Por: João de Sousa Lima
Dia 17 de
outubro de 2012 eu, Felipe Marques e Marcos Passos (dois Macaenses quase
nordestinos) saímos de Paulo Afonso, Bahia, para cruzarmos o Raso da
Catarina nas trilhas dos Cangaceiros.
No momento o Raso da Catarina atravessa mais de dois anos de seca e as
dificuldades dos criadores de fundo de pasto aumentam a cada dia, a seca
desfolhou completamente a vegetação que dependendo de apenas poucos pingos de
chuva volta a enverdecer.
Cruzamos os povoados Juá, Serrota, Brejo do Burgo e chegamos ao Salgado do
Melão onde entrevistamos dona Joana Ribeiro, irmã mais nova da cangaceira Dadá.
Dona Joana hoje com 96 anos de idade ainda é lúcida e lembra das passagens dos
cangaceiros e das violências sofridas por parte das volantes policiais.
Do Salgado do Melão seguimos pra cidade de Macururé e de lá até o povoado São
José, em Chorrochó, para visitarmos o soldado da volante de Zé Soares, o senhor
Teófilo Pires do Nascimento. Teófilo foi o matador do cangaceiro Pedro
"Calais". Ainda no povoado São José fomos entrevistar Zé de Helena,
um dos possíveis filhos de Lampião.
Com o cair da tarde retornamos e já escuro atolamos o carro na areia só
conseguindo sair com a ajuda dos nativos. A aventura estava completa, chegamos
a Paulo Afonso exaustos porém com uma grande aventura na bagagem e muitas
histórias pra contar.
Felipe
Marques, senhor Filomeno (com um jumento carregado de mandacaru pra alimentar
seus animais que penam com a seca) e Marcos Passos, próximo a Baixa do Ribeiro
(onde nasceu a cangaceira Dadá), centro do Raso da Catarina.
Filomeno parou
por alguns minutos para conversarmos e depois seguiu sua sina, sertão à dentro,
luta constante, batalha sem fim.
Marcos Passos,
Joana Ribeiro (irmã de Dadá), Abel e João, no povoado Salgado do Melão.
Baixa do
Ribeiro, lugar onde nasceu a cangaceira Dadá e passagem dos cangaceiros.
Marcos e
Felipe começando a empurrar o carro que ficou presa nas terras do Raso da
Catarina.
João e Teófilo
Pires do Nascimento, o soldado de Volante que matou o cangaceiro Calais.
Felipe,
Teófilo e Marcos, um encontro emocionante.
No povoado São
José uma casa construída pelo pedreiro José, o depois cangaceiro Zé
baiano, Zé de Helena, filho de lampião com uma das moças da família dos
"Engrácias", João e o filho de Zé de Helena que também chama-se João.
Macururé, no
alto sertão baiano essa é uma das cidades onde as histórias do cangaço deixaram
marcas profundas.
No centro de
Macururé Marcos Passos e João saboreiam um churrasquinho de carneiro.
No Brejo do
Burgo uma parada para agradecer os nativos que nos surpreenderam pela
disponibilidade onde homens e crianças nos ajudaram a desenterrar o carro de um
imenso areal.
Uma aventura que nos fez compreender a dimensão dos caminhos trilhados pelos cangaceiros, tudo acontecido nesse enigmático deserto baiano, o Raso da Catarina.
Uma aventura que nos fez compreender a dimensão dos caminhos trilhados pelos cangaceiros, tudo acontecido nesse enigmático deserto baiano, o Raso da Catarina.
Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço:
João de Sousa Lima
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