A MORTE DO
CEL. ZÉ INÁCIO DO BARRO-CE, Coiteiro de LAMPIÃO.
Dito coronel reinava absoluto no cariri cearense, mais precisamente no Barro,
sendo um forte aliado de cangaceiros, a exemplo de SINHÔ PEREIRA e,
posteriormente, LAMPIÃO.
Por questões políticas locais e, falta de apoio fugiu para Goiás, onde, algum
tempo depois foi assassinado. Confira na matéria, abaixo.
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Alguns jornais publicavam inveridicamente a sua morte, enquanto outros contestavam. Talvez uma estratégia de Floro que fez um eloquente discurso na Câmara defendendo o seu amigo e compadre. Mais tarde alguns periódicos dão a notícia verdadeira como vemos nesses recortes.
Abraço!
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Sousa Neto:
Pelo prestígio
junto aos sucessivos presidentes do Ceará, braço direito de Floro Bartolomeu e
Padre Cícero, achava o Coronel Zé Inácio estar imune a medidas punitivas pelas
ações nefastas realizadas nessa e noutras regiões. O bárbaro assassinato de seu
conterrâneo João Flandeiro, o ataque ao Padre Lacerda do Coité, o ataque a
Jericó seguido do assalto aos prestigiosos Waldivino Lobo e Adolfo Maia em
Catolé do Rocha PB, foi à gota d'água que faria transbordar o vaso da
tolerância dos representantes dos Estados que cobravam medidas de repressão
contra o Coronel e o seu numeroso exército de bandoleiros. Era março de 1922
quando o seu valhacouto foi cercado por cerca de 300 policiais onde o povo
dessa região assistiu estático o desmoronamento do mais famoso covil de
assassinos de que já se teve notícias. O Coronel Zé Ignácio em outra Fazenda no
sopé da Serra do Trapiá teve notícias do que ora acontecia no Barro, em sua
casa, com seus familiares e protegidos. Sem nada a temer pega a sua montaria e
segue ao encontro das forças combinadas. É preso em sua residência onde a noite
teve a sua fuga facilitada como diferente não haveria de ser. Após alguns dias
no seu esconderijo do Trapiá, segue para Juazeiro a procura de auxílio do amigo
Padre Cícero que o aconselha a fugir dado a vários problemas que culminaram na
determinação do Presidente da República. “O que havia de ser feito, foi feito,
você está livre, vá embora, procure Luiz Padre que mudou de vida, não pretendo
ter desentendimento com as autoridades”. Foi esse o diálogo naquela noite
chuvosa de abril na casa do Padre excomungado. Procurou saber notícias do velho
amigo e ex-protegido o que não tardou. Rumou para Goiás. Quem sabe quando
baixar a poeira ou entrar outro governador amigo eu não retorne? Chega a Goiás
com alguns animais e muito dinheiro, quantia para passar o tempo que fosse
necessário e comprar até uma Fazenda caso interessasse. Aquela região não era
muito diferente da nossa, o modus vivendi e operandi eram iguais. Porém na
companhia do senhor supremo do lugar, o poderoso Coronel Abílio Wolney, um
sujeito ardiloso e matreiro de nome Aldo Borges de Araújo se fez amigo do
Coronel Zé Ignácio e logo compra os seus animais e toma por empréstimo valiosa
quantia em dinheiro. Aldo era um homem inteligente e oportunista, era um
criminoso fugitivo que usava conforme a região, nomes distintos para clinicar,
pois tinha conhecimentos de medicina. Não era o seu desejo pagar a dívida e por
essa razão arquitetou um plano para dar cabo daqueles nordestinos que mostravam
bravura e a cada dia conquistava mais e mais a confiança do Coronel Abílio
Wolney lhe causando grande inveja. Não tardou para Aldo convencer o Coronel
Abílio do perigo que ele corria com a estadia daqueles homens em seu
território. Os Piauís como eram chamados o Coronel Zé Inácio, Sinhô Pereira e
Luiz Padre tiveram que sair da vila e ir morar na fazenda Prazeres de Antônio
Póvoa, cunhado de Luiz Padre. No dia 04 de março de 1923 um domingo à tarde, o
velho Coronel chega ao vilarejo e se hospeda na casa de Francisco Liberato
Póvoa, também cunhado de Luiz Padre. No dia seguinte pela manhã pede ao Sr.
Liberato que diga a Aldo que ele está a sua espera para a prestação de contas.
Era a oportunidade que Aldo almejava o Coronel Zé Ignácio se encontrava
sozinho. Aldo Borges sinaliza aos seus homens e seguem até a casa de Liberado
ao encontro de seu credor. No caminho disse aos seus homens: “quando eu bater
com o coice do rifle no chão, é o sinal, atirem nele”. Contam que os homens se
acovardaram e Aldo desferiu os primeiros disparos. Vários tiros e múltiplas
punhaladas ceifaram a vida daquele que foi por muitos anos o maior protetor de
cangaceiros do nordeste, segundo Virgulino Lampião.
Alguns jornais publicavam inveridicamente a sua morte, enquanto outros contestavam. Talvez uma estratégia de Floro que fez um eloquente discurso na Câmara defendendo o seu amigo e compadre. Mais tarde alguns periódicos dão a notícia verdadeira como vemos nesses recortes.
Abraço!
Fonte da foto e informações: Sousa Neto. Jornal A Luta.12-05-1923
Fonte:
facebook
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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