Por Luiz Serra
CANUDOS. Uma
guerra brasileira na pós-República, que eliminou quase 30 mil patrícios às
margens do leito do Vasa-Barris, cinco mil militares e mais de 20 mil jagunços
tombaram. No meio da caatinga constituiu-se a maior vila do sertão baiano.
Cenário
que um dia foi a guerra do fim do mundo...Canudos... História Ilustrada
Tudo começou para
muitos num equívoco pueril de compra de madeiras, que poderia ser solucionado
via diálogo com autoridade local. No confrontar o líder messiânico do arraial do
Belo Monte, a turba de fanáticos reagiu a seu modo, e nos dias seguintes foram
relatados pequenos saques a armazéns nas vilas das redondezas.
Foto
da Quarta Expedição parte do 24º Batalhão de Infantaria.... alguns soldados com
as vestes rotas e descalços... Flávio de Barros (Biblioteca do
Exército).
Daí para o
custoso e inapelável avanço de quatro expedições do Exército brasileiro com
batalhões de infantaria e artilharia reforçados com pelotões de jagunços das
polícias do Amazonas, da Bahia, do Rio Grande do Norte e de São Paulo.
Foto
de mulheres sertanejas que defenderam o arraial do santo
Conselheiro... facões jacaré... História Ilustrada.
Consideradas
três derrotas fragorosas das forças republicanas e a derradeira – a custo –
conseguiu abater os conselheiristas sob o aço dos canhões.
TRECHOS de nosso próximo Ensaio:
TRECHOS de nosso próximo Ensaio:
“Na realidade no espaço ocupado do arraial de Canudos era uma antiga fazenda de gado com uma edificação em estado de abandono. O vasto terreno pertencia ao município de Monte Santo e, por volta de junho de 1893, Antônio Conselheiro iniciou a ocupação do local junto a seus prosélitos, estabelecendo uma comunidade de cerne religioso e mesclado ao discurso contra Republicano. De pronto substituiu o topônimo do lugar de Canudos por Belo Monte”.
O
25º Batalhão de Infantaria na trincheira da Fazenda Velha... Quarta expedição do
General Arthur Oscar... foto Flavio de Barros (Biblioteca do Exército).
“O arraial do
Belo Monte ficava de entradas abertas. Não se reclamava antecedentes de quem
chegava. Se chegou até lá é por que veio de “alma liberta”, num dos ditos da
seleta do santo Conselheiro. Além do mais acolhia o desejo de contemplar a
imagem de Cristo. Nisto chegavam famílias de retirantes, gente maltrapilha e
sofrida, também indivíduos de má fama, acorriam para lá. A todos era oferecido um
teto. A comuna tinha suas obrigas, incumbências e preceitos do chefe do povo,
João Abade, como assistir aos ofícios e ladainhas, e no cotidiano eram vedados
comportamentos como os referentes à embriaguez, por exemplo”.
As expedições
(primeira) tenente Pires Ferreira (1896); (Segunda) Major Febrônio de Brito
(1897); (Terceira) Coronel Moreira César (1897); e (quarta) General Arthur
Oscar (1897), fizeram o esforço heroico e ingente de defender a República
contra a guerrilha quase invicta de Conselheiro.
Luiz Serra é Brasiliense, professor, escritor e pesquisador do cangaço autor do livro "Sertão Anárquico de Lampião".
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