Por Sertão Cangaço
Em Os Sertões,
Pajeú tem várias entradas. Estivera na serra do Comboio, dando combate à
expedição de Febrônio de Brito, a segunda enviada contra os jagunços. “Bravura
inexcedível e ferocidade rara”, ele seria, na opinião de Euclides da Cunha, um
representante típico de todas as tendências das raças inferiores que o
formavam: “Simples e mau, brutal e infantil, valente por instinto, herói sem o
saber”. Imaginou, depois, por detrás da sua envergadura desengonçada, o perfil
fidalgo de um Brunswick qualquer. Nos dias da quarta expedição, Pajeú, na sua
qualidade de quadrilheiro famoso, criava, constantemente, dificuldades à tropa
republicana, como quando congregou piquetes na passagem das pitombas quando
tocaiou os soldados nas encostas da Favela. O negro ardiloso teria assumido, na
fase final da luta jagunça, depois que morreram os cabecilhas, o comando das
guerrilhas. Na sua preocupação de comparar figuras, Euclides da Cunha disse,
afinal, que o “bronco Pajeú emergia com o facies dominador de Chatelineau”.
Pajeú foi
responsável pelas mais significativas baixas contra as tropas federais.
Acostumados a caçar para sobreviver, os guerrilheiros usaram a experiência
adquirida e se tornaram franco-atiradores, pois quando algum soldado
desavisado, principalmente em noite sem lua, acendia um cigarro, certeiro tiro
o prostrava imediatamente. Usavam os “presentes” que Moreira César lhes deixou,
ou seja, fuzis mausers de fabricação alemã do Exército Brasileiro.
PS: Este na
imagem não é pajeú, mas um negro fotografado na Bahia. É apenas para o post não
ficar sem referência visual.
Referências:
CALASANS,
José. Os jagunços de Canudos. Cahiers du monde hispanique et luso-brésilien,
1970, 31-38.
CUNHA,
Euclydes da. Os sertões. 2010.
https://www.facebook.com/photo/?fbid=6293822900721582&set=gm.2040052073005760&idorvanity=893614680982844
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