Por João Filho de Paula Pessoa
O Cangaço, desde Jesuíno Brilhante, Antônio Silvino e Sinhô Pereira nunca teve mulheres em suas fileiras.
A possibilidade de mulheres nos bandos do cangaço era algo inimaginável e inconcebível por vários motivos como preconceitos, machismo, subestimações e subjugações a elas, pois acreditava-se que a presença de mulheres no bando acarretaria a fragilidade nos homens e comprometeria a habilidade nas lutas, fugas e caminhadas, bem como levaria discórdia e ciúmes entre os homens.
No entanto, além destes motivos havia outro forte motivo para a não inserção de mulheres no cangaço, era a superstição, pois havia a crença de que o habitual relacionamento com mulheres nos campos de batalha, os cangaceiros perderiam a proteção divina para os "corpos fechados" e que estas relações neutralizaria o poder das rezas e orações.
No entanto, Lampião embora detentor de uma religiosidade arcaica e de muitas superstições, desmistificou este tabu, surpreendendo à todos, à sociedade, ao governo, às volantes e até à seu respeitável chefe Sinhô Pereira, que certa vez, declarou "Ninguém andava com mulheres. Eu acho até esquisito que depois Lampião e o pessoal dele começasse a carregar mulher".
Lampião inseriu as mulheres no cangaço a partir de 1930, com o ingresso de Maria de Déa (Maria Bonita) sua companheira, Mariquinha, companheira de Labareda, Dadá, companheira de Corisco, dentre outras, e daí em diante houve a presença e passagens de muitas mulheres no cangaço, com bastante protagonismo e demonstrações de força e resistência, deixando elas, também, sua marca na história. João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce., 21/09/2020.
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