Por Jerdivan Nóbrega de Araújo
Fundada pelo
jornalista Tito Henrique da Silva, em 1892, na cidade de João Pessoa, Paraíba,
a Fábrica de Vinhos de Caju Tito Silva, era a mais antiga e a maior produtora
nacional do vinho de caju, bebida bastante popular no Nordeste por um longo
tempo. A fábrica, ao longo da sua história, ganhou diversos prêmios de
reconhecimento pela qualidade dos seus produtos, dentre eles, um em Bruxelas,
em 1911, e outro na Exposição do Centenário do Brasil em 1922, no Rio de
Janeiro.
Na Tito Silva,
o processo de produção do vinho de caju era bastante artesanal, a manufatura
era caseira e somente a família trabalhava na linha de produção, sendo que, até
1917, seus únicos empregados eram a mulher e o filho. Somente a partir dos anos
1940, devido à importação de máquinas da Inglaterra e dos Estados Unidos, o
processo deixou de ser artesanal, porém, preservando a forma tradicional de
processamento.
Nessa primeira metade do século XX, a fábrica chegou a produzir
vinte toneladas diárias de vinho de caju, e o produto ganhou grande aceitação
no mercado, e chegou a ser comercializado em várias regiões do país, e até
mesmo na Alemanha e nos Estados Unidos. A produção subiu ao seu índice máximo,
e chegou a consumir de 25 a 30 toneladas de caju por dia.
Antigamente
encontrado nos arredores da fábrica, graças tanto ao aumento da produção quanto
aos cortes de cajueiros para produção de carvão vegetal, as plantações
desapareceram, e fizeram com que os proprietários recorressem às plantações de
caju de outras cidades da Paraíba e do Rio Grande do Norte, aumentando os
custos com a produção.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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