Por Analucia Gomes
O monopólio da terra e o trabalho servil, heranças das capitanias hereditárias,
sempre mantiveram o empobrecimento da população e impediram o desenvolvimento
do Nordeste, apesar do empenho de Joaquim Nabuco e da abolição da escravatura.
As pessoas continuaram sendo relegadas à condição de objetos, cujo maior dever
era servir aos donos de terras.
Enquanto o capitalismo avançava nos grandes
centros urbanos, no meio rural persistia o atraso da grande propriedade: a
presença do latifúndio semifeudal, elemento dominador que, da monarquia à
república, se mantinha intocável em seus privilégios. Os problemas das famílias
abastadas eram resolvidos entre si, sem a intervenção do poder do Estado, mas
com a substantiva ajuda de seus fiéis subordinados: policiais, delegados,
juízes e políticos.
No final do século XIX, os engenhos foram tragados pelas
usinas, porém as relações pré-capitalistas de produção se conservaram: os
trabalhadores rurais se tornaram praticamente servos.
E o dono da terra - o chamado "coronel" – representava o legítimo árbitro social, mandando em todos (do padre à força policial), com o apoio integral da máquina do Estado. Contrariar o coronel, portanto, seria algo a que ninguém se atreveria.
É importante registrar também a presença dos jagunços, ou capangas dos
"coronéis", aqueles assalariados que trabalhavam como vaqueiros,
agricultores ou mesmo assassinos, defendendo com unhas e dentes os interesses
do patrão, de sua família e de sua propriedade. No meio dessa realidade surgiu
o Cangaço. (João Cândido da Silva Neto).
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10209305482307790&set=pcb.1300723686607413&type=3&theater
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário