"Eu confeccionava bornais e camisas; costurava bem e com bom gosto. Da primeira vez que vi
Lampião, ele gostou tanto de um bornal que eu havia feito para
Zé Sereno, que logo me encomendou um. Cumpri o seu desejo e, daquele dia em diante, passei a costurar todas as suas capangas." (Sila)
Marchávamos pela caatinga há horas. No céu, o sol quente de verão parecia querer torrar-nos. De vez em quando, porém, uma leve brisa vinha acariciar-nos o rosto, suavizando o ardor que nos queimava a pele.
Passos apressados, éramos doze seres de Deus. Mulheres, apenas duas: Neném e eu.
Novo Tempo, Mergulhão e Marinheiro eram os três novos cangaceiros que integravam o grupo sob comando de Zé Sereno, todos eles meus irmãos consaguíneos. Acredito mesmo que entraram no cangaço para não me deixarem sozinha. Assemelhava-se a guarda-costas meus.
Os apelidos era uma das marcas registradas do cangaço. Sila conta que o seu apelido vem desde a sua infância em Poço Redondo, dado por seu pai. Já seus irmãos Manoel (chamado "Du"), Gumercindo e Antônio Paulo receberam, respectivamente, os apelidos de Novo Tempo, Mergulhão e Marinheiro de Zé Sereno, na ocasião que ingressaram no seu bando e consequentemente no cangaço.
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