Por: José Mendes Pereira
Que tempos bons foram os anos oitenta! Anos de felicidades para todos aqueles que tiveram a sorte de viajar no trem da alegria com destino certo. Que lembranças eu guardo do dia vinte e três de maio de mil novecentos e oitenta e três, quando eu peguei o trem da alegria pela primeira vez, não só eu, mas tantos outros da minha época, com o mesmo objetivo e o sorriso estampado no rosto.
Era um trem que não tinha rodas, mas corria numa velocidade assustadora, deixando os seus usuários em cada ponto de trabalho. Trem que não tinha máquina, mas simbolicamente era dono de uma força enorme para puxar os vagões encarrilhados. Trem que não tinha maquinista, mas passava nas estações entregando os seus passageiros. Trem que não usava poltrona, mas cada usuário tinha um lugar garantido. Trem que não gastava lenha, mas tinha um vapor forte e era fortíssimo. Trem que não se pagava para viajar, mas todos tinham direito à passagem. Trem que não tinha trilhos para se locomover, mas caminhava sobre a força de grupos políticos, que deixava os seus viajantes em cada terminal para ocuparem as suas funções nas repartições públicas.
Era um trem que deu tantas alegrias e esperanças a muitos que confiavam em mudar de vida para melhor, onde cada um carregava em sua bagagem, sabe o quê? Um monte de conhecimentos para distribuí-lo entre outros que também eram sonhadores.
Infelizmente o animado trem da alegria que tanto rodou, foi desativado para retirarem as ferrugens da ilegalidade constitucional. Que trem da alegria!
“Trem da alegria eram funcionários que entravam nas repartições públicas sem concurso. Eu também viajei nesse trem".
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