Por Geraldo Maia do Nascimento
Em 1º de novembro de 1932 dava-se a posse do industrial Raimundo Juvino de Oliveira no cargo de Prefeito Municipal de Mossoró, cujo mandato extinguiu-se em 21 de setembro de 1933.
Nasceu
em Apodi/RN, a 28 de abril de 1887. Adolescente ainda transferiu-se para
Mossoró, iniciando-se no comércio, juntamente com seus irmãos: Osmídio,
Deodato, Francisco de Assis e João Batista. Fundou a firma comercial Oliveira
Irmãos&Cia, com sede própria à Rua Vicente Sabóia, onde desenvolveu por longo
período suas atividades comerciais e industriais no ramo de fabricação de
cigarros, indústria de fiação e tecelagem, de óleo comestível e representações.
Além
do comércio e da indústria, Raimundo Juvino teve participação também na
política, sendo partidário da Aliança Liberal. Integrou o bloco do cafeísmo
local, acompanhando desde então, com fidelidade fervorosa, a longa caminhada do
político potiguar Café Filho, desde as suas primeiras lutas, ainda nas Rocas,
em Natal, até o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro.
Nas
palavras do escritor Raimundo Nonato, Juvino foi “um atencioso patriarca e
permanentemente mergulhado no intermundo do seu meridiano ocupacional, homem
conservador, tradicionalista e católico, um belo idealista, um amigo leal,
sempre de coração aberto para perdoar, na cidade inteira deixou refletida a
sombra de sua bondade, das lutas, da firmeza do seu caráter.”
Nomeado
pelo Interventor Bertino Dutra para Prefeito de Mossoró, assumiu o cargo a 1º
de novembro de 1932. E a exemplo de Paulo Fernandes e Terto Ayres, seus
antecessores, também teve que enfrentar os efeitos desastrosos da seca de 32,
sem sombra de dúvida na sua fase mais aguda. Mesmo assim, fez um trabalho
perseverante e honesto, pautado no velho estilo sertanejo. Não teve muito tempo
à frente da edilidade; menos de um ano. Mas podemos destacar alguns
acontecimentos ocorridos durante esse período, como por exemplo, a visita do
Interventor Bertino Dutra a Mossoró em 04 de fevereiro de 1933, acompanhado de
Café Filho, seu Secretário de Segurança; a inauguração do prédio dos Correios e
Telégrafos de Mossoró, ocorrida a 23 de fevereiro de 1933; a fundação do
Sindicato dos Retalhistas; a posse do Interventor Mário Câmara, nomeado a 13 de
julho de 1933, tomando posse a 2 de agosto do mesmo ano, sendo o 5º Interventor
Federal do Rio Grande do Norte e a visita Chefe do Governo Provisório, Getúlio
Vargas, a Mossoró, a 13 de setembro de 1933.
Getúlio
Vargas, na sua passagem por Mossoró, foi alvo de grandes homenagens, inclusive
o tradicional banquete que lhe foi oferecido pelas classes conservadoras.
Naquele momento político, o Estado debatia-se numa das mais agitadas das suas
campanhas políticas, sendo esse o motivo porque a festa de recepção a Getúlio
foi promovida pela ação contrarrevolucionária, impondo, porém, os seus
promotores, que dela fossem excluídos todos os elementos da ala cafeísta,
inclusive o Prefeito da cidade, Raimundo Juvino, a quem foi negado o direito de
cumprimentar o Primeiro Magistrado da Nação e que só com muita relutância foi
permitida a sua presença no encontro. No dia seguinte, 14 de setembro, antes da
partida, Getúlio procedeu o hasteamento do Pavilhão Nacional defronte o prédio
onde se hospedara, na presença de alunos da Escola Normal de Mossoró, que ali
foram homenagear o Chefe da Nação, levados pelo direto daquele educandário,
professor Vicente de Almeida. A partir daquele momento, o prédio onde Getúlio
ficou hospedado ficou conhecido como “O Catetinho de Mossoró”, em alusão ao
Palácio do Catete, sede do Governo da Nação no Rio de Janeiro.
Faleceu
em Natal, em 22 de agosto de 1980. Mossoró prestou homenagem ao comerciante,
industrial e Prefeito de Mossoró, Raimundo Juvino de Oliveira, emprestando o seu
nome a uma rua no Bairro Alto de São Manoel.
Geraldo
Maia do Nascimento
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