Por José Cícero
A Casa de
Pedra da Cachoeira de M.Velha no Cariri.
Um pouco mais
de história antes que desapareça
Estamos quase
dando um passo importante para, quem sabe, possamos desvendar, lançar luz ou
pelos menos contribuír com o debate sobre a verdadeira história da famosa
"Casa de Pedra" localizada nas imediações da não menos lendária
Cachoeira de Missão Velha.
A casa atual
ou o que felizmente ainda resta dela ao que tudo leva a crer remonta
possivelmente a primeira metade do século XIX ou ainda do final do XVIII dado
algumas características pertinente a sua construção, feita apenas em pedra, cal
e madeira. Bem como levando-se em conta os informes historiográficos existentes
acerca dos acontecimentos do referido período colonial.
A saber:
Conforme alguns registros documentais somente em meados de 1703 é que houve as
primeiras petições das chamadas 'cartas de sesmarias' relativas a esta região,
cuja gleba de terra ia dos limites do riacho dos porcos/Salgado até a lagoa do
Crato. Tudo isso através dos sesmeiros Manuel Rodrigues Ariosa em parceria com
Antonio de Brito Siebra junto a casa da torre na Bahia. De modo que por volta
de 1863 as anotações cartográficas do dr. Pedro Theberge dão conta de que
Rodrigues Ariosa havia sim construído nas imediações correlatas uma Casa de
apoio bastante resistente semelhante a esta. Contudo, ao que tudo indica ficava
mais à nordeste em relação a do local atual. É justamente isso que estamos
investigando dentro da mata, ou seja, buscando encontrar os resquícios da
suposta casa primitiva. Para tanto, já iniciamos uma série de entrevistas com
moradores mais antigos da região no sentido de obter informações sobre
possíveis ruínas existentes em meio a caatiga da Cachoeira e da Lapinha. É
quase consenso entre os historiadores e pesquisadores afins de que esta
edificação ou a outra tenha servido de apoio tb ao revolucionário Pinto Madeira
e seus comandados durante a revolta de 1832. Como igualmente à jaguncos,
cangaceiros e garimpeiros posteriores que passavam por esta região. Há
inclusive, quem aponte e acredite que também pelo fato dela está localizada nos
limites do sitio Emboscadas possa ainda ter servido de abrigo e defesa durante
o conflito de 1724 na remota guerra entre Montes e Feitozas. Em breve teremos
novidades sobres estes fatos. Diria ainda que a casa foi também ponto
estratégico de parada para viajantes e tropeiros que faziam o transporte de
mercadorias entre o Cariri e o litoral, notadamente nas épocas mais difíceis de
guerra e seca.
Hoje o mais
triste é constatar que nada vem sendo feito no sentido de conter o processo
acelerado de destruição deste incomensurável patrimônio da nossa história local
e regional. Em parte, esta destruição é resultante do abandono e a falta de
conservação adequada. O fato é que estamos seguramente a perder um verdadeiro
filão de ouro, já que podia está sendo melhor aproveitado num projeto turístico
e de conservação gerando assim divisas culturais e econômicas para o município.
Uma pena.
■ Prof. José Cícero.
*informes da
Net e bibliográficos.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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