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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

A ENTRADA DE LAMPIÃO EM JUAZEIRO

Por Analucia Gomes

Num misto de temor e de admiração, o povo não resiste à curiosidade. O fato foi descrito da seguinte forma: 

No dia 4 de março de 1926, Lampião e 49 cangaceiros chegavam a Juazeiro. Nas ruas, para vê-los, aglomeravam-se umas quatro mil pessoas. Estavam os bandidos bem armados e municiados. Vestiam, na maioria, brim cáqui. Calçavam alpercatas de rabicho e chapéu de couro. Usavam lenços de cores diversas amarrados ao pescoço. Conduziam rifles e fuzil máuser, revólver e punhal. Traziam à cintura três a quatro cartucheiras, acondicionando nelas, cada homem, um total de 400 balas (MONTENEGRO, 1973, p. 286). 

Havia, é certo, na trajetória e no encalço dos cangaceiros poderosos inimigos, pois essa lida dividia opiniões, mas nessa ousada investida os cangaceiros contavam muito com a habilidade de dialogar ou de alguém por eles exercer essa função com mandatários locais em diversas situações. 


Padre Cícero, poderoso que era, teve a sagacidade e, igualmente, a capacidade não só de contornar qualquer posição contrária, mas de receber o bando e cumprir com a promessa empreendida por Bartolomeu. 

Deputado Floro Bartolomeu

Concedeu a patente sugerida tanto por este e tão desejada por Lampião: Capitão. Padre Cícero redigiu a patente. O Dr. Pedro de Albuquerque Uchôa, engenheiro agrônomo, a pedido do padre, assinou o documento (OLIVEIRA, 1970, p. 58). 

Dr. Pedro de Albuquerque Uchôa

No entanto, Lampião não percebeu que fora logrado, pois o papel que o punha como oficial não teria valor, e, portanto, não gozava do reconhecimento das ditas Forças. * Pesquisa de Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Simão Pedro dos Santos.

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