequenos animais e batráquios
como sapo, jia, caçotes, cachorro de areia, rãs, estateladas em estado de
putrefação. Com um agravante, o odor, a caatinga exalando das moitas e ilhotas,
era insuportável. Nos próximos dias, não é impossível, vamos ter guaxinim e
raposas percorrendo o martírio do envenenamento até a morte.
Ad argumentando,
o Município de Jardim de Piranhas, tem dois avizinhados na Paraíba, de
superlativos galopes de poluição química: São Bento e Paulista. O primeiro com
as unidades fabris de transformação do fio e tinturaria. O segundo mesmo em
plena estreiteza dessa seca, tem muito cultivo de leguminosas e verduras, com a
adoção da prática de utilização de agrotóxicos. Uma torrente de poluição não
menos contaminante ou menos nociva como o cenário anterior. Nessas
circunstâncias, urge a consolidação da malha de lagoa para decantação dos
resíduos líquidos em Jardim e todas as outras cidades, para que não continuemos
com a incidência da alta taxa de ocorrências de cânceres em todas as faixas
etárias, mas com maior aprofundamento naqueles que morrem na idade meã ou na ante
sala da velhice.
Façamos um
armistício em favor de salvar o Piranhas, todos nós, começamos nossas vidas,
tomando banho nas suas águas cristalinas.
Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço Francisco Borges de Araújo
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário