Por José Mendes Pereira
Em 7 de outubro de 2016, eu postei esta informação.
A MAIOR EDIÇÃO DE
LIVROS DO MUNDO ESTÁ EM MOSSORÓ - NO RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL - "QUASE
1 MILHÃO DE LIVROS DA COLEÇÃO MOSSOROENSE".
A Fundação
Vingt-un Rosado relembra o vazio que ficou após o falecimento do seu patrono e
América Fernandes Rosado.
Seu filho,
Dix-sept Rosado Sobrinho recorda que Vingt-un Rosado era “Um cidadão
mossoroense, reconhecido no Brasil, e conhecido em várias partes do mundo”. E
até hoje é lembrando como um dos maiores benfeitores de Mossoró.
Ele atuou em
diversas frentes de trabalho, sempre com maestria, mas foi como criador da
Coleção Mossoroense, a maior coleção de obras literárias do País que ele teve
maior destaque.
Nesta mesma
Coleção, ele publicou diversos títulos, sendo inclusive, seu primeiro livro
publicado, uma homenagem a sua cidade: Mossoró, lançado em 1940.
Vingt-un
Rosado morreu na tarde do dia 21 de dezembro de 2005, em Natal/RN, vítima de
parada cardíaca. Ele mesmo foi submetido a quatro pontes de safena, mas nada
que pudesse solucionar a sua cardiopatia, que era crônica. O historiador
faleceu com 85 anos, após sucessivas paradas cardíacas e um quadro cardíaco
instável.
Durante o
período que esteve no hospital com problemas cardíacos, o seu coração não
esqueceu a sua paixão: trabalhou até os últimos momentos de consciência. E até
no internamento ainda se preocupava com a Fundação Vingt-un Rosado. Do
hospital, Vingt-un dedicou-se aos projetos da Fundação, recebendo assessores e
auxiliares nos poucos momentos de visitas.
O corpo de
Vingt-un foi trazido de Natal para Mossoró e foi velado no prédio central da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), antiga Escola Superior de
Agricultura de Mossoró (ESAM), instituição que foi fundada por ele.
O escritor
Geraldo Maia do Nascimento escreveu a obra “O Criador do País de Mossoró – Uma
biografia de Vingt-un Rosado” que traz um vasta informação do homenageado, “Mas
que resume a grandiosidade dos feitos deste homem da cultura, da educação e do
conhecimento“, comenta Eriberto Monteiro, atualmente editor da Coleção
Mossoroense e coordenador e executor de reestruturação da Fundação Vingt-un
Rosado.
A realidade é
que cultura sem ele está caminhando sem brilho. Ele deixou Mossoró órfã de
sua sabedoria, além de projetos na área cultural. Sem a presença dele, o
esforço está sendo imenso para dar continuidade a Fundação que leva o seu nome.
Tudo ficou mais difícil. Porém, apesar de todos os problemas, a Coleção Mossoroense
está sendo reorganizada e será catalogado para melhor atender a sociedade.
Haverá também um trabalho de conservação da biblioteca particular dele e a
criação de um memorial em sua homenagem. Atualmente, a sede da
Fundação Vingt-un Rosado está localizada na Biblioteca Pública Municipal Ney
Pontes Duarte, local que tem influência de Vingt-un da sua criação no ano de
1948.
Sua partida
provocou muitas incertezas no cenário intelectual do Rio Grande do
Norte. A bem da verdade, Mossoró perdeu o seu filho ilustre. E esta perda,
até hoje, é irreparável.
Antes de
falecer, Vingt-un publicou uma plaquete (série B – volume 2706) intitulada
“Normas Acadêmicas para o velório e sepultamento de Vingt-un”. Trechos do
livreto informa o desejo dele: “…O sepultamento será no cemitério novo e não
haverá túmulo. Serei coberto pela terra do solo sagrado de Mossoró. Neste solo
serão plantadas cactáceas e bromeliáceas, tal como fiz quando da fundação da
ESAM na antiga fazenda de Fuão Pinto…” E assim foi feito…
No caso da sua
companheira, a professora América Fernandes Rosado Maia, faleceu 4 anos após:
21/12/2009. O próprio professor Vingt-un apaixonado, costumava dizer que
“descobriu a América em Minas Gerais” fazendo referência a sua esposa, a
mineira América Fernandes Rosado, sua companheira por 58 anos.
Do enlace
matrimonial, acontecido dia 25 de setembro de 1947, em São Paulo, nasceram os
filhos: Maria Lúcia Fernandes Rosado do Amaral, Jerônimo Dix-sept Rosado Maia
Sobrinho, Lúcia Helena Rosado da Escóssia, Isaura Ester Fernandes Rosado Rolim
e Leila Rosado de Medeiros.
Depois da
perda de Vingt-un, América passou por momentos de tristeza imensa. Ela mesma
contava que o segredo da sua alegria de tão longa convivência estava no
tratamento carinhoso, afetivo e ao amor que existia entre ela e Vingt-un.
Informou ainda que se “sentia completa com ele, pois tinham ideais e valores
semelhantes”.
Uma das provas
do sacrifício mútuo, um dos sonhos do casal era conhecer a Europa e realizar
algumas viagens. Mas dona América informou que “não foi possível realizar em
face da dedicação máxima de Vingt-un a sua obra cultural”. Dona América ainda
completava dizendo que, a luta de Vingt-un, também era a sua luta.
América Foi
uma das idealizadoras da Fundação Vingt-un Rosado no dia 06 de abril de 1995,
exatamente quando a Coleção Mossoroense passava por uma dificuldade imensa para
manter-se.
Sua paixão,
além das ações pelo marido, nas suas palavras quando dizia: “Se todos seguissem
o exemplo de Vingt-un teríamos um mundo muito melhor, um mundo diferente”.
O mundo ficou mais vazio sem estas duas importantes personalidades culturais. Para alguns, coincidência, mas nos exatos quatro anos depois da morte de Vingt-un, em 21 de dezembro de 2009, morria dona América Fernandes Rosado Maia. Foi como se tivesse escolhido o dia 21 de dezembro para a sua morte. Seu corpo foi sepultado em Mossoró, a terra que tanto amou.
ADENDO: José Mendes Pereira
Hoje, ela vive separadamente de todos os seus queridos milhares de livros, que estão espalhados por toda parte de Mossoró. Um pedaço aqui, outro ali, outro acolá, outro mais além, e assim, a biblioteca que tanto o casal de professores e Mossoró se orgulhavam, pouco se sabe se os livros estão cuidados ou descuidados por aí. Infelizmente o poder público não valoriza cultura.
https://colecaomossoroense.org.br/site/2021/12/21/a-fundacao-vingt-un-rosado-relembra-o-vazio-que-ficou-apos-o-falecimento-do-seu-patrono-e-de-america-fernandes-rosado/
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