Por José Mendes Pereira
Assim que o Jerônimo Malfeitor saiu do hospício onde estava internado desde o ano anterior, foi direto para casa dos seus pais. Fez um lanche e, em seguida, fez um cigarro brabo, pegou uma faca afiadíssima, colocou-a em uma bainha, em seguida enfiou-a na cintura, saiu fora da casa, e ao ver um homem que vendia pães em um balaio sobre a sua cabeça, fez carreira atrás dele.
O vendedor de pães nem esperava que um dia fosse obrigado a correr e perder todos os seus pães, que procurava vendê-los naquele momento, carreira esta, pressionada por um amalucado que conduzia uma faca em uma das suas mãos.
O ambulante comerciante fez de tudo para salvar a sua vida. Na carreira, o vendedor de pães ia e vinha, sempre mudando de direção, no sentido de não ser atingido pela faca que o perseguia, dominada pelo juízo de um amalucado, e com isso, aos poucos, foi perdendo os pães, que vez por outra, saiam do balaio e caiam sobre o chão.
Infelizmente,
nem mais um pão estava dentro do balaio, foram todos perdidos no momento em que
ele corria. O amalucado encurralou o comerciante sem lhe dar nenhuma chance de
sobrevivência.
O vendedor de
pães estava totalmente frito. Uma faca nas mãos de um amalucado, 1% apenas de
chance para não morrer. Parou recantado ao pé de um muro aos gritos, pedindo
socorro a tudo que era de viventes. E de imediato, disse ao amalucado:
- Você me
venceu, homem! Não tenho como escapar da sua afiada faca. Você está maluco...
O amalucado
admirou-se do que o comerciante lhe dissera e em seguida, perguntou-lhe:
- E quem irá
te matar?
- Pelo o que
eu vi até agora, só pode ser você, que me obriga a correr com esta faca na mão.
- Respondeu-lhe o vendedor de pães trêmulo e se benzendo.
- O senhor
está é maluco! - Disse o amalucado.
- E para que
você correu atrás de mim com esta maldita faca em sua mão?
- Amigo, nem
passou pela minha cabeça de te matar. O que eu quero é apenas isto.
E aproximando
do comerciante, bateu com uma das mãos em seu ombro três vezes, e em seguida
disse:
- O que eu
quero é te dá tique, tique e tique....
E foi-se
embora o amalucado homem sem olhar para trás, mas sempre dizendo em voz alta:
"- Tique, tique, tique....!!!
O comerciante
acalmou o seu coração e agradeceu a Deus por ter sido salvo, já que a intenção
do amalucado não era matá-lo, e sim, apenar ter o prazer de bater nele e lhe
dizer: Tique, tique, tique...
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