Por: Geraldo Maia do Nascimento
Em 27 de agosto de 1966 dava-se o falecimento do Monsenhor Luis Ferreira da Cunha Mota, mossoroense nascido a 16 de abril de 1897.
Padre Mota
Padre Mota fez seus primeiros estudos no Colégio Santa Luzia e Grupo Escolar 30 de Setembro, após o fechamento daquele educandário em 1909. Em 1911 ingressou no Colégio Santo Antonio, de Natal, tendo também freqüentado o Colégio Pernambucano. Em 1914 seguiu para Roma, ingressando no Colégio Latino-Americano. Concluído o curso eclesiástico após oito anos, formado em leis canônicas, o Padre Doutor Luiz da Mota, o Luizinho, como em família era chamado, regressa a Mossoró.
Da esquerda para a direita: Frente: Paulo Guttenberg de Noronha Costa, já falecido; Senador Dr. Francisco Duarte Filho, já falecido; o locutor Tarcísio Soares; escritor Walter Wanderley; Antônio Rodrigues de Carvalho, e Lauro da Escóssia. Atrás: Canindé Queiróz, Professor Hermógenes Nogueira da Costa, já falecido; ex-prefeito e ex-vice de Mossoró, Joaquim Felício de Moura. Arquivo "Jornal O Mossoroense" - Emery Costa http://www2.uol.com.br/omossoroense/210107/conteudo/emery.htm
O escritor Walter Wanderley, em brilhante trabalho posteriormente enfeixado no obra GENTE DA GENTE, traça a vida do digno sacerdote durante sua atuação social, religiosa e política em nossa terra, dizendo:
“Padre Mota chegou a Mossoró numa tarde cheia de sol. Foi recebido na Estrada de Ferro pelo povo. Enorme multidão, formando-se um extenso cortejo com foguetes e banda de música até a matriz, hoje Catedral, onde o pai, o Cel. Mota, de fraque, calça listrada, de pé virado, bengala na mão, óculos grossos, o recebeu na porta principal, abraçou-o demoradamente e, em seguida, apontou com a mão direita o altar-mor de Santa Luzia. Isso ao som do “Sacerdus Magnos” e palmas da multidão. Lá, o Padre orou e pela porta principal deixou a matriz, ainda acompanhado pelo povo e banda de musica.
Os anos vão se passando. Em 1926, Padre Mota é nomeado Vigário da Matriz de Santa Luzia, seu grande sonho como o fora seu parente, o Vigário Antônio Joaquim Rodrigues, chefe conservador do município, Vigário Colado, deputado, inimigo político do meu bisavô Irineu Soter Caio Wanderley, Chefe Liberal”.
Tomou parte saliente na defesa da cidade, a 13 de junho de 1927, quando a horda de Lampião tentou invadir a cidade. Nos instantes iniciais da luta, quando retornava da residência do
Cel. Rodolfo Fernandes, juntamente com o Cônego Amâncio Ramalho, uma bala do grupo assaltante quase o atingia. Em 1936 foi ocupar uma cadeira na Assembléia Legislativa do Estado. Posteriormente eleito Prefeito Constitucional de Mossoró, com posse a 7 de setembro de 1937.
Continuou no governo do município durante todo o período após o golpe de 10 de novembro, administrando Mossoró até 1945. Foi o governante de maior período administrativo no município. Construiu praças e jardins, calçou várias artérias, além de fortalecer o nosso civismo com a promoção de reuniões, concentrações, desfiles escolares em datas nacionais e nas comemorações ao 30 de Setembro. Sua administração foi das mais eficientes e honestas. Foi pároco colado da Paróquia de Santa Luzia e Vigário Capitular na renúncia de D. João Batista Portocarrero Costa.
Mossoró teve no ilustre sacerdote uma de seus mais eficientes administradores, sendo de sua gestão a construção de maior número de praças e jardins, bem como o prolongamento do serviço de arborização e calçamento a paralelepípedos, perfuração de poços tubulares, balaustrada do rio Mossoró, além de maior sentido às festas cívicas e de regozijo social.
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Geraldo Maia do Nascimento
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