Por
Edilson Damasceno
Lá se vão 100
anos. A Estação das Artes Elizeu Ventania, que tem sua funcionalidade quase que
totalmente voltada para shows artísticos, possui um valor histórico que, à
primeira vista, não é devidamente reconhecido. Primeiramente pela questão
econômica. Foi ali, no prédio construído em 1915, que Mossoró registrou seu
primeiro meio de transporte de massa (leia-se popular). Sua estrutura permanece
com os parâmetros iniciais, mas pouco se vê o resgate histórico do que
aconteceu naquele local. Em 19 de maio de 1915, surgia a Estação Ferroviária de
Mossoró, com linha inicial ao Porto Franco, para onde boa parte dos
mossoroenses fugiu em virtude da invasão do bando de cangaceiros liderados por
Lampião, em 1927. Hoje, Porto Franco é o atual município de Grossos, que era –
à época, ligado à cidade de Areia Branca e esta fazia parte do vizinho estado
do Ceará.
Ao longo do
tempo, a Estação Ferroviária de Mossoró sofreu transformações. Não da sua
estrutura. Mas por força do homem e provocadas pelo desenvolvimento da segunda
maior cidade do Rio Grande do Norte. O trem que fazia a linha para Porto Franco
foi levado à Paraíba algum tempo depois. Especificamente em 1940 e 49 anos
depois foi desativada. Os trilhos arrancados e o seu objetivo esquecido. O que
veio para fomentar a economia acabou sendo deixado de lado em nome de outros
interesses.
Foto histórica:
Zepelim sobrevoando a estação em 1945
Quem hoje
observa a antiga Estação Ferroviária de Mossoró não pode perceber, diretamente,
que dali partiu um dos avisos acerca da chegada de Lampião à cidade. É bem
verdade que o aviso maior veio do sino da Catedral de Santa Luzia. Isso em 13
de junho de 1927. Antes disso, muita gente já tinha deixado Mossoró. E tais
informações podem ser vistas no Memorial da Resistência, onde se conta toda a
história relacionada àquele dia de junho de 1927.
A retomada,
não da linha Mossoró/Souza, da importância da Estação para a cidade, se deu em
1999. Dez anos depois de sua desativação. Foi durante o governo Rosalba
Ciarlini, prefeita à época, que veio a revigoração de algo esquecido e
abandonado. E isso se deu através de parceria envolvendo a Prefeitura de
Mossoró e a Petrobras. Ali, em meio ao esquecimento de sua história, surgiu o
Museu do Petróleo, o qual apresenta as particularidades relacionadas à atuação
da maior empresa de petróleo do Brasil na maior cidade do Rio Grande do Norte.
Duas potências econômicas, pode assim dizer, que não têm o devido
reconhecimento histórico, pois não se vê nenhuma ação para resgatar traços do
passado e apresentar ao presente. Muitos não sabem o que representou a Estação
Ferroviária para Mossoró. E os que sabem não têm condições de fazer tal
registro.
Hoje, passados
100 anos, a Estação Ferroviária deveria fazer jus ao seu novo nome: Estação das
Artes. Mas a arte que é inerente ao espaço é a comercial. Além, obviamente, de
acomodar a estrutura de palco do projeto “Mossoró Cidade Junina”, maior festa
popular do município.
Edilson
Damasceno - JORNAL DE FATO
Cortesia do
envio: José Segundo - Mossoró
http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/04/100-anos-estacao-ferroviaria-templo-da.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Contudo caro pesquisador Damasceno, se muito não fizeram pela velha estação, mas, ao menos efetuaram uma bela restauração, conforme podemos observar em algumas fotos, enquanto, aqui em nossa Serrinha, a velha estação continua aos pedaços. É triste quando não preservamos a nossa história. Vocês, mossoroenses estão de parabéns por haverem restaurado o prédio da estação e transformado em ESTAÇÃO DAS ARTES.
ResponderExcluirAntonio Olieira - Serrinha desta nossa Bahia