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quinta-feira, 27 de abril de 2017

(TODOS DANÇAM NU! A MANDO DE LAMPIÃO, NO FORRÓ NO SALITRE POVOADO DE JUAZEIRO BAHIA)


No ano de 1929, quando Lampião por um catingueiro, que nesse dia iria haver um baita de um forró na Fazenda Jurema Preta, de Propriedade do Sr, Manuel de Anja, Celebração do Casamento de sua filha

A notícia agradou Lampião que estava pela região e queria se divertir um pouco, coisa que não fazia a muito tempo, por falta de oportunidade e opressão da força Policial do Nordeste.

Mandou avisar o dono da casa que iria ao casamento com paz e muita alegria, e que pusesse água no feijão para ele” Lampião e seus meninos, que queriam brincar a noite inteira.

O fazendeiro Mané de Anja fingindo-se satisfeito com a notícia, agradou de sob modo a Lampião, e respondeu ao Capitão que era uma honra recebê-lo com seu bando em sua casa e que o esperava. 

Mas sem perder tempo, guardando reserva da notícia, enviou imediatamente uma carta ao Delegado de Juazeiro, avisando da presença de Lampião e seu bando na festa, e pedindo urgente providência, e que a Polícia evitasse, que ele e família passassem por momentos vexaminosos.

Mas o destino conspirava contra o velho fazendeiro, e para a sua desgraça, Lampião interceptou o mensageiro e lhe tomou a carta! Meio desapontado com o comportamento do fazendeiro Mané de Anja, Lampião ficou calado e se dirigiu com o bando para o local da festa, chegando à Fazenda no finalzinho da tarde, quando a festa já ia bem animada. Dividiu o seu pessoal em dois grupos, ficando metade na malhada da Fazenda, e a outra parte com o Capitão. 

A presença de Lampião foi um terror para os convidados que não o esperavam, mas para o dono da casa era uma expectativa não menos perigosa, pois até aquele momento, não sabia se o mensageiro havia entregue ou não. E vez por outra, dava uma olhada na estrada, e nada. 

Lampião tranquilo animava a festa fingindo a inexistência da carta, ao Delegado de Juazeiro. Lampião certo estava de possuir a chave do enigma, nem por isso deixou de seguir os movimentos do velho. 

Ao anoitecer, quando o forro estava no maior do seu auge, Lampião subiu em uma cadeira e falou:

- Atenção, pessoal! 

Parou tudo! Instantaneamente o silêncio tomou conta do lugar, continua Lampião:

- Vocês vão conhecer agora quem é este véio safado! Traidor! Que é o dona da casa!

- Os convidados ficaram a se olharem entre si, atônitos e preocupados com aquela exclamação de Lampião.

Imobilizados, aguardavam as avalanches de violência por Lampião e seu grupo.

Continua Lampião:

- Ele mandou dizer que eu podia vim brincar com meus meninos...

E tirando a carta do bolso, disse:

- Este safado mandou para o delegado para que tivesse tiroteio entre vocês e meus meninos, sem se preocupar com vocês. Agora me digam isto é papel de homem? Me respondam, gente?

Todos por uma só voz, 

- Não senhor, Capitão!

E continua Lampião:


- Então vocês vão escolher, morrerem todos ou vamos todos dançarem nu, que é para este velho descarado tomar vergonha na cara? Escolham!

E o povo escolheu a nudez sem depravação.

- Se algum gaiato ficar alterado, será capado na frente dos demais, que é para respeitarem as mulheres presentes! -  Assim falou Lampião. 

Lá pelas altas madrugadas, depois de muitos bêbados, homens e mulheres no bacanal, proporcionado por Lampião, dois rapazes libidinosos e alterados foram retirados da festa e capados por gente de Lampião. 

Amanheceu o dia e antes de finalizar a esbornia de pelados, Lampião deu ordem que capassem o velho traidor!

Fonte: Derrocada do Cangaço. Felipe de Castro, 19 de Setembro de 1977. Ilustração J. Borges.


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