No começo do ano de 1926 a coluna Miguel Costa - Carlos Prestes, margeava o Estado do Ceará. As autoridades caririenses era quem governava o Estado do Ceará naquele tempo e essas autoridades tiveram contato direto com o presidente do Brasil solicitando ajuda para combater o movimento Rebelde. Logo Dinheiro arma e munição foram mandados do Rio de Janeiro diretamente para Juazeiro do Norte e outras cidades que estavam se preparando para um possível confronto com a coluna Prestes, já que era assim o nome mais popular deste movimento.
As autoridades cearense sendo liderada por Floro Bartolomeu da Costa, que era o líder supremo do Cariri, tendo em suas mãos mais dinheiro do que homens, decidiram fazer o recrutamento de homens de toda espécie para fazer o engrossamento das tropas patrióticas e foi assim que foi criado o Batalhão patriótico de Juazeiro. Logo o nome do rei dos cangaceiros começou a ser falado pelas autoridades que eram compostas por coronéis. estes homens eram quem mandavam em cada região onde morava, seja cidade ou vila, e alguns deles tinham ligações com o próprio Lampião. Naquela época era normal um coronel posso ir vários cangaceiros ou jagunços.
O resultado disso é que um bilhete saiu assinado de Juazeiro pelo Padre Cícero e neste bilhete constava um convite que vinha acompanhado de uma nomeação de Capitão dos batalhões patrióticos caso o rei dos cangaceiros topasse a empreitada de enfrentar os revoltosos da coluna Prestes. Foi este o motivo pelo qual o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva popularmente conhecido por (Lampião), fez uma visita a Cidade de Porteiras no Estado do Ceará. A história conta que Lampião adentra o Estado do Ceará através da cidade de Jati (Antiga Macapá) no dia 2 de março de 1926, em Jati Lampião foi recebido com seu bando de 49 cangaceiros pelo próprio delegado de polícia chamado Manoel Pereira (Né Pereira). A Vila fez uma grande festa, pois naquele tempo todos sabiam que Lampião estava indo brigar contra os maiores inimigos do governo do Brasil, veja só, o governo federal autorizou cangaceiros brigarem contra oficiais legítimos da Pátria, tudo porque estes homens eram contrários ao governo. Ironicamente Lampião foi recebido em Jati como um herói ou um Salvador da Pátria.
Na ocasião Lampião chamou toda a população e disse que estava em paz, logo uma grande festança sacudiu a vila e Lampião usando de sua inteligência jogava moeda para as crianças cantarem, (jogava moedas no murussu, era assim que se falava na época). A cachaça e a alegria se faziam aparecer no semblante dos sertanejos de Jati, e virando a noite adentro, os cangaceiros dançavam até levantar a poeira do chão. De manhã cedo no dia 03 de março, o grupo saiu de Jati e fez passagem pela fazenda Piçarra onde Antônio Teixeira Leite (Antônio da Piçarra) e lá chegando fizeram parada. Antônio da Piçarra matou umas criações e os cangaceiros se abasteceram com a primeira refeição do dia.
Foi ali o primeiro encontro de Lampião com o seu mais famoso coiteiro Antônio da Piçarra. Depois do meio-dia o grupo arrumou sentido Juazeiro do Norte fazendo o percurso pela cidade de Porteiras, onde finalmente chegaram em aproximadamente 5 horas da tarde do dia 03. Ali na Vila o bando de cangaceiros foi recebido pelo prefeito Franklin Tavares Pinheiro como um herói igualmente aonde a cabroeira avia passado. Lampião foi direto para o Quartel policial que se localizava ao lado da antiga igreja de Nossa Senhora da Conceição. Um dos encontros mais hilários de toda a história do Cangaço foi justamente esse pois a situação era tão controversa que mais parecia trágica. Ali na delegacia os cangaceiros entravam e saiam como se fosse a casa da mãe Joana.
Logo uma roda de carteado (jogo de baralho), surgiu entre os cangaceiros em frente à delegacia e a população curiosa se aproximava dos bandoleiros para ver o que estava acontecendo. O prefeito da cidade falou para Lampião ficar em uma boa casa na localidade para que Lampião se hospedasse com mais conforto, e para o seu bando foi oferecido janta e redes reque foram instaladas nas árvores que rodeavam a antiga igreja e alguns dos cangaceiros dormiam ali De frente para a delegacia.
Nenhum cangaceiro quis dormir dentro da delegacia, pois aí já era até demais. Os cangaceiros estavam muito cansados e a ressaca da cachaça ainda era grande e outra cena estranhíssima aconteceu pois os soldados da delegacia ficaram responsável pela segurança de todos que estavam ali, e no meio dos cangaceiros os soldados transitavam e alguns deles chegaram a negociar bugigangas com os cangaceiros como fumo, facas, fósforos e Outros tantos.
Em Porteiras o bando ficou à vontade depois de quase 48 horas
sem dormir. finalmente o repouso os convidou e Lampião se sentiu em casa
estando em Porteiras. Às 5:00 da manhã o bando já estava de pé e um grande café
foi oferecido pelo prefeito Franklin Tavares Pinheiro. Entre 5:00 horas da
manhã e às 7:00 horas, o bando recebeu a visita de alguns amigos e Lampião em
seguida o rei dos cangaceiros Romaria sentido Juazeiro do Norte para se
consultar com os doutores do poder e receber a sua patente para combater a
coluna Prestes.
Publicação:
José Francisco Gomes de Lima.
Capa: Helton
Araújo.
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