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domingo, 23 de outubro de 2016

BOATOS E VERDADES SOBRE A VIDA DE LAMPIÃO E MARIA BONITA.

Maria Bonita e Lampião

13 de fevereiro de 1926, o Jornal Pequeno acorda os recifenses com a publicação da notícia da emboscada armada pelo tenente Optato Gueiros dando fim ao cangaceiro Lampião entre Custódia e Alagoa de Baixo, em Pernambuco: Lampião estava morto. 

Já era à época, capitão. Patente recebida para combater a Coluna Prestes, de passagem no Ceará, recebeu a patente militar de um funcionário público de Juazeiro – que, mais tarde, diria que diante dele e de seus cabras assinaria até a demissão do então presidente Arthur Bernardes. 

Nessa época seus crimes eram tão populares que o nome Lampião passou a ser usado até em propaganda de pílulas para aliviar prisão de ventre. Esse alívio durou pouco para quem confiou na estatura da notícia do Jornal, era mais um anúncio falso. 

Lampião reaparecera meses depois ao governador de Pernambuco propondo a divisão do Estado em dois, para que ele pudesse ser nomeado governador do Sertão. Viveu mais 12 anos, se apaixonou, viveu e morreu ao lado de Maria Gomes de Oliveira fazendo-a sua companheira no cangaço. 

O Brasil surpreendeu-se quando viu as fotos de Maria Bonita e as outras cangaceiras enfrentando com alegria e vaidosamente ao lado de seus homens a vida nas entranhas das caatingas. Sertão para o litoral era sinônimo de miséria e violência absolutas… Os sertanejos eram tidos como “sub-raças” impossível viver uma vida bela ou sequer desenvolver uma convivência pacífica e amorosa em meio à crueza da região. 

Contam que a entrada da mulher no Cangaço foi o começo do enfraquecimento do movimento. Acreditam que elas deixavam os homens mais “moles” e mais vagarosos. Com Maria Bonitas muitas outras mulheres dividiram com os cangaceiros, por opção ou não, aquela vida temerária… Mas pode-se dizer que eram mulheres valentes, caprichosas, dispostas sempre a seguirem seus homens para onde fossem… 

Lampião começou a viver com Maria Bonita com mais de 30 anos e certamente já começava a pensar em se acomodar ou mudar de vida, morreu já com 40 anos de idade, bem mais cansado e desencantado com o Cangaço, então, pode-se pensar que existe uma “forçada” de barra, em dizer que foram as mulheres quem enfraqueceram o Cangaço. 

As mulheres foram para o Cangaço porque ele já estava enfraquecido, elas apenas contribuíram com seu senso e sensibilidade mais diferenciado em ver e viver a vida. 

Frederico Pernambucano de Melo

“Na fase final de suas tropelias, entre os anos de 1936 e 1938, Lampião mostrava-se bem mudado”, afirma Frederico Pernambucano de Mello. O historiador registra que ele trocou as constantes movimentações pelo sertão por uma vida mais sedentária e confortável em refúgios em Sergipe, “onde sua agressividade diluía-se nos braços de Maria Bonita, a quem amou profundamente, dedicando-lhe sempre calorosas palavras de elogio”. 

O cangaceiro Vinte e Cinco

Em entrevista em 2009 o cangaceiro Vinte e Cinco relatou que o famoso casal vivia em harmonia “Nunca ouvi reclamarem. Eles se acostumavam. Nem faziam futuro, nem pensavam em morrer, porque eles sabiam que a qualquer momento podia acontecer, daí o que viesse estava bom” esse modo de viver, quase romântico, repercutia no resto do grupo. “Chegasse o momento em que podíamos dançar, nós dançávamos; na hora de correr, nós corríamos; na hora de brigar, brigávamos; e a gente queria terminar aquele negócio logo, era matar ou morrer.” 


O lugar onde se deu o assalto e chacina era chamado, por Corisco, de “cova de defunto” pelas características que tinha e mesmo com o aconselhamento do assecla Lampião, resolveu pernoitar ali onde encontraria, através de 45 homens e três metralhadoras sua e da sua companheira a dura morte. 

Umburana de Cheiro

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