Por Benedito Vasconcelos Mendes
PENICO OU URINOL - É um utensílio doméstico que caiu em desuso, mas foi muito usado até há pouco tempo. Dependendo da condição social do dono da casa, o penico podia ser de barro, ágata, alumínio, vidro, louça (porcelana) e mais modernamente de plástico. O Museu do Sertão possui uma coleção deste utensílio, inclusive os raros e caros exemplares de penico de porcelana inglesa e chinesa. Fazia parte da etiqueta social do passado, usar este recipiente principalmente, para urinar durante a noite, no quarto de dormir.
As pessoas doentes, idosos ou com desarranjo intestinal também utilizavam o penico para defecarem. O penico era colocado à noitinha debaixo do banco de defecar, no quarto de dormir e na manhã seguinte, recolhido pela peniqueira (empregada doméstica) e as fezes e urina despejadas na latrina (aparelho sanitário). É que antigamente, as casas residenciais só tinham um banheiro, localizado no final da casa, próximo ao quintal. O penico de louça (porcelana) tinha tampa, o que diminuía o cheiro desagradável das fezes e urina emanado do seu interior.
Existia um banco de madeira, com tampo vazado
em forma de boca de aparelho sanitário (assento), para os adultos defecarem e
urinarem, pois o urinol era colocado embaixo deste móvel, para receber as fezes
e urinas. Este tipo de banco é o mesmo "Banco de Parir", que as
parteiras usavam para fazer partos nos domicílios das parturientes. Pela manhã,
após o despejo dos dejetos, o penico era lavado e guardado no criado-mudo, que
era um pequeno móvel que ficava ao lado da cama e que servia de mesinha e para
guardar durante o dia, o penico. Atualmente, o penico é usado apenas por
crianças nos primeiros anos de vida, que ainda não conseguem usar o aparelho
sanitário.
ESCARRADEIRA
OU CUSPIDEIRA - Era um recipiente de vidro, barro, ferro esmaltado, cobre, bronze
ou de porcelana, para se escarrar (eliminação da secreção das vias
respiratórias inflamadas) ou cuspir (eliminação da secreção das glândulas
salivares). A etiqueta social da época aconselhava o uso da escarradeira.
Existia a escarradeira portátil com tampa, que era colocada sobre o birô e a de
tamanho maior que ficava no chão, no canto da parede, para ninguém chutá-la.
Elas eram lavadas diariamente. Nas residências pobres, a escarradeira era
improvisada com uma lata de doce (goiabada) ou uma pequena caixa de madeira,
cheia de areia. Naquela época, o hábito de mascar fumo de rolo (fumo de corda)
era generalizado, o que estimulava a produção de saliva e as pessoas cuspiam
em abundância, e com muita frequência, uma espécie de golda escura. Quando as
pessoas estavam gripadas, o escarro amarelado (catarro) dava nojo se ver. As
escarradeiras de porcelana, de fabricação europeia ou chinesa, eram muito
bonitas, de formas diversas e artisticamente pintadas, geralmente, com motivos
florais e de cores variadas. Como este utensílio caiu em desuso, hoje estas
peças são raras, especialmente, as de porcelanas importadas. No Museu do Sertão
da Fazenda Rancho Verde, em Mossoró -RN pode ser vista uma bela e diversificada
coleção destas peças.
Informação
do http://blogdomendesemendes.blogspot.com:
O
Museu do Sertão na "Fazenda Rancho Verde" em Mossoró não pertence a
nenhum órgão público, é de propriedade do seu
criador professor Benedito Vasconcelos Mendes.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário