Por Lira Neto
Floro Bartolomeu, bigodão sempre cofiado e voz fanhosa, era uma
mulherengo incorrigível. Apesar disso, - ou justamente por isso mesmo - permaneceu solteirão até o final da vida.
Vestia-se com rigor: fraque, gravata, colete, chapéu e bengala com castão de ouro. Mas no calor das batalhas trocava tudo isso pelos providenciais chapéu de couro e cartucheiras no peito, como todo bom cangaceiro.
Amante da música clássica, não hesitou, porém em inventar o carnaval na recatada Juazeiro do Padre Cícero. Como se não bastasse, comandou pessoalmente a esbórnia, puxando o seu "Bloco das Baianas".
Tudo isso mesma época em que "os sambas" - festas movidas a forró, cachaça e confusão - eram interrompidos por sermões inflamados e bordoados de cajado do Padre Cícero.
Sua influência era tamanha que chegou a promover festas na própria casa de Padre Cícero. O tango colado e o passo do camelo eram as danças preferidas nestes arrasta-pés.
Fortaleza: 09 de março de 96
Ano: 2
Número: 90
Este jornal foi a mim presenteado pelo pesquisador do cangaço e membro da SBEC- Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Francisco das Chagas Nascimento (Chagas Nascimento).
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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