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sábado, 17 de dezembro de 2022

A CASA DE PEDRA DA LAPINHA DA CACHOEIRA DE MV, PEDE SOCORRO!

 Por José Cícero

A Casa de Pedra da Cachoeira de M.Velha no Cariri.

Um pouco mais de história antes que desapareça

Estamos quase dando um passo importante para, quem sabe, possamos desvendar, lançar luz ou pelos menos contribuír com o debate sobre a verdadeira história da famosa "Casa de Pedra" localizada nas imediações da não menos lendária Cachoeira de Missão Velha.

A casa atual ou o que felizmente ainda resta dela ao que tudo leva a crer remonta possivelmente a primeira metade do século XIX ou ainda do final do XVIII dado algumas características pertinente a sua construção, feita apenas em pedra, cal e madeira. Bem como levando-se em conta os informes historiográficos existentes acerca dos acontecimentos do referido período colonial.

A saber: Conforme alguns registros documentais somente em meados de 1703 é que houve as primeiras petições das chamadas 'cartas de sesmarias' relativas a esta região, cuja gleba de terra ia dos limites do riacho dos porcos/Salgado até a lagoa do Crato. Tudo isso através dos sesmeiros Manuel Rodrigues Ariosa em parceria com Antonio de Brito Siebra junto a casa da torre na Bahia. De modo que por volta de 1863 as anotações cartográficas do dr. Pedro Theberge dão conta de que Rodrigues Ariosa havia sim construído nas imediações correlatas uma Casa de apoio bastante resistente semelhante a esta. Contudo, ao que tudo indica ficava mais à nordeste em relação a do local atual. É justamente isso que estamos investigando dentro da mata, ou seja, buscando encontrar os resquícios da suposta casa primitiva. Para tanto, já iniciamos uma série de entrevistas com moradores mais antigos da região no sentido de obter informações sobre possíveis ruínas existentes em meio a caatiga da Cachoeira e da Lapinha. É quase consenso entre os historiadores e pesquisadores afins de que esta edificação ou a outra tenha servido de apoio tb ao revolucionário Pinto Madeira e seus comandados durante a revolta de 1832. Como igualmente à jaguncos, cangaceiros e garimpeiros posteriores que passavam por esta região. Há inclusive, quem aponte e acredite que também pelo fato dela está localizada nos limites do sitio Emboscadas possa ainda ter servido de abrigo e defesa durante o conflito de 1724 na remota guerra entre Montes e Feitozas. Em breve teremos novidades sobres estes fatos. Diria ainda que a casa foi também ponto estratégico de parada para viajantes e tropeiros que faziam o transporte de mercadorias entre o Cariri e o litoral, notadamente nas épocas mais difíceis de guerra e seca.

Hoje o mais triste é constatar que nada vem sendo feito no sentido de conter o processo acelerado de destruição deste incomensurável patrimônio da nossa história local e regional. Em parte, esta destruição é resultante do abandono e a falta de conservação adequada. O fato é que estamos seguramente a perder um verdadeiro filão de ouro, já que podia está sendo melhor aproveitado num projeto turístico e de conservação gerando assim divisas culturais e econômicas para o município. Uma pena.

■ Prof. José Cícero.

*informes da Net e bibliográficos.

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