Seguidores

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

"A EXECUÇÃO DE ROSINHA DE MARIANO"

Por Sálvio Siqueira

As mulheres que fizeram parte do Cangaço, cada uma delas tem sua história particular, de certa forma, maneira, modificaram um pouco o modo de seus companheiros agirem diante das vítimas.

As vítimas, essas viviam em um ‘inferno’ constante. Tinham os cangaceiros e os volantes ‘aprontando’, sempre, com elas. Podemos até dizer que bandidos e mocinhos, foram pragas que assolaram o solo sertanejo sem deixar os camponeses terem sossego. “Escreveu não leu, o pau comeu”, ditado popular que se encaixa perfeitamente sobre as porradas que os moradores rurais sentiram na pele.

Havia regras, como se fossem Leis, a serem cumpridas por todos aqueles que passassem a fazer parte dos bandos de cangaceiros. Fosse qual fosse sua função, como por exemplo, cangaceiro, companheira, fornecedor, coiteiro propriamente dito, etc., e não podiam, de maneira alguma, quebrar essa dita regra, pois quebrando, podiam colocar a vida de todos em risco.

Rosinha, cabocla faceira, bonita e jovem, ficara viúva de seu amado, o cangaceiro Mariano.

Mariano Laurindo Granja companheira da Rosinha

Mariano, em uma batalha contra os volantes de Zé de Rufino, o mais astuto dos comandantes volantes, perdeu a vida bravamente, em uma situação até honrosa, pois, perdendo a sua, salvou, com certeza, a dos seus comandados.

Ficando sem o seu amado, aquele que espontaneamente Rosinha seguiu pelas tristes e cruéis fileiras do cangaço, abate-se uma tristeza, saudade e, até a realidade, em sua consciência.

O rei Lampião

Pede permissão ao “Rei Vesgo” para fazer uma visita à sua família. O chefe mor, permite, mas, adverte para que seja breve, que volte logo em seguida para junto do bando.

Voltando à sua casa estando novamente no aconchego do lar. Sentindo o tão bom aroma de seus pais, seus familiares, a tranquilidade de estar sobre a bênção do seu pai, principalmente, a ficha começa a cair... Nota que seu lugar não é com um bando de proscritos a fugir, constantemente da polícia.

Resolve então ficar na casa de seus pais. Esquece, por um momento, o compromisso feito com Lampião.

O cangaceiro Luiz Pedro

Sua estada em casa de seus pais, é prolongada por vários dias, além do combinado. Então, começa a despertar dúvidas e desconfiança na cachola do Rei do Cangaço. Chama seus homens mais próximos como: 

O cangaceiro Zé Sereno

Luiz Pedro, Zé Sereno, juriti entre outros e comunica suas preocupações no que diz respeito à Rosinha e sua ida à casa dos seus.

O cangaceiro Juriti - Este foi queimado em uma fogueira pelo delegado Deluz

Após uma reunião com todos, chegam à conclusão de que ela, a cabocla, companheira de seu grande cangaceiro Mariana, teria que morrer. É, naquela reunião, julgada e condenada.

Saindo de onde encontravam-se, Lampião resolve acoitar próximo do local onde mora os pais da Rosinha. Envia mensageiro para que compareça em sua presença, urgentemente, pois precisa falar com ela.

Rosinha, sabedora das regras, sente um arrepio do talo do pescoço até o osso do mucumbu... Sente que sua ‘hora’ pode estar próxima.

“Avexadamente” faz sua trouxa de roupas e parte ao encontro de seu destino.

Maria Bonita companheira do rei Lampião

Ao chegar ao acampamento, logo ver Lampião proseando com Maria Gomes, sua companheira, em um recanto. É, imediatamente, levada à presença do chefe que lhe interroga sobre o motivo de tanto atraso, o motivo do descumprimento do que acordaram anteriormente. 

Rosinha tenta justificar-se, criando uma doença no pai e que precisava de cuidados, os quais ela estaria fazendo.

Mesmo assim, ela sente que não convenceu o chefe. Antes da prosa terminar, vários cangaceiros adentram na tolda onde conversavam.
Entre eles estavam Luiz Pedro, Juriti e, aquele que seria seu carrasco, Zé Sereno.

O cangaceiro Vila Nova no centro da foto

A “missão” é entregue a Zé Sereno, Vila Nova, Balão e Juriti.


Certa manhã, Rosinha recebe a informação que ‘viajará’ com alguns cangaceiros para determinado local. Volta, naquele instante, a sentir aquele triste e frio arrepio tomando conta de seu tão meigo e jovem corpo. Tem a certeza, naquele instante, que será executada durante aquela viagem. Cabisbaixo, triste, muito triste, arruma sua poucas coisas e com um olhar perdido, despede-se dos outros.

Algumas léguas nos pés já tinham rompido quando, Zé Sereno se achega pra perto de Rosinha e comunica que ela será morta por ter quebrado um trato com o Capitão. Que ele estava cumprindo uma ordem do mesmo.

“- Rosa, sabi qui vai morrer? Nóis tamo aqui pra lhi matá”. Diz Sereno.

“- Pru quê? Pru quê vocês vão fazer isto cumigo? O qui foi qui eu fiz de tom errado pra você mi matari? Vocês tão brincano comigo?” (livro: “Lampião além da Versão – mentiras e mistérios de angico, do ilustre Alcino Alves, pg 308)

Pergunta Rosinha já com lampejos de lágrimas em seus lindos olhos. 

Sabendo como conhecia muito bem aqueles homens, que sua vida chegara ao fim.

Zé Sereno sem delongas, segura seu braço, e atira no ouvido daquela que antes fora o amor de Mariano. Aquele corpo singelo, bonito, quente, despenca e estatela-se no chão duro, já sem vida.

Como que nada tivesse acontecido, os cangaceiros seguem viagem sem olhar para trás. Não tiveram a decência de, pelo menos, enterrarem o corpo da jovem mocinha filha do vaqueiro Lé Soares.

Fontes de pesquisa: Ob Ct.

Fotos blogs: 
http://lampiãoaceso.blogspot.com, 
http://blogdomendesemendes.blogspot.com, 
http://tokdehistoria.com.br/ e  
http://solvermelho.blogspot.com
Fonte: facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário