Por José Mendes Pereira
Facínora famoso é sempre visto e admirado pela população, mesmo ela sabendo que ele é faca de dois gumes e não é pessoa confiável, pois basta um olhar desagradável em sua direção, aquele olhar poderá se tornar um bom motivo para uma vingança por parte do marginal.
Veja o que disse Sebastião Pereira da Silva o cangaceiro Sinhô Pereira a um jornalista. (O recorte de jornal que eu apanhei esta informação não tem o nome do repórter e nem o nome do jornal, apenas o endereço do blog que eu o adquiri - http://meneleu.blogspot.com.br).
"- Todos queriam me ver - dizia Sebastião Pereira da Silva o ex-cangaceiro Sinhô Pereira. Achei engraçado! Pra todo lado que eu fosse tinha uns 40 olhos em cima de mim". Prefiro ficar aqui com meus netos, com minha farmácia. Aqui enterrei meu passado. Minha presença em Pernambuco pode reacender velhos ódios".
Ele se referia quando retornou ao Pajeú após a sua saída de lá para Minas Gerais Estado do Brasil.
Veja leitor, que o ódio de um facínora famoso permanece sempre consigo. É possível que quando o Sinhô Pereira cedeu esta entrevista a um repórter, ele já estava com a idade avançada (pela foto ver-se que a sua idade já passava dos 70 anos), porque só o encontraram em Minas Gerais depois de várias décadas passadas após o cangaço, mas mesmo assim, ele disse:
"Aqui enterrei meu passado. Minha presença em Pernambuco pode reacender velhos ódios".
Pesquisador Antonio José de Oliveira lá da cidade de Serrinha, no Estado da Bahia, e Francisco Carlos Jorge de Oliveira lá do Estado do Paraná, vejam que homem valente era o Sinhô Pereira. Mesmo com a idade avançada, tranquilo, comerciante, e quem sabe, feliz, ainda temia reativar novas rixas se voltasse à sua terra natal Serra Talhada!
Continua o depoente:
"- Aqui recebi a notícia sem surpresa, a notícia da morte do compadre Virgolino. Quero morrer aqui com meus parentes e meus amigos. Não quero recordar o tempo do cangaço. Dele só poderia dizer como Virgolino: Só trouxe fome, sede e nudez".
Um pouco sobre a biografia de Sebastião Pereira da Silva o ex-cangaceiro Sinhô Pereira
Sebastião Pereira da Silva mais conhecido como Sinhô Pereira nasceu em Serra Talhada no dia 20 de janeiro de 1896, e faleceu em Lagoa Grande no Estado de Minas Gerais, no dia 21 de agosto de 1979. Era descendente do Coronel Andrelino Pereira da Silva, o Barão de Pajeú, que era tio-avô do empresário João Santos fundador da Fábrica de Cimento Nassau.
Sinhô Pereira era alfabetizado e trabalhava no campo. Motivos familiares levaram-no a ingressar no cangaço, tendo recebido a insígnia de comandante de tropa. Pressionado politicamente e perseguido por forças policiais, viajou com o primo Luiz Padre para Goiás e Minas Gerais, onde obteve o título de cidadão mineiro. Ao deixar o cangaço, no ano de 1922, Sinhô Pereira entregou sua tropa para o comando de Virgulino Ferreira da Silva.
Sinhô Pereira sentado e Luiz Padre em pé - Dois primos valentes ao estremo
O apelido de Lampião existem duas versões, mas sabemos que a mais provável é a que foi afirmada pelo cangaceiro Sinhô Pereira no ano de 1971, após 49 anos, quando visitou pela última vez sua terra natal "Serra Talhada" e deu entrevista ao seu primo Luiz Lorena e que fora prefeito de lá. - (http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/02/entrevista-c-o-ex-cangaceiro-sinho.html)
Luiz Conrado de Lorena e Sá - www.fundacaocasadacultura.com.br
VEJA O QUE PERGUNTOU LUIZ CONRADO DE LORENA E SÁ AO EX-CANGACEIRO SINHÔ PEREIRA:
Luiz Lorena - "Por que Virgolino Ferreira da Silva ganhou o apelido de Lampião?"
Sinhô Pereira respondeu:
- "Num combate, à noite, na fazenda Quixaba, o nosso companheiro Dê Araújo comentou que a boca do rifle de Virgolino mais parecia um lampião. Eu reclamei, dizendo que munição era adquirida a duras penas. Desse episódio resultou o Lampião que aterrorizou o Nordeste".
O que disse Sinhô Pereira que era seu comandante, sobre o apelido de Virgulino Ferreira da Silva para Lampião, não há mais dúvida, quem prevalece é a primeira versão, pois ela foi afirmada pelo poderoso cangaceiro, e não é mais necessário falar na 2ª, para evitar que complique a mente dos estudantes do cangaço que estão começando agora.
Sebastião Pereira da Silva Sinhô Pereira faleceu numa manhã no final do ano de 1979, em Lagoa Grande, Estado de Minas Gerais, deixando para trás uma vida e uma história marcadas de angústia, dores e vontade de viver feliz com sua família e amigos.
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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