Programa
Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação no ato da inscrição, com no mínimo dois dias de antecedência da atividade.
Nesta palestra
o jornalista e historiador Moacir Assunção (autor de Os homens que mataram o
facínora, Record, 2007, finalista do Prêmio Jabuti 2008) analisa as conexões
entre o bandoleiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e seus inimigos, em
especial os nazarenos (moradores da Vila de Nazaré, em Pernambuco, tidos como
os mais temíveis rivais do rei do cangaço), assim como as conexões do cangaço,
um dos mais importantes fenômenos sociais brasileiros, com a cultura nacional.
O escritor analisará as histórias das lutas entre Lampião e seus inimigos, com
suas fortes marcas na história do Brasil, assim como aspectos culturais
correlatos ao tema, como a imagem de valentia dos nordestinos, cultuada por
ambos os lados em confronto, além de uma discussão pouco conhecida que versa
sobre o apreço de Lampião (e também de seus inimigos) por itens típicos da
cultura sertaneja, como a literatura de cordel, as comidas típicas do sertão
tal como a buchada e o churrasco sertanejo, e o apreço por enfeites em chapéus,
roupas e armas. "Ao contrário do guerrilheiro, que busca se confundir com
a mata, os cangaceiros, principalmente no período lampiônico (1922-1938)
adoravam aparecer.
As medalhas e moedas de ouro nos chapéus de couro podiam ser vistos a
quilômetros", destaca Assunção. É que Lampião, homem dotado de uma
inteligência acima da média, percebeu a força da imprensa para mostrar poder e
atacar seus oponentes.
Assim, muitas fotos e até filmagens sobre o bandoleiro nordestino e seus
comandados foram divulgados na época. Ele também concedeu algumas entrevistas
para jornalistas e, ao contrário dos seus antecessores no cangaço, lia e
escrevia corretamente.
Adorava ler sobre si nos jornais e isso lhe ajudou a formar o mito do
cangaceiro invencível. Ao mesmo tempo, criava a identificação com o homem da
terra, sofrido e valente, em eterna guerra contra os coronéis. Esse símbolo
acabou sendo apropriado, indevidamente, por parte da esquerda brasileira, que
passou a difundir o mito de um bandido Robin Hood, o que ele jamais foi.
No entanto, se Lampião foi um bandido, e de fato foi, é forçoso reconhecer que,
independente disso, a força do fenômeno cangaço no Brasil e em vários países da
Europa e nos Estados Unidos, locais em que foram publicados livros sobre o tema
e em que o filme O Cangaceiro, de Lima Barreto, alcançou grande sucesso, é
muito grande.
Na música, com músicos como Luiz Gonzaga, Fagner e Alceu Valença, na rica
literatura de cordel, em que Lampião é líder inconteste, no cinema, nas artes
plásticas e até na propaganda o mito do cangaceiro é um dos mais poderosos da
história do Brasil.
É possível constatar, também que, apesar de viver em uma região pobre, Lampião
era um homem sofisticado, que apreciava bebidas de qualidade, perfumes de boa
procedência, roupas finas e até ícones da modernidade, como cinema e
fotografia. É, sem dúvida, um personagem singular e diferenciado que aparecerá
na palestra.
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
Palestrantes
Moacir Assunção
Jornalista, mestre em História Social pela PUC-SP, com pós-graduação em Ciências Sociais pela FESP-SP. É professor dos cursos de Comunicação Social, Administração de Empresas e Gestão de Recursos Humanos da USJT.
https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/a-historia-dos-grandes-inimigos-de-lampiao
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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