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quinta-feira, 26 de abril de 2018

A COMUNA DE ANTONIO CONSELHEIRO E A GUERRA DE CANUDOS DE 1897


Por Luiz Serra

CANUDOS. Uma guerra brasileira na pós-República, que eliminou quase 30 mil patrícios às margens do leito do Vasa-Barris, cinco mil militares e mais de 20 mil jagunços tombaram. No meio da caatinga constituiu-se a maior vila do sertão baiano.

Cenário que um dia foi a guerra do fim do mundo...Canudos... História Ilustrada

Tudo começou para muitos num equívoco pueril de compra de madeiras, que poderia ser solucionado via diálogo com autoridade local. No confrontar o líder messiânico do arraial do Belo Monte, a turba de fanáticos reagiu a seu modo, e nos dias seguintes foram relatados pequenos saques a armazéns nas vilas das redondezas.

Foto da Quarta Expedição parte do 24º Batalhão de Infantaria.... alguns soldados com as vestes rotas e descalços... Flávio de Barros (Biblioteca do Exército).

Daí para o custoso e inapelável avanço de quatro expedições do Exército brasileiro com batalhões de infantaria e artilharia reforçados com pelotões de jagunços das polícias do Amazonas, da Bahia, do Rio Grande do Norte e de São Paulo.

Foto de mulheres sertanejas que defenderam o arraial do santo Conselheiro... facões jacaré... História Ilustrada.

Consideradas três derrotas fragorosas das forças republicanas e a derradeira – a custo – conseguiu abater os conselheiristas sob o aço dos canhões.

TRECHOS de nosso próximo Ensaio:

“Na realidade no espaço ocupado do arraial de Canudos era uma antiga fazenda de gado com uma edificação em estado de abandono. O vasto terreno pertencia ao município de Monte Santo e, por volta de junho de 1893, Antônio Conselheiro iniciou a ocupação do local junto a seus prosélitos, estabelecendo uma comunidade de cerne religioso e mesclado ao discurso contra Republicano. De pronto substituiu o topônimo do lugar de Canudos por Belo Monte”.

O 25º Batalhão de Infantaria na trincheira da Fazenda Velha... Quarta expedição do General Arthur Oscar... foto Flavio de Barros (Biblioteca do Exército).

“O arraial do Belo Monte ficava de entradas abertas. Não se reclamava antecedentes de quem chegava. Se chegou até lá é por que veio de “alma liberta”, num dos ditos da seleta do santo Conselheiro. Além do mais acolhia o desejo de contemplar a imagem de Cristo. Nisto chegavam famílias de retirantes, gente maltrapilha e sofrida, também indivíduos de má fama, acorriam para lá. A todos era oferecido um teto. A comuna tinha suas obrigas, incumbências e preceitos do chefe do povo, João Abade, como assistir aos ofícios e ladainhas, e no cotidiano eram vedados comportamentos como os referentes à embriaguez, por exemplo”.

As expedições (primeira) tenente Pires Ferreira (1896); (Segunda) Major Febrônio de Brito (1897); (Terceira) Coronel Moreira César (1897); e (quarta) General Arthur Oscar (1897), fizeram o esforço heroico e ingente de defender a República contra a guerrilha quase invicta de Conselheiro.


Luiz Serra é Brasiliense, professor, escritor e pesquisador do cangaço autor do livro "Sertão Anárquico de Lampião".

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