Por Osvaldo Abreu (Abreu)
Em 1935, o presidente Getúlio Vargas vetou
Uma lei com aprovação,
Um mil e duzentos contos,
Para combater o cangaço e Lampião.
O cronista Rubem Braga escreveu Cangaço,
Não te achando vilão,
Vendo-o como herói de uma população.
Ai de ti, Lampião,
Uma cabeça exposta
Sob exposição,
Uma família a chorar
De seu guerreiro, seu capitão.
Ninguém pedra pode atirar,
Seu herói pode ser vilão.
Ai de ti, Lampião,
Vinte anos de cangaço,
Nada acontece à toa, nada sem razão.
Cada alma humana tem um embaraço,
Habita no ser um turbilhão,
Nunca foste a masmorra, a prisão,
De nenhum herói desfaço.
Ai de ti, Lampião,
Cangaço foi uma necessidade
Do esquecido sertão.
Volante também cometia maldade.
Fazer juízo é preciso ver situação.
Tudo é o tempo, idade.
O clima, o ambiente, a religião.
Ai de ti, Lampião,
São tantas e tantas histórias.
Como separar a verdade e a versão?
O sertão continua esquecido como outrora.
O sertanejo tem fé em Padre Cícero Romão.
Romeiros e romeiras sempre choram.
Quem pode explicar a amizade do padre com Lampião?
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