Por: Geraldo Maia do Nascimento
Hoje traçaremos o perfil de mais uma mulher mossoroenses que, por seus atos, por sua luta, por sua coragem, permanece nos anais da história de Mossoró. Trataremos hoje de Ana Rodrigues Braga, ou Ana Floriano, como ficou sendo conhecida e do se protesto contra a obrigatoriedade do alistamento militar para o exército e armada. Vamos aos fatos:
Mulheres Mossoroenses - III
Geraldo Maia do Nascimento
Geraldo Maia do Nascimento
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Encabeçando o movimento estava Ana Floriano, uma mulher forte, de olhos azuis, cabelos louros e estatura considerada acima do normal para o seu sexo, juntamente com D. Maria Filgueira, esposa do Cap. Antônio Secundes Filgueira e D. Joaquina Maria de Góis, genitora do historiador Francisco Fausto de Souza.
Logo após o movimento, o Juiz de Direito, Dr. João Antônio Rodrigues comunicou o fato ao Presidente da Província, Bacharel João Bernardo Galvão Alcanforado Júnior, que mandou instaurar inquérito contra a promotora do Motim das Mulheres, cuja peça processual desapareceu do arquivo do Departamento de Segurança Pública.
Em seu depoimento, o Dr. João Antônio Rodrigues afirma que o movimento contou com um número de cinqüenta a cem mulheres e que as mesmas eram lideradas por D. Maria Filgueira, mulher do capitão Antônio Filgueira Secundes, 3º suplente de Juiz Municipal deste Termo, juntamente com D. Joaquina de Tal e D. Ana de Tal, que mal aconselhadas por seus maridos e parentes cometeram o criminoso ato. O referido Juiz não admitia que o movimento tivesse partido das mulheres e sim do capitão Antônio Filgueira Secundes, seu adversário político, que assim procedera para lhe prejudicar. Quanto ao número das revoltosas? “De cinqüenta a cem mulheres”, foi o que ele disse para diminuir a gravidade do movimento. E quanto a D. Ana de Tal, tratava-se de D. Ana Rodrigues Braga, ou Ana Floriano, assim chamada por ser esposa de Floriano da Rocha Nogueira, pais do jornalista Jeremias da Rocha Nogueira, Diretor proprietário do jornal “O Mossoroense”.
Francisco Romão Filgueira, prócer abolicionista de 1883, falecido a 7 de setembro de 1958, deu depoimento ao historiador Vingt-un Rosado sobre o fato por ele presenciado. Segundo o mesmo, o movimento teria contado realmente com cerca de trezentas mulheres e que as mesmas eram chefiadas por D. Ana Floriano.
O historiador Raimundo Nonato registra que “ao tempo, Romão Filgueira era um jovem impetuoso, rapaz de boa família, exaltado, que devia se encontrar no meio da rebelião, agarrado no cós de sua mãe, Dona Maria Filgueira, esposa do capitão Antônio Filgueira Secundes, figura de prestígio do município. O jovem Romão Filgueira corria pela casa dos 16 anos fogoso e turbulento”./
Geraldo Maia do Nascimento
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