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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

O TIPO DE LAMPIÃO, A DESCRIÇÃO DO REI DO CANGAÇO.

Por Leonardo Mota

Amulatado e de estatura meã; magro e semicorcunda: barba e nuca ordinariamente raspadas: cabelos compridos e sempre que possível perfumados; na perna esquerda, encravada uma bala, com que alvejou o sargento Quelê, da polícia paraibana; o olho direito, branco e cego, escondido pelos óculos pardacentos, de aros dourados; mãos compridas que semelham garras; os dedos cheios de anéis de brilhantes, falsos e verdadeiros; ao pescoço, vasto e vistoso lenço de cores berrantes, preso no alto por valioso anel de doutor em direito; sobre o peito, medalhas do padre Cícero, escapulários saquinhos de rezas fortes: chapéu de cangaceiro, tipicamente adornado de correias e metal branco; calças de brim escuro; alpercatas reluzentes de ilhoses amarelos; a tiracolo, dois pesados embornais de balas e bugigangas, protegidos por uma coberta e xale finos; tórax guarnecido por três cartucheiras bem providas; ágil como um felino, mas aparentando constante estropiamento e exaustão; as mãos o fuzil e a cinta duas pistolas "Parabelum" e um punhal de setenta e oito centímetros de lâmina.

Fonte: Livro - No Tempo de Lampião - autor - Leonardo Mota

Pedro Ralph Silva Melo (administrador)


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