Por Manoel Severo
Manoel Severo
e Sílvio Bulhões
Este
maravilhoso e encantador universo do cangaço! Um fenômeno de natureza
beligerante que marcou por décadas os conflitos rurais de nosso sertão , com
uma força extraordinariamente grande, guarda fortes relações com nossas
raízes e que trouxe tanta dor ao povo do sertão é capaz de nos
proporcionar surpresas verdadeiramente fantásticas, uma delas: Sílvio Bulhões;
filho dos lendários capitão Corisco e sua intrépida companheira, Dadá.
Conversar com Sílvio Bulhões, conhecer sua história, aproximarmo-nos de seu sentimento é algo de valor inestimável, tanto pela riqueza e curiosidade histórica de sua vida como pelo grande ser humano que é, capaz de traduzir em poesia uma verdadeira saga de um menino que teve "dois pais e duas mães" aos quais dedicou todo o amor. O pequeno e grande Sílvio, filho de Corisco e Dadá, nasceu duas vezes: "Fui parido nas caatingas por minha mãe Dadá em um parto auxiliado pela cangaceira Moça, de Cirilo, em 1935 e depois tive um novo parto nove dias depois por minha mãe Liquinha, irmã do Padre Bulhões". O homem que teve dois pais: Corisco e Padre Bulhões e duas mães; Dadá e Liquinha; nos recebeu em uma visita inesquecível no ultimo dia 20 de janeiro de 2018, um momento para se guardar eternamente. Conto para vocês...
Ingrid
Rebouças, Manoel Severo, Sílvio Bulhões, Elane e Archimedes Marques
Por volta de
16 horas do domingo , 20 de janeiro, passando pelo centro de Maceió,
acompanhado dos escritores Archimedes e Elane Marques e ainda Ingrid Rebouças,
chegaríamos a casa do economista Sílvio Bulhões. A recepção ficou a cargo do
pequeno e barulhento Haji ; o pequeno cão guarda-costas da família; que nos
anunciava não só aos anfitriões mas pelo tamanho do barulho, à toda a
vizinhança. Entrando na sala principal da casa , cercado pelas imagens dos pais
famosos; Corisco e Dadá; o abraço aguardado por mim, por tanto tempo
em Sílvio Bulhões.
A emoção que se traduzia mútua, seria a tônica principal de mais de duas horas de uma prosa realmente inesquecível. Não foi preciso muita coisa para que Sílvio se sentisse mais que a vontade e se transportasse para os idos dos anos 30 e como num caleidoscópio espetacular pudéssemos juntos com ele, reviver os momentos marcantes de seu nascimento em plena caatinga, depois sua estada no bando por apenas 9 dias, sua chegada à casa do Padre Bulhões, sua infância, as primeiras noções de quem realmente era, as revelações, surpresas, até o dia em que conheceu as fotos dos pais, a viagem para conhecer Dadá, o ato de cremação do pai, as cinzas ao mar,enfim...a grande saga do filho de Corisco se descortinava passo a passo numa narrativa impressionantemente cheia de força e emoção.
A emoção que se traduzia mútua, seria a tônica principal de mais de duas horas de uma prosa realmente inesquecível. Não foi preciso muita coisa para que Sílvio se sentisse mais que a vontade e se transportasse para os idos dos anos 30 e como num caleidoscópio espetacular pudéssemos juntos com ele, reviver os momentos marcantes de seu nascimento em plena caatinga, depois sua estada no bando por apenas 9 dias, sua chegada à casa do Padre Bulhões, sua infância, as primeiras noções de quem realmente era, as revelações, surpresas, até o dia em que conheceu as fotos dos pais, a viagem para conhecer Dadá, o ato de cremação do pai, as cinzas ao mar,enfim...a grande saga do filho de Corisco se descortinava passo a passo numa narrativa impressionantemente cheia de força e emoção.
"Amigo
Archimedes muito obrigado por trazer à minha casa esse amigo já mais que
querido que só conhecia de nome, Manoel Severo. Que prazer e honra receber
Severo em minha casa. O trabalho do Cariri Cangaço é fenomenal !" Revelava
um emocionado Sílvio Bulhões.
Com a visão
comprometida quase por completo; "atualmente vejo muito pouco, apenas
vultos e com um pouco mais de esforço consigo identificar se ali ha pessoas,
etc etc etc" ; Sílvio Bulhões se supera a partir de uma memória e uma
lucidez fora do comum unidos a um caráter reconhecido por todos ao longo de
toda sua vida, "cheia de aventuras", como ele próprio gosta de
acentuar.
Sílvio
Bulhões recebe o Diploma de Amigo do Cariri Cangaço
A visita do
Cariri Cangaço a Sílvio Bulhões tinha tres objetivos: Primeiro proporcionar a
todos esse encontro especialmente precioso, quando a história narrada com a
poesia do coração é capaz de nos mostrar um outro lado da moeda, se tratando da
crueza do mundo estranho dos cangaceiros; a segunda fazer um convite especial
para que Sílvio Bulhões possa estar presente em uma das agendas do Cariri
Cangaço, ao que ele asseverou: "Vou me organizar e se a saúde permitir
será um grande prazer"; e a terceira de conceder de forma solene ao
anfitrião, em nome do Conselho Curador Alcino Alves Costa, o Título de Amigo do
Cariri Cangaço. Uma visita inesquecível e que passarei a publicar em duas
postagens nos próximos dias neste mesmo blog do Cariri Cangaço.
Manoel Severo
Curador do
Cariri Cangaço
Maceió, 20 de
Janeiro de 2018
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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