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quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

A HISTÓRIA DOS GRANDES INIMIGOS DE LAMPIÃO

 

Programa

Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação no ato da inscrição, com no mínimo dois dias de antecedência da atividade.

Nesta palestra o jornalista e historiador Moacir Assunção (autor de Os homens que mataram o facínora, Record, 2007, finalista do Prêmio Jabuti 2008) analisa as conexões entre o bandoleiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e seus inimigos, em especial os nazarenos (moradores da Vila de Nazaré, em Pernambuco, tidos como os mais temíveis rivais do rei do cangaço), assim como as conexões do cangaço, um dos mais importantes fenômenos sociais brasileiros, com a cultura nacional.

O escritor analisará as histórias das lutas entre Lampião e seus inimigos, com suas fortes marcas na história do Brasil, assim como aspectos culturais correlatos ao tema, como a imagem de valentia dos nordestinos, cultuada por ambos os lados em confronto, além de uma discussão pouco conhecida que versa sobre o apreço de Lampião (e também de seus inimigos) por itens típicos da cultura sertaneja, como a literatura de cordel, as comidas típicas do sertão tal como a buchada e o churrasco sertanejo, e o apreço por enfeites em chapéus, roupas e armas. "Ao contrário do guerrilheiro, que busca se confundir com a mata, os cangaceiros, principalmente no período lampiônico (1922-1938) adoravam aparecer.

As medalhas e moedas de ouro nos chapéus de couro podiam ser vistos a quilômetros", destaca Assunção. É que Lampião, homem dotado de uma inteligência acima da média, percebeu a força da imprensa para mostrar poder e atacar seus oponentes.
Assim, muitas fotos e até filmagens sobre o bandoleiro nordestino e seus comandados foram divulgados na época. Ele também concedeu algumas entrevistas para jornalistas e, ao contrário dos seus antecessores no cangaço, lia e escrevia corretamente.

Adorava ler sobre si nos jornais e isso lhe ajudou a formar o mito do cangaceiro invencível. Ao mesmo tempo, criava a identificação com o homem da terra, sofrido e valente, em eterna guerra contra os coronéis. Esse símbolo acabou sendo apropriado, indevidamente, por parte da esquerda brasileira, que passou a difundir o mito de um bandido Robin Hood, o que ele jamais foi.

No entanto, se Lampião foi um bandido, e de fato foi, é forçoso reconhecer que, independente disso, a força do fenômeno cangaço no Brasil e em vários países da Europa e nos Estados Unidos, locais em que foram publicados livros sobre o tema e em que o filme O Cangaceiro, de Lima Barreto, alcançou grande sucesso, é muito grande.

Na música, com músicos como Luiz Gonzaga, Fagner e Alceu Valença, na rica literatura de cordel, em que Lampião é líder inconteste, no cinema, nas artes plásticas e até na propaganda o mito do cangaceiro é um dos mais poderosos da história do Brasil.

É possível constatar, também que, apesar de viver em uma região pobre, Lampião era um homem sofisticado, que apreciava bebidas de qualidade, perfumes de boa procedência, roupas finas e até ícones da modernidade, como cinema e fotografia. É, sem dúvida, um personagem singular e diferenciado que aparecerá na palestra.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Palestrantes

Moacir Assunção

Jornalista, mestre em História Social pela PUC-SP, com pós-graduação em Ciências Sociais pela FESP-SP. É professor dos cursos de Comunicação Social, Administração de Empresas e Gestão de Recursos Humanos da USJT.

https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/a-historia-dos-grandes-inimigos-de-lampiao

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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