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sábado, 28 de setembro de 2024

A MAIOR BIBLIOTECA DO MUNDO ESTAVA LOCALIZADA EM MOSSORÓ. NO RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL, HOJE, QUEM SABE POR ONDE ELA ANDA.

 Por José Mendes Pereira

Arte de Rogério Dias

Em 7 de outubro de 2016, eu postei esta informação.

A MAIOR EDIÇÃO DE LIVROS DO MUNDO ESTÁ EM MOSSORÓ - NO RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL - "QUASE 1 MILHÃO DE LIVROS DA COLEÇÃO MOSSOROENSE".

Tem que ser criada logo uma associação com os escritores que têm livros nas péssimas condições da “Coleção Mossoroense”, do contrário, o que eles escreveram, não serão apresentados aos futuros mossoroenses.


Arte do poeta Rogério Dias
Arte do poeta Rogério Dias

A criação de uma "Associação Protetora à Coleção Mossoroense" irá fazer com que chame a atenção de prefeitos e vereadores para aprovação de verbas que mantenha a biblioteca viva.


Vejam o que disse Aline Linhares:

FALTA RESPEITO E PAGAMENTO

"Sem pagamento desde abril de 2013, que deveria ser feito pela prefeitura de Mossoró, a fundação Vingt-un Rosado terá que sair de sua casa. 

Para onde irão quase "1 MILHÃO DE LIVROS DA COLEÇÃO" Mossoroense, que está sendo despejada hoje com todo seu acervo? Pro lixo? É assim que a cultura (verdadeira de Mossoró) é tratada? #luto".

Que falta faz os saudosos professores Jerônimo Vingt-un Rosado Maia e América Fernandes Rosado Maia!

Saudosos Professores Dr. Vingt-un Rosado maia e sua esposa Drª. América Fernandes Rosado.

Leiam o que escreveu Eriberto Monteiro.

Eriberto Monteiro

A Fundação Vingt-un Rosado relembra o vazio que ficou após o falecimento do seu patrono e América Fernandes Rosado.

Seu filho, Dix-sept Rosado Sobrinho recorda que Vingt-un Rosado era “Um cidadão mossoroense, reconhecido no Brasil, e conhecido em várias partes do mundo”. E até hoje é lembrando como um dos maiores benfeitores de Mossoró.

Ele atuou em diversas frentes de trabalho, sempre com maestria, mas foi como criador da Coleção Mossoroense, a maior coleção de obras literárias do País que ele teve maior destaque.

Nesta mesma Coleção, ele publicou diversos títulos, sendo inclusive, seu primeiro livro publicado, uma homenagem a sua cidade: Mossoró, lançado em 1940.

Vingt-un Rosado morreu na tarde do dia 21 de dezembro de 2005, em Natal/RN, vítima de parada cardíaca. Ele mesmo foi submetido a quatro pontes de safena, mas nada que pudesse solucionar a sua cardiopatia, que era crônica. O historiador faleceu com 85 anos, após sucessivas paradas cardíacas e um quadro cardíaco instável.

Durante o período que esteve no hospital com problemas cardíacos, o seu coração não esqueceu a sua paixão: trabalhou até os últimos momentos de consciência. E até no internamento ainda se preocupava com a Fundação Vingt-un Rosado. Do hospital, Vingt-un dedicou-se aos projetos da Fundação, recebendo assessores e auxiliares nos poucos momentos de visitas.

O corpo de Vingt-un foi trazido de Natal para Mossoró e foi velado no prédio central da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), antiga Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM), instituição que foi fundada por ele.

Jornalistas e pesquisador/historiadores Geraldo Maia do Nascimento e Dr. Jerônimo Vingt-un Rosado Maia.

O escritor Geraldo Maia do Nascimento escreveu a obra “O Criador do País de Mossoró – Uma biografia de Vingt-un Rosado” que traz um vasta informação do homenageado, “Mas que resume a grandiosidade dos feitos deste homem da cultura, da educação e do conhecimento“, comenta Eriberto Monteiro, atualmente editor da Coleção Mossoroense e coordenador e executor de reestruturação da Fundação Vingt-un Rosado.

A realidade é que cultura sem ele está caminhando sem brilho. Ele deixou Mossoró órfã de sua sabedoria, além de projetos na área cultural. Sem a presença dele, o esforço está sendo imenso para dar continuidade a Fundação que leva o seu nome. Tudo ficou mais difícil. Porém, apesar de todos os problemas,  a Coleção Mossoroense está sendo reorganizada e será catalogado para melhor atender a sociedade. Haverá também um trabalho de conservação da biblioteca particular dele e a criação de um memorial em sua homenagem.  Atualmente, a sede da Fundação Vingt-un Rosado está localizada na Biblioteca Pública Municipal Ney Pontes Duarte, local que tem influência de Vingt-un da sua criação no ano de 1948.

Sua partida provocou muitas incertezas no cenário intelectual do Rio Grande do Norte. A bem da verdade, Mossoró perdeu o seu filho ilustre. E esta perda, até hoje, é irreparável.

Antes de falecer, Vingt-un publicou uma plaquete (série B – volume 2706) intitulada “Normas Acadêmicas para o velório e sepultamento de Vingt-un”. Trechos do livreto informa o desejo dele: “…O sepultamento será no cemitério novo e não haverá túmulo. Serei coberto pela terra do solo sagrado de Mossoró. Neste solo serão plantadas cactáceas e bromeliáceas, tal como fiz quando da fundação da ESAM na antiga fazenda de Fuão Pinto…” E assim foi feito…

No caso da sua companheira, a professora América Fernandes Rosado Maia, faleceu 4 anos após: 21/12/2009. O próprio professor Vingt-un apaixonado, costumava dizer que “descobriu a América em Minas Gerais” fazendo referência a sua esposa, a mineira América Fernandes Rosado, sua companheira por 58 anos.

Do enlace matrimonial, acontecido dia 25 de setembro de 1947, em São Paulo, nasceram os filhos: Maria Lúcia Fernandes Rosado do Amaral, Jerônimo Dix-sept Rosado Maia Sobrinho, Lúcia Helena Rosado da Escóssia, Isaura Ester Fernandes Rosado Rolim e Leila Rosado de Medeiros.

Depois da perda de Vingt-un, América passou por momentos de tristeza imensa. Ela mesma contava que o segredo da sua alegria de tão longa convivência estava no tratamento carinhoso, afetivo e ao amor que existia entre ela e Vingt-un. Informou ainda que se “sentia completa com ele, pois tinham ideais e valores semelhantes”.

Uma das provas do sacrifício mútuo, um dos sonhos do casal era conhecer a Europa e realizar algumas viagens. Mas dona América informou que “não foi possível realizar em face da dedicação máxima de Vingt-un a sua obra cultural”. Dona América ainda completava dizendo que, a luta de Vingt-un, também era a sua luta.

América Foi uma das idealizadoras da Fundação Vingt-un Rosado no dia 06 de abril de 1995, exatamente quando a Coleção Mossoroense passava por uma dificuldade imensa para manter-se.

Sua paixão, além das ações pelo marido, nas suas palavras quando dizia: “Se todos seguissem o exemplo de Vingt-un teríamos um mundo muito melhor, um mundo diferente”.

O mundo ficou mais vazio sem estas duas importantes personalidades culturais. Para alguns, coincidência, mas nos exatos quatro anos depois da morte de Vingt-un, em 21 de dezembro de 2009, morria dona América Fernandes Rosado Maia. Foi como se tivesse escolhido o dia 21 de dezembro para a sua morte. Seu corpo foi sepultado em Mossoró, a terra que tanto amou.

ADENDO: José Mendes Pereira

Hoje, ela vive separadamente de todos os seus queridos milhares de livros, que estão espalhados por toda parte de Mossoró. Um pedaço aqui, outro ali, outro acolá, outro mais além, e assim, a biblioteca que tanto o casal de professores e Mossoró se orgulhavam, pouco se sabe se os livros estão cuidados ou descuidados por aí. Infelizmente o poder público não valoriza cultura.

https://colecaomossoroense.org.br/site/2021/12/21/a-fundacao-vingt-un-rosado-relembra-o-vazio-que-ficou-apos-o-falecimento-do-seu-patrono-e-de-america-fernandes-rosado/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com  

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