Abatidos
pela volante do sargento José Rufino mais três perigosos cangaceiros. Interessantes
pormenores sobre a campanha que redundou na ação eficaz contra os bandidos
Fomos os
primeiros a trazer aos nossos leitores a boa nova sobre o esplendido resultado
do último encontro entre os cangaceiros de Luiz Mariano – velho caibra de Lampião
que, devido à sua astúcia e sanha sanguinária de há muito estava chefiando um
grupo – e a volante do sargento José Rufino.
Agora, a fim de satisfazer melhor a justa curiosidade despertada pela simples notícia do combate que redundou na morte de Luiz Mariano, Pai Velho e Zepelim, trazemos à baila novos e oportunos informes, que damos a seguir.
O INÍCIO DA
PERSEGUIÇÃO
Em setembro
último, esteve nesta capital o capitão Menezes, chefe das forças em operações
contra o banditismo no nordeste baiano. Este distinto oficial, a quem tivemos a
satisfação de ser apresentados, quando de sua visita a S. Excelência, o senhor
Governador do Estado, com quem conferenciou sobre o importante assunto, daqui
saiu certo de desenvolver uma ação conjunta na qual tomariam parte forças de
Sergipe e Bahia, e a prova de como foi fielmente executado o plano acertado,
temo-la na notícia a que estamos nos referindo.
O RÁDIO COMO
FATOR DECISIVO
Desde o
regresso do capitão Menezes à sede do seu P. C., em Jeremoabo, que entre Sua
Senhoria e o gabinete do Senhor Governador têm sido trocados radiogramas sobre
o local onde se tem homiziado os bandidos. E foi graças às notícias que a
partir do dia 20 de outubro lhe foram mandadas daqui que o aludido oficial fez
rumar três das suas volantes para Gararu e Porto da Folha, descendo de Serra
Negra, enquanto a volante sergipana, que estava em Poço Redondo, se deslocava
na mesma direção, sob o comando do sargento Odon.
O ENCONTRO
Coube à
volante do sargento José Rufino encontrar-se, no dia 20 de outubro último, na
fazenda Cangaleixo, distante cerca de três léguas de Porto da Folha, com o
grupo de Luiz Mariano, com o qual travou o combate que resultou na morte deste
célebre facínora e de dois dos seus desalmados companheiros. O grupo, como já
foi dito, compunha-se de nove bandidos, incluindo Luiz Mariano, e de duas
mulheres. Era o mesmo que, dias antes, incendiara duas casas comerciais em
Providência, apesar da resistência do destacamento local, que era inferior
numericamente.
QUANTOS SÃO OS
GRUPOS QUE INFESTAM O NORDESTE
Além do grupo
de Lampião, que é o mais antigo, são conhecidos ainda os seguintes, que operam
separadamente pelos estados nordestinos, partindo de Bahia até Paraíba:
Corisco, Ângelo Roque, Mariano, do qual escaparam seis bandidos e duas mulheres;
Canário, Luiz Pedro, José Sereno, Antonio de Engrácia, Português, Gatinhos e
alguns outros de menor importância. Os mais conhecidos em nosso território são,
porém, os de Mariano, José Sereno, Antonio de Engrácia e Ângelo Roque.
Esses grupos geralmente são compostos de seis homens, no máximo, para não causar transtornos ao seu deslocamento.
Logo que obtivermos novos informes, teremos a máxima satisfação de publicá-los para conhecimento dos que nos leem.
O NÚMERO DE
BANDIDOS POSTOS FORA DE AÇÃO EM SERGIPE, A PARTIR DE JANEIRO DE 1936
Em 30 de
janeiro, o bandido Pau Ferro, durante um combate na fazenda Quiriba, município
de Porto da Folha. Em 7 de junho, em Lagoa Nova, município de São Paulo, José
Baiano, Demudado, Chico Peste e Acilino. Em 29 de outubro p. passado, Mariano,
Pai Velho e Zepelim, num total de oito, o que representa um índice bastante
elevado, considerando-se a dificuldade dos recontros, devido não somente à
rapidez com que se locomovem os mesmos, como também à pouca combatividade que
oferecem às forças policiais.
Foto - a
imagem nº 01 é a do cangaceiro Mariano Laurindo Granja; a 02, de Pai Véio ou
Pai VeIho (II); e a nº 03, por muito tempo considerada como a do cangaceiro
Zepelim, na verdade é a do pistoleiro Pavão. O sergipano Zepelim morreu em
outro combate, no final de 1937.
Fonte: facebook
Página: Antônio
Corrêa Sobrinho
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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