Por José
Mendes Pereira
Colorido pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio
Diz o pesquisador e colecionador do cangaço Ivanildo Alves Silveira que o coronel João Pereira, pai
do cangaceiro Chico Pereira, morava em Nazarezinho, no Estado da Paraíba.
Casara-se com dona Maria Egilda e era proprietário de um sítio que ele mesmo o
nomeou de fazenda Jacu. E além deste, era dono de um barracão, onde vendia
produtos alimentícios à vizinhança.
Do
casal nasceram sete filhos, três mulheres e quatro homens, sendo os homens:
Aproniano, Abdon, Abidias (faleceu em 2004 com 1003 anos). e o
Francisco Pereira Dantas, o Chico Pereira. Como o coronel tinha mania de permanecer
em seu comércio, mesmo depois do dia, nessa noite, o patenteado João Pereira
ainda se encontrava de portas abertas, mas prestes a fechá-las. E sem menos
esperar, recebeu a visita de três homens armados. Ao atendê-los, como
sendo autoridade do lugar, sem usar autoritarismo, amigavelmente chamou a
atenção deles, explicando-lhes que o uso de armas estava sendo proibido por uma
lei municipal, aprovada em assembléia, que não permitia mais as pessoas
perambularem armadas pelas ruas do lugar. Como o município havia criado essa
lei, ele achava que os homens deveriam obedecê-la.
E
sem imaginar que o seu conselho lhe custaria a vida, causou uma discussão
acirrada, seguida de tiroteio dentro do seu barracão. No momento, a bagunça foi
desastrosa, onde facadas, pancadarias e gritaria aconteceram no local, deixando
alguns mortos e outros feridos. Inclusive o coronel João Pereira, que tendo
sido atingido por balas, foi conduzido às pressas para ser socorrido em sua
residência, na fazenda Jacu, numa distância de mais ou menos cinco quilômetros.
Como o socorro demorou, devido à distância entre o lugar onde ocorreu o crime e
a sua residência, em consequência dos graves ferimentos, veio a falecer diante
de sua família. Mas antes do último suspiro, ele fez um pedido aos filhos: que
não fizessem vingança. Entregassem o caso às mãos de Deus. Estas foram as
suas últimas
palavras.
E
já que ele estava caminhando para a eternidade, e não teria mais volta ao
mundo, todos os seus filhos perdoassem o erro do seu agressor. Com certeza, o
medo e a intenção do patriarca, era que os seus filhos não sofressem nas mãos
da polícia, se caso tentar a sua
morte.
Após o enterro, como o coronel tinha boas amizades, a população revoltou-se contra o assassino do patenteado, e passou a exigir justiçaurgente.
A
polícia tomara conhecimento do assassinato, mas não se interessou de trancafiar
o criminoso, chamado Zé Dias. Sentindo-se pressionado pela população,
pedindo-lhe justiça, Chico Pereira que nessa época, ainda não era cangaceiro,
sendo ele o filho mais velho do coronel, de vinte e dois anos de idade, deu
início à procura de Zé Dias.
O
criminoso temendo ser justiçado pela morte que fizera, procurou se ocultar nas
serras. Mas depois de muita procura, dentro dos cerrados, finalmente Chico
Pereira o encontrou. Prendeu-o e o levou à presença da polícia. Com essa
façanha, ele foi considerado pelo povo do município como herói, que era o
desejo de todos verem Zé Dias entre as grades, para pagar o que fizera com
o coronel João Pereira. Mas para a tristeza da população, e o desgosto de Chico
Pereira, por ter levado o criminoso à presença das autoridades para puni-lo, e
não sendo justiçado, dias depois, o assassino já se encontrava em total
liberdade, passeando livremente pelas ruas de
Nazarezinho.
A
população que não se conformara com a atitude da justiça, colocando o criminoso
em liberdade, iniciou um protesto, uma espécie de cobrança, e passou a exigir
que o próprio Chico Pereira, como sendo ele o filho mais velho do coronel, com
urgência, fizesse a vingança, assassinando àquele que havia exterminado a vida
do seu
pai.
Este,
sentindo-se exigido pela população, e sem outra opção, se viu obrigado a não
cumprir o pedido do pai. E partiu para fazer o contrário de João Pereira,
a vingança, como era costume na época, honra familiar do
sertão.
Passado
alguns dias, o criminoso Zé Dias foi encontrado morto nas terras paraibanas.
Infelizmente, Maria Egilda ouviu do seu próprio filho, uma frase que mãe
nenhuma deseja ouvir: "Mamãe, fizeram-me criminoso”.
Ivanildo
diz em seu texto que: Chico Pereira após ter feito a vingança, temendo ser
preso, com agilidade, fugiu para as caatingas do nordeste, passando a viver
embrenhado às matas da
região.
Como
não queria pagar pela sua vingança, que para ele era além de justa, foi
astucioso: pensou e criou um bando de cangaceiros, e o pôs em
prática, para se tornar fortalecido diante daquelas perigosas feras, o que na
época, era um dos movimentos que os jovens muito se interessavam, praticando
assaltos, mortes por onde
passavam.
Chico
Pereira, antes, talvez, não sei, não tivesse vontade de se tornar assassino.
Mas depois que mataram o seu pai, no ano de 1922 (período em que Lampião
recebeu das mãos do Sinhô Pereira o seu afamado bando), deu início a sua
vida de bandoleiro, que segurou por seis anos, que dominava os sertões e fugia
da polícia. No dia 27 de Julho de 1924, juntou-se a Lampião para atacar a
cidade de Sousa, dando continuidade até o ano de 1928, quando foi
assassinado.
Chico
Pereira não usava chapéu quebrado na testa, nem gibão,... Seu jeito de ser, diz
Ivanildo Silveira, é provável que tenha se expirado em Tom Mix, em revistas
norte-americanas que vez por outra chegavam às caatingas.
Segundo
José Romero Cardoso, o Jornal do Recife de 22 de novembro de 1927, citado por
Frederico Pernambucano de Mello, disse que Chico Pereira não usava cabacinha
d'água, chapéu de couro, preferindo um traje assim a herói do Far West, usando
chapéu de massa, de abas largas, lenço vermelho ao pescoço, pesadas
cartucheiras, calças colote e clássico punhal nortista traspassado à cinta. E
que muito exigiu que seu código de honra fosse respeitado e conservado. Quando
qualquer indivíduo tentava desrespeitar, com certeza, estava assinando uma
sentença de morte.
Mas
Chico Pereira tinha algo para cumprir. Apesar de já estar com mais de vinte
anos de idade, mesmo diante de tantas decepções na vida e perseguições por
parte das volantes, por ele ter matado o assassino do seu pai, estava uma moça
chamada Jardelina de Nóbrega, com apenas doze anos de idade. E aos quatorze
anos, já muito apaixonada, jardelina de Nóbrega noivara-se com o
bandido.
Como
Chico Pereira não podia estar presente à recepção matrimonial, devido às
perseguições da polícia, que não lhe davam trégua, o seu casamento foi
realizado na igreja católica, através de procuração, autorizada em cartório
local.
Apesar de ser cangaceiro, vivendo
exclusivamente dentro das caatingas nordestinas, livrando-se da polícia, Chico
Pereira ainda deu de presente à Jardelina de Nóbrega, três filhos, os quais não
chegaram a conhecê-lo, pois Jarda, como era carinhosamente chamada pela
população, viuvara no dia 28 de outubro de 1928, com apenas dezessete anos de
idade, quando o seu esposo foi barbaramente assassinado, no Rio Grande do Norte
pelos próprios policiais que os recambiaram para o Fórum de Currais
Novos.
Chico
Pereira iria ser julgado em Acari, e um dia antes de sua morte, a escolta já
estava pronta para recambiá-lo até Currais Novos. E mais ou menos no início dos
primeiros minutos do dia 28, as autoridades partiram da capital, levando o
criminoso para ser julgado naquela comarca.
Café
Filho que na época era o seu advogado (este, posteriormente chegou a ser
vice-presidente da república, e com a morte de Getúlio Vargas, assumiu a
presidência do Brasil), percebera que o seu cliente poderia ser morto, por
suspeitar que o tenente Moura, chefe da escolta que transportava o preso,
poderia arquitetar algo contra ele, resolveu acompanhá-lo em seu carro próprio.
Mas um dos seus amigos o aconselhou que desistisse, pois onde eles matassem
Chico Pereira, ele também seria morto como queima de arquivo. Temendo o que lhe
dissera o amigo, Café Filho desistiu da viagem, só viajando no dia
seguinte. Assim que o dia surgiu, Café Filho preparou os seus
documentos, isto é, material que seria usado na hora do julgamento, e quando já
estava pronto para partir até o Fórum de Currais Novos, foi informado através
de um telegrama, que o seu cliente havia falecido num desastre automobilístico,
no mesmo carro que o levava para o fórum municipal, lá de Currais
Novos.
O
começo da injusta morte do cangaceiro Chico Pereira, deu-se quando entre o
ano de 1926 (ou possivelmente no ano de 1927), uma fazenda de nome “Rajada”, localizada
nas adjacências de Currais Novos, patrimônio que pertencia a um dos mais
renomados coronéis da região, um senhor chamado Joaquim Paulino de Medeiros,
conhecido nas redondezas por “Quincó da Ramada”, esta tendo sido
invadida e assaltada por um grupo de vândalos. Como a polícia há meses que
andava nos rastros de Chico Pereira, não tinha dúvida que o assalto tinha sido
praticado por ele.
Mas o não feito pelo cangaceiro, foi confirmado
pela esposa do próprio coronel assaltado, afirmando aos homens da lei, que
aquele homem que se achava preso (o Chico Pereira), nunca estivera em
sua fazenda. Ainda lhes disse que o mais justo, seria libertar o rapaz do
castigo.
Mas os justiceiros não aceitaram a sua confirmação,
reafirmando que a invasão tinha sido feita mesmo pelo cangaceiro. Como não
aceitaram as palavras da esposa do coronel, foi o suficiente para deixarem-no
entre as
grades.
O
cangaceiro em depoimento às autoridades, dissera que as acusações contra a sua
pessoa eram falsas, pois em toda sua vida, inclusive a de bandoleiro, jamais
tivera colocado os seus pés naquele município. E também não conhecia
as terras de Currais Novos, e não tinha amizades com pessoas daquele lugar. Mas
infelizmente, o Chico Pereira foi deixar a sua amada e gostosa vida naquelas
terras que o condenara como invasor da Fazenda Rajada.
Quando
a notícia chegou ao conhecimento do advogado Café Filho, e posteriormente aos
ouvidos da população, não acreditaram, e imaginaram logo que a morte do cangaceiro
Chico Pereira havia sido premeditada.
A noite
do dia 27 de outubro de 1928, já havia ido embora. E o sol mandava os seus
primeiros raios para iluminarem a terra. O vivente que logo perderia a sua
amada vida, não desconfiava que poderia ser alvo de uma traição. Ao chegar ao
local, cuidadosamente observou o abismo, que lá seria a sua última
instância na terra. A sua morte antecipada estava para acontecer naquele
momento. Ninguém o evitaria conhecer o outro lado da vida. Nem o próprio Deus, que
lá de cima, assistia tudo, mas não se manifestou em seu favor
Finalmente
chegou o momento do seu sofrimento. Nunca tinha pensado em passar
por coisa tão horrorosa assim. Por uma estrada cheia de altos e baixos, que em
nenhum momento ela mostrou-se adversária aos homens do carrasco. Além da
estrada de barro, tinha a outra, que não tem regresso. Chico Pereira a ganhou
de
presente.
Infelizmente
viajou para o outro mundo, aos 28 anos de idade, deixando para trás, mãe,
irmãos, esposa, filhos, parentes e aderentes, e uma história marcadas de
angústia, dores e vontade de viver ao lado dos que muito o amavam.
O cangaceiro
jamais fora atingido por bala, faca, nem mesmo no momento em que estava pronto
para morrer, porque o crime foi premeditado em virada de carro. Este
foi morto a pancadas de coices de carabina, dadas com o infeliz algemado, sem
nenhuma maneira de se defender.
Depois ainda,
por brutalidade e vingança, viraram o carro por cima. O rosto ficou esmagado,
que mesmo os próprios justiceiros, não o reconheceram após a chacina, pois
havia ficado totalmente irreconhecível. A cabeça e a parte tórax ficaram
estraçalhadas.
O
cineasta Volney Liberato, diz que o motorista de nome Genésio
Cabral de Lima, tenente coronel da reserva, da Polícia Militar do Rio Grande
do Norte, vazou pela primeira vez, o segredo que há anos escondia deste
horroroso
crime.
Disse o
depoente ao escritor, que em 1928 ele era sargento da Polícia Militar, e ainda
gozava da juventude, quando foi designado para seguir até a cidade de Acari,
conduzindo o Chico Pereira. Ele viu o criminoso pela primeira vez, no momento
da chacina. Não tinha lembrança da fisionomia do facínora, mas disse que o
criminoso era de estatura mediana. Da escolta, além da sua pessoa, participaram
os seguintes policiais: o tenente Joaquim de Moura, responsável pela escolta. O
sargento Luís Auspício e ainda Feliciano Tertulino, mas os subordinados
policiais.
Enquanto
caminhavam, Joaquim de Moura perguntou-lhe se conhecia bem a estrada que
percorria. O patenteado, isto é, o motorista, respondeu-lhe que sim. Em
seguida, pediu que ao chegar a um aterro bem alto, parasse o carro, no que foi
atendido. Ao chegarem a um lugar chamado “Ligação”, aproximadamente três léguas
separando da cidade de Currais Novos, o motorista obedecendo à solicitação do
tenente, parou o carro bem próximo de um aterro. E lá, todos foram ordenados
para descerem do
automóvel.
Assim que
saíram do carro, o tenente Joaquim de Moura fez algumas perguntas ao bandido,
relacionadas com as suas aventuras vividas no cangaço. O depoente disse que
Chico Pereira foi respondendo uma por uma, ao que lhe deu a entender que o
rapaz se orgulhava das suas bravuras, e era um criminoso de sangue frio, e
despreocupado com o bem estar de qualquer ser humano, ou mesmo dele. Após as
suas respostas, orgulhosamente, e não imaginando de outra atitude, por parte
dos patenteados, foi o bastante para começarem a execução do que estava preparado.
A primeira
pancada aplicada na vítima, o depoente não se lembrou quem na verdade
principiou. Mas disse ao cineasta que não tinha certeza quem havia dado início
à chacina. Mas mesmo assim, optou que teria sido Feliciano
Tertuliano, ou o sargento Luiz Auspício, deixando o preso desnorteado e
cambaleando no meio do nada.
O criminoso só
morreu quando o carro foi virado por cima do seu cadáver. E não havia mais
dúvida. Finalmente o Chico Pereira deixou de brilhar nos sertões nordestinos. Não
querendo ser o único responsável pela chacina, o tenente Joaquim de Moura pediu
que cada um aplicasse-lhe uma pancada de coice de carabina, para que o crime
ficasse distribuído em igualdade. Assim que fizeram essa tamanha maldade contra
o cangaceiro, para completar mais ainda a brutalidade, Chico Pereira foi jogado
dentro do carro, e em seguida, determinaram que virasse o automóvel no abismo.
O motorista informou ao cineasta que foi a sua maior tarefa, isto é, no
abismo, tangeu o carro com o criminoso dentro.
Concluída a
primeira maldade contra o cangaceiro, o tenente Joaquim de Moura disse que
ninguém iria ficar sã, pois todos os participantes da chacina teriam que
ferirem a si mesmos, propositalmente, para justificar o desastre e
impressionarem as autoridades.
Esse maldoso
trabalho foi feito com as próprias mãos dos agentes. Cada um deles aplicou
golpes terríveis ao seu corpo, pancada na cabeça com pedras de gumes
afiadíssimas e fazendo escoriações pelo corpo.
Agora,
sim, parece que deu certa a trama dos agentes. Todos sangravam muito, já que
haviam feito cortes nos seus corpos. Terminada a trama da virada do carro sobre
o corpo de Chico Pereira, os patenteados se apressaram em comunicar o desastre
para Currais Novos. E com um tempo depois, chegou o socorro para conduzir todas
as vítimas do desastre para a cidade. Inclusive o corpo do bandido.
Em Currais
Novos, instauraram o inquérito para apurarem a causa da virada do carro sobre o
bandoleiro. Mas os demais culpados foram absorvidos.
O corpo de
Chico Pereira foi levado para a Cadeia, na Rua do Rosário (diz Volney
Liberato que hoje é Vivaldo Pereira), onde permaneceu exposto para o
público ver pela primeira e última vez o delinquente cangaceiro, permanecendo
até a hora do seu sepultamento que ocorreu lá pelas nove horas da noite, no
Cemitério Público de Santana. E diz ainda o cineasta que: o facínora foi
enterrado em cova, que nos dias de hoje, não se tem idéia onde os seus restos
mortais se encontram. Mas a verdade é que quando se deve a Deus, não ficará
impune, principalmente quando se sabe que é devedor.
O justiceiro
de Chico Pereira, o tenente Joaquim de Moura, que se sentindo o dono da
verdade, lá nas terras de Currais Novos, por ironia do destino, já nos anos 40,
foi participar de uma festa numa fazenda avizinhada à cidade. Lá, havia deixado
um amor proibido, sendo a amante, casada, de uma família considerada notável.
Como o patenteado, havia se apaixonado pela mulher, foi reativar o seu amor,
que mesmo não sendo a sua esposa, enciumado, ameaçou de morte o marido da
amante, caso ela não o quisesse. Nesse dia, ao entardecer, Joaquim de Moura
sentiu-se mal, a causa, ataque cardíaco, que sem demora, faleceu.
Chico Pereira
e o tenente Joaquim de Moura tiveram os mesmos caminhos da eternidade, e talvez
os mesmos destinos, em terras currais-novenses, em anos diferentes, que os
dois, jamais tiveram antes do ano de 1928.
Meses depois,
o único que foi penalizado, foi o coronel Genésio Cabral de Lima, depoente
desta entrevista, cedido ao cineasta Volney Liberato, por crime culposo. Mas,
posteriormente foi absolvido pelo Tribunal.
Diz Ivanildo
Alves Silveira, que Chico Pereira foi um dos homens mais destemido do sertão
paraibano, que fez justiça com as próprias mãos e tornando-se cangaceiro.
Quando foi julgado pela morte do assassino do seu pai, foi absolvido em júri
popular, no Estado da Paraíba, sua terra natal. Mas, para sua infelizmente, foi
acusado pelas autoridades de um crime que não cometeu, e em especial, no Rio
Grande do Norte, que jamais havia colocado os seus pés.
Apesar de
sempre cair em falha contra as autoridades, e geralmente apadrinhado pelo
governador da Paraíba, através de um irmão deste, infelizmente foi trazido para
o nosso Estado, e aqui, impiedosamente, foi entregue à justiça para ser
julgado, coisa que não chegou a acontecer. No período em que Chico
Pereira foi morto, já havia completado vinte e oito anos de idade. Dona Maria
Egilda, sua mãe, não teve pelo menos o desprazer de enterrar o seu filho, tendo
recebido orientação do advogado da família, Doutor João Café Filho, fazendo
grande alerta aos familiares do marginal, que não fossem pisar em terras do
Estado do Rio Grande do Norte, para ser apanhado como vingança por parte das
autoridades que chacinaram Chico Pereira.
Conta Ivanildo
Silveira, que a tragédia continuou com o assassinato inesperado do irmão de
Chico Pereira, o Aproniano. (Não encontrei a causa da morte deste irmão de
Chico Pereira). E a morte do outro irmão, Abdon, que estudava medicina no
Rio de Janeiro. (Este foi visitado pela tuberculose, faleceu nos braços de
sua amada e sofrida mãe, Dona Maria Egilda, na fazenda Jacu, propriedade da
família).
Conversas
entre os dentes, diziam que os mandantes da morte do coronel João Pereira, o
pai de Chico Pereira, eram pessoas importantes da sociedade de Sousa. Um deles,
um senhor que era destacado cidadão de nome Otávio
Mariz. Dos quatro filhos do coronel João Pereira, o
único que sobreviveu e viveu muito, foi o Abdias, que veio a falecer no dia 28
de julho de 2004, com cento e três anos de idade.
Fonte de
Pesquisa:
Texto de Ivanildo Alves da Silveira
Volney Liberato
José
Romero Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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