Manuel Duarte (Foto)
Jararaca sabia, como todos os cangaceiros, que o código dos bandidos permitia
que um companheiro quando era morto àquele que estivesse mais próximo tinha o
“direito” de desarvorá-lo, ou seja, retirar armas, munição e tudo de valor que
o defunto carregasse. Corajosamente, Jararaca se expôs até demais, intuindo
ficar com os pertences de Colchete. O mesmo Manuel Duarte que estourou a cabeça
do cangaceiro que buscava transformar em churrasco os defensores da trincheira
do prefeito escalou novamente seu winchester calibre 44 e pipocou Jararaca
pelas costas. O cangaceiro caiu em forma de cruz sobre o companheiro morto.
Passaram-se uns dez minutos para que Jararaca recobrasse a consciência devido
ao impacto da bala calibre 44 detonado por Manuel Duarte. Este notou que o
intrépido bandoleiro havia se mexido, fazendo menção de correr. Novo tiro
deflagrado por Manuel Duarte varou a coxa de Jararaca, tornando sua situação
periclitante ao máximo, ao extremo dos extremos. Jararaca conseguiu se arrastar
por que Manuel Duarte se deparou com outro cangaceiro atrevido. Dessa vez era
Sabino Gório. O tiro deflagrado, o qual buscava a cabeça do homem de confiança
de Marcolino Pereira Diniz, arrancou o chapéu do cangaceiro, dando chance a
Jararaca para sair da linha de tiro e se proteger.
O cangaceiro clamou por ajuda, chamando Sabino e Massilon, os quais não lhe
deram ouvidos, pois a meta naquele instante era salvar a própria pele. O
tiroteio no centro de Mossoró deixou os cangaceiros absolutamente desnorteados,
tanto é que na fuga um “cabra” da confiança de Isaías Arruda, conhecido por
Bronzeado, foi sair para as bandas do caminho de Upanema (RN), a leste,
enquanto o bando tomava a direção de Limoeiro do Norte (CE), a oeste.
Facebook: Edileuza Barbosa
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