Por José Mendes Pereira
Após a morte do famoso e sanguinário Virgolino Ferreira da Silva, o capitão Lampião, os cangaceiros que sobraram da sua "Empresa de Cangaceiros Lampiônica e Cia", ficaram sem chefe, isto é, como batalhão de militares sem comandante. Alguns deles tentaram dominar o bando, mas ninguém entendia mais de cangaço do que o velho guerrilheiro Lampião.
Grupo de cangaceiros de Lampião
E sendo assim, foi criado o indulto (que deveria ter sido criado muito antes), pelo então presidente da república Getúlio Vargas. O indulto é um ato de clemência do Poder Público, uma maneira de extinguir o cumprimento de uma condenação imposta ao sentenciado, desde que se enquadre nos requisitos pré-estabelecidos no decreto de indulto.
Os decretos de indulto, costumam ser publicados em dias. No meio destes marginais sem chefes, estavam Corisco e sua esposa Dadá, o Moreno e Durvinha, Zé Sereno e Sila, e outros mais.
Grupo de cangaceiros de Moreno e Durvalina
Grupo de cangaceiros de Corisco e Dadá
Agora, os remanescentes de Lampião eram obrigados a se entregariam às autoridades, ou seriam mortos pela polícia. E com isso, todos resolveram marchar para os pés das autoridades, tendo como um dos protetores, o capitão Aníbal Ferreira, que os julgou com o coração e não com a razão, libertando-os.
Foto do capitão
Aníbal Ferreira gentilmente cedida para o nosso blog pelo professor e
pesquisador do cangaço Rubens Antonio.
Mas numa condição: Aquele que voltasse a praticar os meus atos de antes, seria preso e julgados pela justiça. Nada melhor do que isso. Nenhum dos cangaceiros voltou à antiga vida, todos passaram a ser homens honestos e trabalhadores.
Grupo de cangaceiros de Zé Sereno e Sila
Se as autoridades tivessem pensado isso antes, e tivessem oferecido ao rei Lampião este mesmo acordo, quantos pais de famílias e famílias inteiras teriam se salvado das mãos dos cangaceiros, principalmente das garras do capitão Lampião? O problema era que as autoridades não queriam baixar a cabeça ou se humilharem diante do facínora, perverso e sanguinário capitão Lampião. Segundo os pesquisadores e escritores, ninguém mais voltou a praticar crimes contra ninguém.
O pastor Feliciano Teixeira, na porta da sala onde morreu Severino
Somente Severino Garcia Santos, o cangaceiro Relâmpago, que chegara ao Rio de Janeiro na década de 40, e faleceu aos 84 anos, e mesmo apesar de sua idade, um ano antes de morrer, o Relâmpago fora preso por esfaquear o agente de trânsito do Detran, Jorge de Oliveira Ribas, de 66 anos, após uma discussão sobre o preço de uma cabeça de peixe, num bar na Praça Tiradentes.
O cangaceiro Relâmpago
Na época, o ex-cangaceiro se vangloriara dizendo que, quando vivia no sertão, tivera 12 mulheres e matara mais de 20 pessoas com Lampião. Esta é uma informação do jornal "O Globo" publicado no dia 19 de abril de 1991.
Os penúltimos facínoras que desistiram do movimento social de cangaceiros foram Moreno e Durvalina. Sua data de desistência, segundo ele aos repórteres e pesquisadores, foi no dia 02 de fevereiro de 1940. Esta data ficou marcado em sua mente para sempre.
Clique e leia - https://www.otempo.com.br/diversao/magazine/pesquisador-narra-a-trajetoria-do-casal-que-fugiu-do-cangaco-1.310696
Os últimos cangaceiros que fecharam o movimento social de cangaceiros no Nordeste do Brasil, foram Corisco e Dadá, quando foram surpreendidos pela volante do tenente José Rufino, no dia 25 de maio de 1940.
Se você quiser saber mais um pouco sobre o cangaceiro Relâmpago clique neste link abaixo.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2013/11/o-globo-19-de-abril-de-1991-ex_2.html
Informação:
Se os cangaceirólogos acharem que o texto não está de acordo com a realidade, estou aqui para receber as correções. Nada me fará chateado, ao contrário, passarei a saber a verdade.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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