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terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

TURISMO PELOS CAMINHOS DE LAMPIÃO NO RIO GRANDE DO NORTE

 By Revista Turismo

Para muitos, apenas uma história local, mas quando Virgulino Ferreira da Silva, o temido Lampião, avistou as primeiras terras do sertão do Rio Grande do Norte, vindo da Paraíba, teve seus planos arruinados e seu destino e do seu bando traçado. Muitos desconhecem a trilha feita pelo cangaceiro pelo território potiguar, mas Lampião deixou sua marca por muitas cidades do interior do Estado.  A cultura popular nordestina, que preserva parte da memória do Cangaço é enorme e, vale a pena fazer uma trilha por esses lugares no interior do RN e conhecer um pouco da história e suas raízes. 

Adendo:

"Conheça também a história contada pelo historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros, sobre Lampião no Rio Grande do Norte. 

https://tokdehistoria.com.br/tag/lampiao-no-rio-grande-do-norte-a-historia-da-grande-jornada/ - Clique no link acima: José Mendes Pereira".

A ideia do cangaceiro era entrar em Mossoró, na época cidade mais rica do oeste potiguar, em busca das riquezas dos coronéis, sua invasão contou com a ajuda do jagunço local, Massilon.  Mas, a invasão fracassou e o dia 13 de junho de 1927, entrou para a história e o folclore potiguar.  A derrota de Lampião foi registrada por historiadores e pelos poetas em versos de cordel, ressaltando o heroísmo dos mossoroenses que expulsaram o famoso bando de cangaceiros. 

Mas por onde mais Lampião esteve? Nos dias que antecederam a sua chegada a Mossoró, o bando cruzou a cavalo um território que se estende por 14 municípios do Rio Grande do Norte, incluindo Pau-do-Ferros, Major Sales, Luiz Gomes, Marcelino Vieira e Martins, entre outras cidades, deixando um rastro de violência, medo e várias histórias que o tempo não apagou da memória dos potiguares.

O eterno rei do cangaço, temido, odiado e amado por muitos, Lampião circulou por 96 horas por terras potiguares deixando um rastro de violência, que o tempo não foi e muito provavelmente não será capaz de apagar. Mas, deixou um legado a ser explorado, conhecido e divulgado, assim como em outros Estados, conhecer esses caminhos se tornou fonte de renda fundamental para o turismo local e desenvolvimento econômico da região. 

Nos caminhos de Lampião

No dia 10 de junho de 1927, Lampião e seu bando entraram em terras potiguares, cruzando a divisa dos Estados e se instalando no alto oeste potiguar. Sua trajetória começou no pé da Serra de Luís Gomes, onde teve abrigo na fazenda que pertencia a familiares dos cangaceiros Massilon Leite e Pinga-fogo. 

A recepção durou pouco. Quando amanheceu os cangaceiros se embrenharam pela mata. Galopavam por veredas, saqueavam fazendas e faziam prisioneiros. Onde hoje é o município de Major Sales, o rastro de terror e feitos heroicos ficaram na história da cidadezinha, que até hoje lembra na tradicional festa dos caboclos a invasão. Seguindo para outras cidades do Alto Oeste potiguar, foi em Marcelino Vieira onde teve o primeiro combate militar contra o cangaceiro no Estado. 

Cheia de histórias, Marcelino Vieira guarda na memória o fim trágico daquele dia em seus monumentos e nos contos locais, repassando de geração em geração. Nos 14 municípios onde o rei do cangaço passou deixou muitas lembranças, marcos históricos, objetos perdidos e encontrados com o tempo. 

A chegada em Mossoró

Na terra que expulsou Lampião, o turista poderá conhecer a trajetória do cangaceiro e seu bando na cidade, sendo o ponto alto desta viagem os locais da batalha travada a igreja de São Vicente, casa do ex-prefeito Rodolfo Fernandes, Estação Ferroviária atual Estação das Artes, antigo Matadouro Público e o cemitério da cidade, onde se encontra enterrado o cangaceiro Jararaca e o ex-prefeito Rodolfo Fernandes. Os turistas que tiverem a oportunidade de conhecer a cidade no mês de junho poderão ainda assistir ao espetáculo ‘chuva de bala no País de Mossoró’, que irá contribuir para uma melhor compreensão deste fato histórico: a resistência dos mossoroenses ao ataque de Lampião e seu bando. 

Onde ficar nas outras cidades por onde passou Lampião? 

É possível fazer o mesmo trajeto ficando em Martins ou até mesmo em Páu-dos-Ferros. Será necessário visitar as cidades de carro para conhecer a história do sertão potiguar que abrigou e expulsou Virgulino Ferreira da Silva, o temido Lampião, um período que marcou o início do fim do reinado do capitão do cangaço pelo sertão nordestino. O tempo que ele levou trilhando pela caatinga, deu tempo para Mossoró se preparar para o confronto e expulsar de vez o famoso cangaceiro das terras potiguares. 

Nessas cidades é possível ficar em pousadas confortáveis, provar comidas típicas e conhecer ainda a arquitetura antiga, que é preservada pelas gerações e conhecer os cantos locais preservados na memória dos sertanejos.

O Cangaço

O cangaço é definido como um fenômeno do banditismo brasileiro, ocorrido no nordeste do país em que os homens com seus chapéus de abas largas, roupas de couro, punhais e armas de fogo na cintura, vagavam pelas cidades em busca de justiça e vingança pelo desemprego, alimento e cidadania, causando uma verdadeira desordem da rotina dos camponeses. 

Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião (1897 -1938), foi o cangaceiro de maior destaque na história. Virgulino Ferreira, companheiro de Maria Bonita, liderou um bando que confrontou policiais, coronéis e bandos rivais. Perseguido, Virgulino vulgo Lampião, acabou sendo assassinado em 1938, na divisa entre os Estados de Alagoas e Sergipe. Com a sua morte, o cangaço perdeu força. No entanto, entrou para a história do nordeste tendo inclusive passeios ‘Na Rota do Cangaço’, em Alagoas, onde a história do bando de Lampião e Maria Bonita é contada por guias fantasiados de cangaceiros, que conduzem os visitantes até a Grota de Angico, ponto do massacre que deu fim ao mais famoso clã de cangaceiros do país.

Alagoas Rotas do Cangaço e Morte de Lampião

Para os turistas que visitam Piranhas, no sertão de Alagoas, têm a oportunidade de conhecer também a ‘rota do cangaço’, uma trilha em meio à vegetação seca da caatinga até a Grota do Angico, que fica no Estado vizinho, Sergipe.

Lampião e Maria Bonita, foram mortos no dia 28 de julho de 1938, na Grota do Angico. A Rota do Cangaço é uma trilha que explora os últimos passos e o confronto fatal de Lampião e seu bando de cangaceiros com a volante alagoana. Além da trilha, é possível ao turista visitar em um só dia o Museu do Sertão e o Centro Histórico da região.

https://revistaturismo40.com.br/index.php/2021/11/27/turismo-pelos-caminhos-de-lampiao-no-rio-grande-do-norte/

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