Por Analucia Gomes
Num misto de temor e de admiração, o povo não resiste à curiosidade. O fato foi
descrito da seguinte forma:
No dia 4 de março de 1926, Lampião e 49 cangaceiros
chegavam a Juazeiro. Nas ruas, para vê-los, aglomeravam-se umas quatro mil
pessoas. Estavam os bandidos bem armados e municiados. Vestiam, na maioria,
brim cáqui. Calçavam alpercatas de rabicho e chapéu de couro. Usavam lenços de
cores diversas amarrados ao pescoço. Conduziam rifles e fuzil máuser, revólver
e punhal. Traziam à cintura três a quatro cartucheiras, acondicionando nelas,
cada homem, um total de 400 balas (MONTENEGRO, 1973, p. 286).
Havia, é certo,
na trajetória e no encalço dos cangaceiros poderosos inimigos, pois essa lida
dividia opiniões, mas nessa ousada investida os cangaceiros contavam muito com
a habilidade de dialogar ou de alguém por eles exercer essa função com
mandatários locais em diversas situações.
Padre Cícero, poderoso que era, teve
a sagacidade e, igualmente, a capacidade não só de contornar qualquer posição
contrária, mas de receber o bando e cumprir com a promessa empreendida por
Bartolomeu.
Deputado Floro Bartolomeu
Concedeu a patente sugerida tanto por este e tão desejada por
Lampião: Capitão. Padre Cícero redigiu a patente. O Dr. Pedro de Albuquerque Uchôa, engenheiro agrônomo, a pedido do padre, assinou o documento (OLIVEIRA,
1970, p. 58).
Dr. Pedro de Albuquerque Uchôa
No entanto, Lampião não percebeu que fora logrado, pois o papel
que o punha como oficial não teria valor, e, portanto, não gozava do
reconhecimento das ditas Forças. * Pesquisa de Tese de Doutorado apresentada ao
Programa de Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Simão
Pedro dos Santos.
https://www.facebook.com/groups/ocangaco/?fref=ts
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário