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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Fazenda Piçarra e a Morte de Sabino Gomes

Por: Manoel Severo
 
Cariri Cangaço em visita a Fazenda Piçarra

Sabino Gomes com certeza era um dos cangaceiros mais destacados do grupo de Virgulino; criado sob as bênçãos do clã paraibano de Marcolino Diniz, se uniu a Lampião logo após ao episódio do ataque a Sousa, fato esse que veio a antecipar o afastamento do líder cangaceiro ao poderoso coronel Zé Pereira, de Princesa, cunhado de Marcolino Diniz.

Em pouco tempo, por sua ferocidade e destemor, Sabino já ocupava lugar de destaque dentre o estado maior do cangaço e se colocava ao lado de Antonio Ferreira e Luiz Pedro, como os lugares tenentes do grande Virgulino Lampião.

 
Foi presença marcante em todos os combates desde então, tendo também escrito seu nome em investidas ousadas, sem  a presença do chefe maior, como foi o caso do próprio ataque a Souza e também a Cajazeiras. Em Mossoró esteve ao lado de Virgulino e Massilon arquitetando o ataque e propenso saque a metrópole potiguar do oeste.

O cangaceiro Massilon
 
Quase um ano após a saga do desastre da empreitada de Mossoró; Lampião se dirige com poucos homens ao cariri cearense, novamente entra em terras alencarinas pelos lados de Macapá; atual Jati; dali parte célere para um de seus coitos mais seguros: A Piçarra de "Seu Antonio".

Local da partida da volante de Arlindo Rocha
 
A volante acabou seguindo por duas vereda
Por essa vereda seguia o grupo de Arlindo Rocha 
Neste local ao tentar passar uma cerca, Sabino foi mortalmente ferido

Era o mês de março de 1928; arranchados no parede de um barreiro da fazenda, incumbiram seu fiel amigo e protetor Antônio da Piçarra de algumas encomendas, entre elas; armas e munição, no que ficou acertado que seria entregue dentro de um dia.
 
 O fazendeiro Antonio da Piçarra

O destino guardava para todos esses personagens um desfecho cruel, que marcaria eternamente a relação de seu Antônio da Piçarra e o Capitão Lampião. A volante pernambucana de Arlindo Rocha juntamente com Manel Neto, no encalço dos bandidos, chega à Piçarra. Não havia como evitar! Seu Antônio foi obrigado a guiar os homens de Arlindo Rocha até o coito de Lampião.

 Manoel Neto

Seguindo por duas veredas, uma mais acima e outra mais abaixo, circundando a parede do barreiro, as forças se aproximavam sorrateiramente do coito; chovia e a noite escura ajudava a empreitada de aproximação. No coito já incomodados com a demora de seu Antônio, os liderados de Lampião resolvem ir até a proximidade da casa saber a razão da demora.

O cangaceiro Sabino

Sabino se distancia do grupo e ao tentar saltar sobre uma passagem de cerca é iluminado por um relâmpago, era tarde! Foi avistado e rapidamente alvejado pelos homens de Arlindo Rocha. Retrocede e é carregado temerosamente pelos companheiros cangaceiros. A volante se adianta e apesar de intenso tiroteio não consegue empreender a perseguição.

Piçarra ficaria marcada por aquele episódio, a noite em que seria morto Sabino Gomes, um  dos mais ferozes cangaceiros da era Lampiônica. A partir daquele dia Lampião engrossava o rol de nomes que clamavam por vingança, e o alvo seria a partir dali: Antônio da Piçarra.

Manoel Severo.

http://cariricangaco.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Um comentário:

  1. Anônimo09:56:00

    Amigo MENDES: Excelente reportagem escrita pelo grande pesquisador Manoel Severo, principalmente a postagem das fotos do local da morte de um dos mais destemidos cangaceiros do bando do capitão Virgolino ferreira - Sabino Gomes.
    Parabéns a vocês, nossos professores da História do Cangaço.
    Antonio José de Oliveira -Povoado Bela Vista -Serrinha-Ba.

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