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segunda-feira, 25 de março de 2024

FOTO DOS CANGACEIROS QUE EM 13 DE JUNHO DE 1927, PARTICIPARAM DA TENTATIVA DE INVASÃO À CIDADE DE MOSSORÓ, NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.

Por José Mendes Pereira
https://br.pinterest.com/pin/351632683391606880/

Esta fotografia dos cangaceiros que participaram da tentativa de assalto frustrada à cidade de Mossoró, foi feita em Limoeiro do Norte, no Estado do Ceará. 

Kydelmir Dantas

O professor, poeta, escritor, pesquisador do cangaço, do rei do baião Luiz Gonzaga do Nascimento, e do Trio Mossoró, nos informou o seguinte: 

Esta foto foi feita em Limoeiro do Norte-CE, pelo fotógrafo local CHICO RIBEIRO. Como foi revelada no Laboratório do jornalista José Octávio, em Mossoró-RN, erradamente a maioria dos pesquisadores coloca este último como o autor. A original, ampliada, está no acervo do Museu Histórico Lauro da Escóssia.

O pesquisador nos apresenta a fonte de pesquisas sobre o autor da foto dos cangaceiros acima, que foi feita na cidade do Limoeiro do Norte, em terras do Estado do Ceará.

Agora sem demora, vamos acompanhar passo a passo  o escritor e pesquisador do cangaço, Antônio Filemon Rodrigues Pimenta, para conhecermos os nomes dos cangaceiros que estão na foto acima, além de outros que participaram da tentativa frustrada de assalto à cidade de Mossoró, mas não aparecem na imagem.

 Antônio Filemon Rodrigues Pimenta.

O BANDO SINISTRO QUE FEZ TENTATIVA FRUSTRADA DE ASSALTO EM MOSSORÓ, NA TARDE DE 13 DE JUNHO DE 1927 , CONFORME DEPOIMENTO DE José Leite de Santana, o CANGACEIRO "JARARACA", COMPUNHA-SE DOS FACÍNORAS SEGUINTES.

1 - Lampião (que se intitula de Capitão, e chama-se Virgolino Ferreira).

2 - Sabino (que se intitula de Tenente, e chama-se Sabino Gomes). 

(Alteração do blog - http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Sabino das Abóboras ou Sabino Gomes é um dos mais importantes e enigmáticos cangaceiros do grupo do rei do cangaço Capitão Lampião, que  fez parte do bando como sendo braço direito de Lampião a partir do ano de 1924 até sua morte em 1928, na Fazenda de seu Antônio, o famoso Antônio da Piçarra. Sabino é uma figura que gera acalorada discussão entre historiadores, já que seu nome real, local de nascimento e filiação não são um consenso entre estudiosos do tema.
Existem algumas versões para seu nome verdadeiro, porém, as mais aceitas e utilizadas são, Sabino Gomes de Góis ,Sabino Gomes de Melo, Sabino Gore e Sabino Gomes de Góes. Cada um desses nomes tem uma explicação e estão diretamente atrelados aos outros dois problemas, filiação e local de nascimento, eis aqui as versões:

José Bezerra Lima Irmão, no livro "Lampião a Raposa das Caatingas":

"Foi justamente ali (Fazenda Abóboras) que nasceu e viveu sua infância o terrível Sabino Gomes de Melo, um dos mais destacados nomes da história cangaceira, mais audacioso do que o próprio Lampião. Por ser da família dos Gregório, palavra difícil de pronunciar, quando menino era chamado de Sabino Gore, o que levou alguns autores a supor que ele se chamava "Sabino Góis". Tendo trabalhado algum tempo como ajudante de vaqueiro na fazenda Goa, na Paraíba, era por isto também conhecido como Sabino Goa, a mesma razão pela qual era igualmente chamado de Sabino das Abóboras."

Rodrigues de Carvalho, no livro "Serrote Preto":

Sabino Gore era natural de Pedra do Fumo, município de Misericórdia (atual Itaporanga), na Paraíba. Na grande seca de 1915, Sabino e seus irmãos, Gregório e Elói, mudaram-se para Pernambuco. Ao passarem pela fazenda Abóboras, os retirantes encontraram guarida e ficaram trabalhando para o coronel Marçal. Gregório e Elói trabalhavam na lavoura, enquanto que Sabino era vaqueiro, mas na calada da noite fazia roubos nas redondezas. Quando foi descoberto, assumiu abertamente a profissão de cangaceiro, mas os irmãos não o acompanharam.

Renato Luís Bandeira, no livro "Dicionário Biográfico Cangaceiros & Jagunços":

"Nasceu no lugar Serra do Fumo, município de Misericórdia (PB), mudando-se para Triunfo (PE) em 1915, onde se tornou afilhado do poderoso Coronel Marçal Florentino Diniz, chefe político da Fazenda Abóbora no Pajeú pernambucano. Era chefe dos jagunços de Marcolino Pereira Diniz, rico coronel e comerciante em Triunfo. Passou muitos anos tendo vida dupla: durante o dia era vaqueiro e trabalhador, mas na calada da noite salteador e cangaceiro, dando apoio ao bando de Lampião, a partir de 1923."

Frederico Pernambucano de Mello, no livro "Guerreiros do Sol":

Sabino era filho natural do coronel Marçal com uma negra cozinheira de sua casa. Sabino, mal completou 18 anos, tornou-se autoridade, ao ser nomeado comissário das Abóboras. Em uma festa que houve num daqueles pés de serra, ele se envolveu numa briga, e em virtude disso se mudou para o município paraibano de Princesa, sob o amparo de seu meio-irmão Marcolino Pereira Diniz, filho legítimo de Marçal. Quando se iniciou a construção do açude Boqueirão de Piranhas, em Cajazeiras, Marcolino, que era homem influente ali, onde era presidente do Clube Centenário, empregou o irmão nas obras da barragem, executadas pela empreiteira norte-americana Dwight P. Robinson & Co. Inc. Depois, aí pelo ano de 1921, como Marcolino precisasse de um sujeito de confiança para sua proteção pessoal, Sabino passou a ser seu guarda-costas. Na companhia de Marcolino, o futuro cangaceiro teve oportunidade de conhecer as mais destacadas figuras da sociedade de Cajazeiras e da própria capital paraibana. Foi por esse tempo que, em alguns casos por conta própria e noutros instigado por Marcolino a fim de perseguir seus desafetos, Sabino começou a fazer certos "trabalhos" nas horas vagas: à frente de um grupo de malfeitores, passou a pilhar pequenas localidades das vizinhanças de Cajazeiras. Andava pelas ruas equipado com duas cartucheiras peitorais cruzadas em "X" e outra na cintura, um rifle Winchester, uma pistola Colt e dois punhais embainhados, com um lenço ao pescoço e chapéu de couro quebrado na frente e atrás. Wikipédia).

3 - Benevides (cujo nome é Massilon Leite, e cujos paes moram ao pé da serra de Luiz Gomes, onde o bandido costuma repousar das terríveis cangaceiras).
4 - Jararaca - Cujo nome é José Leite de Santana - ferido e preso no combate de Mossoró. É natural de Buíque - Pernambuco).
5 - Ezequiel Ferreira - (irmão de Lampião).
6 - Virgínio Fortunato - (cunhado de Virgolino).
7 - Luiz Pedro - (natural de Retiro, em Triunfo - Pernambuco).
8 - Chumbinho. 
(Observação do http://blogdomendesemendes.blogspot.com
(Não temos maiores detalhes sobre este cangaceiro e de outros da lista).
9 - João Delfino.
10 - Manoel Antonio - Natural de Bom Nome - Pernambuco).
11 - Quindu - (Natural de Bom Nome).
12 - Az de Ouro - (Natural de São Francisco).
13 - Candieiro - (Natural de Serra do Monte). 
(Observação do http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Não confundir este cangaceiro com Manoel Dantas Loyola, que era de Buíque, Pernambuco. E entrou no cangaço por volta de 1936 ou 1937). Este último foi sobrevivente do massacre aos cangaceiros na Grota do Angico, na madrugada do dia 28 de julho de 1938, no Estado de Sergipe).
14 - Barra Nova - (Natural de Serra do Monte).
15 - Vareda - (irmão de Candieiro).
16 - Serra do Mar.
17 - Rio Preto - (Cujo nome é Vicente Feliciano, negro velho e valente, da Parahyba, que tem a presumpção de balla não entrar no seu côro.
18 - Luiz Sabino - (pessoa de Sabino Leite, moço e audacioso).
19 - Fortaleza - (Informação do (http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Não sabemos se este Fortaleza era aquele que foi morto juntamente com os seus comparsas Medalha, Limoeiro e Suspeita, mortos em Mata Grande - no Estado de Alagoas, em 1935).
20 - Moreno - (Muito malvado).
21 - Euclides.
22 - Beija-Flor - (Natural de Piauhy).
23 - Chá Preto.
24 - Tenente - ((cujo nome é José de Souza, Natural de Riacho do Navio).
25 - Trovão - (Natural de Serra do Matto).
26 - Camilo - (Natural de Serra do Matto).
27 - Antonio dos Santos - (Natural do Ceará).
28 - Marreca - (Natural de Pajehú).
29 - Bentevi - (Natural de Cariry)
30 - Sabiá - (Cangaceiro velho - (Natural de Cariry).
31 - Pinga-Fogo - (Natural do Ceará).
32 - José Relâmpago - (Natural do Cariry).
33 - Vinte e Dois - (natural do Cariry).
34 - Lua Branca - (Irmão do Vinte e Dois e Natural do Cariry)).
35 - Antonio Caxeado - (Natural de Pernambuco).
36 - Pae Velho - (Cabra Velho, que foi cangaceiros dos Carvalhos, das Piranhas).
37 - José Pretinho).
38 - Luiz Pedro - (Que há 5 anos acompanha Lampeão). 
(Observação do http://blogdomendesemendes.blogspot.com
(Na lista existem 2 Luiz Pedro. Acho que o primeiro que foi numerado número 7, é o mesmo número 38). 
39 - Mergulhão - (Natural do Pajehú).
40 - Coqueiro - (Natural do Ceará. Este foi quem atirou no carro que conduzia o coronel Antônio Gurgel do Amaral, para o Brejo).
41 - Oliveira - (O cangaceiro Menino).
42 - Quixadá.
43 - Colchete - (Cabra pequeno, repugnante e atrevido, que morreu no ataque à casa do prefeito nesta cidade (Mossoró). 
(Observação do http://blogdomendesemendes.blogspot.com
(O Colchete não aparece na foto, porque fora assassinado na cidade). A foto acima foi feita em Limoeiro do Norte após os ocorridos em Mossoró).
44 - José Roque.
45 - Côco.

E outros de quem não se recordava Jararaca. Como se ver de um retrato tirado em Limoeiro do Norte, logo que ali chegou o bando.

 Há mais os nomes seguintes;

Navieiro, Valatão, Félix, Miúdo, Mourão, Benedicto, Jatobá, Alagoano, Pinhão e Miguel.
Aparece um Delfino, que deve ser o José Delfino desta Lista. 
Se ali só haviam 41 bandidos, é facto que 12, inclusive os 2 enterrados aqui, desapareceram. 

Jararaca preso na cadeia de Mossoró.

Informação do blogdomendesemendes.blogspot.com 

(O cangaceiro Jararaca que informou quem eram os facínoras que aparecem na foto, não está nela, porque, quando foi feita a imagem, ele estava preso em Mossoró).

As alterações que o nosso blog fez jamais prejudicará o trabalho do escritor Antônio Filemon Rodrigues Pimenta.

O CANGAÇO NA IMPRENSA MOSSOROENSE
Antônio Filemon Rodrigues Pimenta.
Tomo II
Páginas 27, 28 e 29.
Fundação Vingt-Un Rosado 
Coleção Mossoroense
Série "C", Número 1104,
Outubro 1999.
Digitado por José Mendes Pereira.
Mossoró-RN.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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