Por Clerisvaldo B.
Chagas, 3 de abril de 2017 - Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.567
À margem da
política, da cachorrada, da safadeza, salva o lado tenebroso, a inteligência de
hábeis e determinados pesquisadores. E diante da desertificação séria e tantas
vezes denunciada ao mundo, seguem-se períodos de fome e miséria em regiões do
globo onde não mais se produz nada da terra.
ILUSTRAÇÃO
(Wagner Cerqueira e Francisco).
Desvendar os
mistérios que envolvem o Saara ─ maior deserto quente do mundo ─ a nós parece
um feito extraordinário de homens que se dedicam às ciências. Sempre tivemos a
impressão de que a região saariana tivesse sido uma coisa diferente no passado,
mas não dentro das revelações dos últimos estudos a respeito. São
surpreendentes as deduções de pesquisadores da Universidade de Estocolmo
(Suécia) e da Universidade de Columbia e do Arizona, fora outra vertente
debruçada no mesmo tema.
Parece mesmo
ficção científica apontar o deserto como atualmente se conhece com uma
precipitação entre 35 e 100 milímetros e dizer que ali já teve 20 vezes mais
chuvas no passado. Os estudos mostram que aquelas areias de tanto calor pelo
dia e tanto frio durante a noite, eram antes savanas e pradarias que podem ser
chamadas de Saara Verde ou Saara Úmido, sustentadas pelas chuvas de moções. Um
cenário deslumbrante entre cinco e dez mil anos atrás. Região onde havia
peixes, crocodilos, elefantes e hipopótamos, paisagem mesmo de savana e
pradaria.
"O Saara
se tornou verde quando saímos do período glacial. O Sol do verão se tornou mais
forte há uns 9 mil anos e isso trouxe uma série de consequências", explica
um dos pesquisadores.
Esta pesquisa
data o deserto em 2,7 mil anos, mas estima que os seres humanos tenham
abandonado as áreas que estavam se tornando desérticas muito antes, à medida
que o clima mudava.
Outra versão
diz: O período do Saara Verde não ocorreu apenas entre 5 mil e 10 mil anos, mas
também há 125 mil anos, como fenômeno cíclico e natural. E se o fenômeno é
cíclico, daqui a milhares de anos o ciclo se repetirá. o Saara poderá voltar a
ser o que era antes, savana e pradaria, dependendo também das forças
antropogênicas.
Sua extensão é
maior que a de alguns países, como o Brasil, Índia e a Austrália.
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