Por: José Ozildo dos Santos
Nasceu na capital alagoana no dia 18 de maio de 1900. Diplomou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia (1926), após defender a tese ‘Os grupos sanguíneos na Bahia’. Quando acadêmico foi auxiliar no Laboratório de Patologia Geral.
Volvendo à sua terra natal, ali iniciou suas atividades profissionais como médico. Em pouco tempo, tornou-se um dos nomes mais expressivos da capital alagoana.
Abelardo Duarte
Homem de reconhecida cultura, o Dr. Abelardo Duarte passou a colaborar na imprensa de Maceió. Assim, ingressando no mundo das letras, além de jornalista de grande talento, revelou-se crítico literário, ensaísta, folclorista, biógrafo e historiador.
Em 1935, publicou no Rio de Janeiro o livro ‘Grupos sanguíneos da raça negra’ (Estudos Afro-Brasileiros), fruto de um trabalho apresentado ao ‘I Congresso Afro Brasileiro’, reunido no Recife, no ano anterior.
No final da década de 1940, o Dr. Abelardo Duarte lançou através da imprensa da capital alagoana a idéia de se fundar em Maceió uma faculdade de medicina. Aos 3 de maio de 1950, seu sonhou tornou-se realidade e a Faculdade de Medicina de Alagoas foi fundada, passando a ser mantida por sociedade civil.
Em janeiro do ano seguinte, abordando o referido fato numa entrevista publicada nas páginas do ‘Jornal de Alagoas’, afirmou: “sei que, por mim lançada, após madura reflexão, a idéia de fundar-se uma Faculdade de Medicina entre nós, encontrou eco, fez prosélitos, criou corpo e, por fim, forma jurídica. E de minha residência à Avenida Fernandes Lima, onde ocorreram as primeiras confabulações, os primeiros serões noite a dentro, em pouco, constituída a sua primeira Comissão Organizadora, acrescido o número de adeptos com novas adesões, surgia a nossa Faculdade”.
Professor-fundador da Faculdade de Medicina de Alagoas, anos mais tarde, tornou-se se o primeiro diretor do HU–UFAL. Considerado um dos mais destacados representantes do pensamento de Alagoas, Abelardo Duarte foi Secretário Perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Sócio Honorário do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, membro Academia Alagoana e da Academia Carioca de Letras, além de integrar de inúmeras outras instituições, publicou diversos livros.
Em 1975, durante as comemorações do sesquicentenário do nascimento de D. Pedro II, promovidas pelo Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, o professor Abelardo Duarte lançou o livro ‘Dom Pedro II e Dona Teresa Cristina nas Alagoas: A viagem realizada ao Penedo e outras cidades sanfranciscanas, à Cachoeira de Paulo Afonso, Maceió, zona lacustre e região norte da Província (1859/1860)’, que foi bastante aceito pela crítica provinciana.
Como folclorista, estreiou em 1957, quando publicou ‘Um folguedo do povo: o Bumba-meu-boi’(Ensaio de História e Folclore). No ano seguinte, publicou o estudo ‘Negros muçulmanos nas Alagoas: os Malês’, dando uma significativa contribuição à etnografia alagoana, abrindo pistas preciosas para futuras pesquisas.
Seu segundo livro no campo do folclore - ‘Folclore negro das Alagoas’ - apareceu em 1974. Este seu trabalho, é, sem dúvida, o mais consistente. A partir da publicação dessa obra, Abelardo Duarte passou a ser incluído na vertente de estudos sobre o folclore nacional.
Professor emérito da Universidade Federal de Alagoas, Abelardo Duarte faleceu no dia 3 de março de 1992, em Maceió, aos 92 anos de idade incompletos.
Extraído do blog: "Construindo a História", do historiador José Ozildo dos Santos
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