Por: José Mendes Pereira
A história sobre a tentativa de invasão a maior cidade Potiguar, "Mossoró - no Rio Grande do Norte", no dia 13 de Junho de 1927, pelo ainda não tão famoso, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, foi contada por vários escritores, pesquisadores e historiadores do nordeste brasileiro.
Apesar de ter sido considerado como grande estrategista quando dominava o seu respeitado bando de cangaceiros, mas mesmo assim Lampião bobeou em mandar um bilhete para o então prefeito
Rodolfo Fernandes, comunicando-lhe a sua entrada em Mossoró. Se ele tivesse entrado sem comunicar que estava disposto a fazer a invasão à cidade, teria levado o que ele mais desejava: dinheiro, ouro...
Como não chegou as suas mãos confirmação da quantia solicitada, ao meio dia e meia Lampião escreveu o segundo bilhete. Novamente incumbiu o capanga para que o levasse até a casa do prefeito. E desta vez já com ameaças caso não lhe fosse atendido o segundo bilhete, não demoraria fazer a invasão, e não se responsabilizaria pelos estragos.
Palácio da Resistência
Mas Rodolfo Fernandes amante de Mossoró e zeloso com a sua patente de "coronel", achando que Lampião era quem deveria fazer continência ao passar por ele, já que era apenas capitão, e vendo que o bandido estava disposto a bagunçar a sua amada cidade, disse que não enviaria quantia nenhuma para bandidos, principalmente Lampião que levava a vida roubando dos outros. Não arriscaria afirmar que ele não levava as minguadas reservas da Prefeitura, mas não pensasse que ele iria ficar nas esquinas de braços cruzados, só olhando ele colocar em seu bornal o que não era seu, ou ele entregar o ouro na bandeja aos bandidos.
Como não foi enviada a quantia solicitada Lampião e seu bando deram início ao combate, vingando o desrespeito do prefeito por não atender a sua solicitação.
O cangaceiro Jararaca
Como o prefeito estava preparado para defender a cidade, vendo que não teria sucesso no combate, Lampião se considerou vencido, saindo às carreiras em busca do Estado do Ceará, deixando para trás o cangaceiro Colchete, já morto, e o afamado Jararaca baleado que se perdera do seu bando. No dia seguinte Jararaca foi preso e levado para a cadeia pública de Mossoró, que não levando sorte foi covardemente assassinado pelas autoridades.
José Mendes Pereira
Leia o que disse o escritor Xico Sá sobre o que escreveu o jornalista Lauro da Escóssia, na entrevista que fez com o cangaceiro Jararaca
Um dia depois do combate, quando o povo de Mossoró ainda temia o possível retorno de Lampião sequioso por vingança, um dos principais cangaceiros do bando, Jararaca, foi capturado se arrastando por um matagal. O que se deu a seguir foi um roteiro tragicômico, conforme a narrativa de Lauro da Escóssia, então repórter do jornal O Mossoroense.
O nome do pernambucano Jararaca era José Leite de Santana. Ele tinha apenas 22 anos nos registros policiais, contudo, aparece com 26. Mesmo com um rombo de bala no peito, conseguiu gargalhar durante uma entrevista na cadeia.
O cabra de Lampião dizia que era por causa das lembranças divertidas do cangaço. Entre as memórias que ouviu do preso, Lauro da Escóssia descreve o dia em que Lampião teria invadido a festa de casamento de um inimigo e, com seu próprio punhal, sangrado o noivo. Já a noiva teria sido estuprada na caatinga pelos cabras do bando.
Segundo o relato de Jararaca, Virgulino também ordenou que os convidados de um baile tirassem as roupas e dançassem um xaxado completamente nus.
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