Pesquisado por Guilherme Velame Wenzinger
Transcrição e pesquisa: Guilherme Velame.
Seu nome completo é Francisco Nicácio da Silva, nascido em Coelho, município de São Fernando(RN), no dia 15 de Dezembro de 1893. Relembrou em entrevista alguns companheiros do cangaço: Biano, Salvino, Pau Revesso, Bacurau, Espaiado, Calango, Papa Mé, Forte Bicho, Serrote, Mau Bocado, Cobra Verde, Periquito, Cocada e Relâmpago.
𝐂𝐨𝐦𝐨
𝐟𝐨𝐢
𝐪𝐮𝐞
𝐞𝐧𝐭𝐫𝐨𝐮
𝐧𝐨
𝐜𝐚𝐧𝐠𝐚𝐜̧𝐨?
- Foi em 1909. Eu fui com meu patrão Quinca Saldanha e seis companheiros para Serra Negra. Chegando lá estava Antônio Silvino. Eu não conhecia. Meu patrão conversou muito tempo com ele. Depois dessa conversa, Antônio Silvino falou a Quinca Saldanha: "Se você quiser pode voltar daqui, que eu tomo conta dos meninos".
𝐎
𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐫
𝐭𝐢𝐧𝐡𝐚
𝐦𝐞𝐝𝐨
𝐝𝐞
𝐀𝐧𝐭𝐨̂𝐧𝐢𝐨
𝐒𝐢𝐥𝐯𝐢𝐧𝐨?
- Eu tinha medo dele. Mas o medo passou. Porque o capitão era muito bom. Não tratava mal nenhum de nós, não obrigava ninguém a ficar no bando mas queria que todos obedecessem ele. Eu me lembro uma vez na Paraíba em que Biano e eu desobedecemos suas ordens, saindo do acampamento para ir à rua beber cachaça. Quando a gente voltou ele sentiu o cheiro de cana e falou: "Olhem, se vocês ainda beberem, eu quero os braços e as pernas de vocês e deixo no meio da estrada para a polícia completar o serviço."
𝐍𝐞𝐬𝐬𝐞
𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨,
𝐪𝐮𝐚𝐢𝐬
𝐩𝐚𝐝𝐫𝐞𝐬
𝐝𝐞
𝐢𝐧𝐟𝐥𝐮𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚
𝐨
𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐫
𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜𝐞𝐮?
- Havia dois padres que gostava muito do capitão. Os dois padres eram da Paraíba. Padre José Cabral de Gurinhém e Padre Aristides de Piancó. A gente explicava a eles que queria assistir a missa nos Domingos mas conduzindo as armas e eles aceitavam. Porque se a gente estivesse sem as armas e a polícia chegasse. A gente ia brigar com as unhas?
𝐐𝐮𝐚𝐧𝐭𝐨𝐬
𝐟𝐢𝐥𝐡𝐨𝐬
𝐨
𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐫
𝐭𝐞𝐦?
- Eu sou viúvo. Casei-me em 1917. Minha mulher se chamava Rita Antonina da Silva que morreu em 64. Teve 4 filhos, mas todos morreram quando meninos. Moro sozinho. Tenho uma pensão do Funrural. Hoje sou muito feliz. Não tenho intrigado, graças a Deus. Mas quando deixei o cangaço fui muito perseguido pela polícia. Certa vez passei 48 dias escondido na Serra da Formiga. Um dia me vi cercado pelo capitão Zacarias Neves e alguns soldados, querendo saber se eu conhecia Chico Jararaca. Me ameaçaram e me prometeram sentar praça na polícia se eu entregasse Chico Jararaca.
Essa entrevista foi feita por Ivanísio e José Luis Alvez, publicada originalmente no jornal O Poti(RN), na década de 80. Chico Jararaca faleceu em Dezembro de 1984 aos 92 anos.
CASO QUEIRA
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